terça-feira, 25 de setembro de 2012

A "Candura" do Professor Duque


O Doutor João Duque, que é professor catedrático de Economia, ainda há pouco, no "Fórum" da TSF, demonstrou uma assinalável veia panglossiana ao tentar justificar o mais que do que previsível falhanço da terapêutica do Governo (ah, já me esquecia, o Professor Duque além de um reiterado optimista, é também um incorrigível "manteigueiro") primeiro tecendo considerações epistemológicas acerca da cientificidade da Economia, aventando que "não é uma ciência exacta", por pouco não deixou cair que não é, de todo, uma ciência; depois dizendo, mais ou menos, que ninguém podia prever que ao actuar do lado da despesa cortando salários e pensões (afinal parece que as únicas das famosas "gorduras" do Estado que foram encontradas) e do lado da receita aumentando os impostos (nomeadamente o IVA) se acabaria, afinal, por obter um efeito recessivo. 
Então é preciso ser doutorado em Economia para chegar, tarde e a más horas, a esta conclusão tipo "sopas depois de almoço" e "prognósticos depois do jogo" ?!  
Como dizia o dr. Faro Viana, um castiço professor de matemática que tive no Gil Vicente em 66/67 - "qualquer guarda republicano é capaz de ver uma coisa destas":
Quem deixa de ganhar, deixa de comprar e se a fuga ao IVA já era enorme, desta feita passou a ser colossal.
Com a breca. Só me saem é "Duques"!!!

sábado, 22 de setembro de 2012

"La Grande Retraite"


Chegou a hora da Grande Retirada, Passos e Gaspar retiram  a proposta da TSU, Seguro retira a intenção de apresentar a tal Moção de Censura. O senhor Presidente da República retira-se para "penates", os Conselheiros de Estado idem, idem, aspas, aspas. Por este fim-de-semana podemos retirar-nos todos, sabendo que, como na antiga RTP, é apenas  um interlúdio com "mira técnica". O Programa segue dentro de momentos".

Tau-tau Presidencial e Metadona Orçamental


O Presidente da República ao, no âmbito do Conselho de Estado, nomear uma Comissão presidida pelo Governador do Banco de Portugal para encontrar a "metadona" orçamental que permita    adoptar medidas de substituição para a malfadada "dança" da TSU (mais conhecida por "Taxa Xerife de Nottingham") está a dar um monumental correctivo em Passos, Gaspar e quejandos.
Pena é que não haja vergonha e que estes cavalheiros finjam (tarefa quase impossível) ser ainda de compreensão mais lenta do que, na verdade, são.

A "Rábula" e os "Cábulas" - Indagações em Torno de Uma Notada Ausência



Tendo ocorrido uma espécie de "Fundeira" ("Cimeira" dos sem fundos) que juntou os líderes políticos da Itália, da Espanha, da Grécia e da Irlanda pode perguntar-se, dada a identidade de circunstâncias, porque razão Portugal nela não participou?
Das duas, uma: ou não foi convidado ou declinou o convite. Na segunda das hipóteses, porque insiste na "rábula" do bom aluno; na primeira, porque os "cábulas" não costumam gostar de "marrões".

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

"Governo de Portugal" - Uma Praga em Forma de Timbre

Desde o Gabinete do Primeiro-ministro à mais singela das Repartições, passando pelas tabuletas das obras que ainda restam, às Escolas, Serviços de Saúde, Segurança Social, etc,  até à lapela dos membros do Governo e titulares de cargos de nomeação (AICEP e por aí fora), se pode ver o timbre da bandeirinha e a inscrição "Governo de Portugal".
Como bem advertiu Orwell (e muitos outros), esta forma de "novilíngua" costuma andar às avessas  da realidade e a autêntica praga do "Governo de Portugal", visível na inundação do espaço público e na exigência hierárquica da sua utilização "à outrance" nos serviços públicos, é claramente o sintoma de que o chamado "Governo de Portugal" não passa de um governo fantoche e quem de facto governa Portugal é uma Junta Financeira ocupante. 
Resta saber se Portugal alguma vez terá "governo"?!

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

A "Coirografia"






As recentes "confissões" de Portas configuram a sua especialidade: o rapaz é mesmo "garganeiro". Tenta sempre comer o bolo e, ao mesmo tempo, ficar com ele.
Uma autêntica "coirografia", ou seja, uma coreografia de "coirões".

sábado, 15 de setembro de 2012

Rio Largo De Profundis





Que grande, grande "Manif" !!!

Que se lixe a "Troika", que se "prejudiquem" (com um grande "F")  estes canalhas que nos parasitam.

Viva o Povo de Portugal !!!

Do Nacional Porreirismo e das Suas Estirpes







Ao meu colega e amigo Francisco Edgard, com um abraço.


O vetusto "nacional-porreirismo" compreende duas estirpes maiorítárias: o "social - porreirismo" e o "liberal-porreirismo". Das passagens administrativas às vagas ad hoc para várias funções de Estado, até aos cursos acabados ao domingo, às "licenciaturas" por equivalência, passando pelo "reconhecimento de competências", pela legalização de milhares e milhares de edificações clandestinas, pela "inutilidade superveniente", pela apropriação de propriedade alheia, pela "eternização" do provisório, pelo "usucapião" por ir ficando, tudo com proveito para o "chico-espertismo" e o mais infame dos oportunismos, demonstrando à saciedade que Portugal é de quem calçou as botas primeiro. Todas são manifestações do "espírito" do "nacional-porreirismo" que nos últimos quarenta anos tem vivido o seu esplendor à pala do amiguismo, do compadrio, do "jeitinho", do factor "C", da "boa vontade" (Kant, que é alemão, deve dar saltos no túmulo quando lhe falam destes conceitos "à portuguesa"), tem tido por "apóstolos" os "sociais -porreristas", tudo malta (eis outro conceito "nacional-porreirista) de "esquerda" ou pelo menos com preocupações redistributivas (repartem tudo irmãmente, sendo que garantem sempre para si próprios o quinhão do irmão mais velho). Agora, em plena "crise", chegou a vez dos "liberais-porreiristas" que sendo uns zeros mais à direita e dos principais beneficiários do social-porreirismo - carreiras partidárias nas "jotas", cursos concluídos por volta dos quarenta em "universidades" privadas, "currículos profissionais" apenas em "empresas" dos "tios" e dos "padrinhos" - intentam decretar o seu fim, na míngua de "capital social" e alardeiam a "exigência", o "rigor", a "contenção" e a "austeridade" só para os outros, através do assalto fiscal apenas a quem ainda trabalha ou trabalhou toda a vida e já está completamente sufocado por impostos, cortes e outros esbulhos disfarçados ou à paisana. Este é o lado "liberal"; o lado "porreirista" é que, pesarosos e com a lágrima a espreitar, correm imediatamente a pedir desculpa (por favor, não tragam é a corda ao pescoço, porque podem "dar ideias" a alguém).

terça-feira, 11 de setembro de 2012

O Reforço de Tesouraria e o Combate ao Desemprego


Segundo o Governo, a baixa da Taxa Social Única para as empresas, e o seu aumento para os trabalhadores, vai proporcionar um reforço de tesouraria que estas utilizarão no combate ao desemprego.
É verdade, pelo menos para as empresas que produzem e para os stands que comercializam este tipo de "popós" e outros bens da mesma gama.

sábado, 8 de setembro de 2012

A "Amêndoa" e o "Cimento"







Passos veio agora anunciar as novas  medidas de "austeridade" que permitem acatar (na verdade espera que permitam contornar) o acórdão do Tribunal Constitucional. Foi uma intervenção atabalhoada e palavrosa, mostrando afinal falta de coragem e procrastinação elocutória, pois o "embrulho", de muito pouca valia retórica, diga-se de passagem, serviu apenas de longo intróito para uma frustre justificação de questões semânticas (ou melhor, pragmáticas) como a de explicar que o brutal aumento de descontos impostos aos trabalhadores (e diminuição ao patronato) não é uma subida de "impostos", mas apenas de "taxas", "nuance" muito importante para todos (com especial destaque para o cinismo do CDS/PP que, ainda há instantes, arrepelava os cabelos e rasgava as vestes contra o "aumento da carga fiscal") menos para aqueles que as vão sofrer.
Trata-se de mais uma gigantesca operação Robin Hood às avessas, roubar ao Trabalho para engordar o Capital. Ao contrário do que proclamam os "vendilhões do templo", Marx e Lenine estão longe de estar "mortos" quanto à natureza e às funções do Estado que significa sempre a ditadura de uma "classe" sobre as outras. Em Portugal (e não só), às cavalitas da "troika", os mandaretes dos grandes interesses "privados" decidiram aproveitar a larguíssima janela de oportunidade para abocanhar o património público e promover a maior e mais sórdida transferência de recursos de que há memória.
Os florilégios de Passos, ainda que de muito fraca qualidade,  certamente bebidos na  compreensão juvenil de uma leitura precoce de "A Fenomenologia do Ser", obra inexistente que ele próprio atribui a Jean-Paul Sartre, revelando nisto a "escola" do "tio" Santana com a facécia dos "concertos para violino de Chopin", mas com um impacto muito mais devastador, veio, mais uma vez, tornar verídica a velha relação da "amêndoa", que é sempre pior, com o "cimento".
No fundo trata-se apenas de estender o esbulho aos trabalhadores do sector privado, sem o aligeirar a ninguém (a não ser ao patronato, claro), num exercício de rapacidade "equitativa".
E já nos fere os tímpanos o choro das carpideiras do costume; agora só é preciso que, desde o "líder da oposição" cujo partido, que é também o meu, tem largas culpas no cartório, até ao "avô cantigas" de Boliqueime/Belém, passando pelo Tribunal Constitucional, pelos sindicatos e por toda a "sociedade civil", mesmo falando menos, faça mais. À generalidade dos portugueses só lhes resta vir para a rua.


Zeca Afonso - Venham Mais Cinco (11/12) por Videos_Portugal