"Está o baile armado"! É o que perspectiva a declaração de ontem, 29 de Setembro, do Senhor Presidente da República que vem exprimir o seu muito justo "direito à indignação" (expressão que o então PR Mário Soares utilizou, em tempos, contra o então PM Cavaco Silva, enquanto as respectivas "equipas" se referiam a um como "o gajo" e ao outro como "o tipo") .
As coisas raramente são apenas o que parecem, mesmo tendo em conta o ângulo em que são observadas e a perspectiva do observador. Neste caso concreto, afigura-se-me estar montada uma "bernarda" daquelas "à antiga portuguesa", uma autêntica moscambilha em que a separação não será propriamente entre os "Cavaleiros Jedi" e o Dark Side of the Force, nem um puro produto alucinatório de algumas suspicious minds em delírio paranóide.
Já disse, em post anterior, que não costuma haver "fumo sem fogo" e que este caso me parece uma hipérbole de "cenas" corriqueiras mais ao estilo Maxwell Smart do que Le Carré, com "paus-de-cabeleira" de um lado "espantalhados" na comitiva do lado "oposto" suscitando contra-ataques de ópera-bufa por parte daqueles que, se calhar, ainda acreditam (segundo uma velha lenda "anti-fascista") que é possível "conspirar" em cafés que são locais públicos num país de "primos" cuscos em que toda a "famelga" topa toda a "famelga" (fazendo-me lembrar aqueles cavalheiros que vão "secretamente" com as amantes ao cinema onde está a passar o filme do momento, ou passar um fim-de-semana de "escapadela" precisamente ao hotel onde há um Congresso).
É basicamente uma história muito mal contada de parte a parte em que toda a gente terá "esqueletos no armário" e em que os mais "espertalhões" e que cometeram menos erros tácticos, tiveram a vantagem da aparente reviravolta na hora H.
Aliás, nisso o PSD e a Presidência da Répública terão ainda que "comer muita maizena" para estarem ao nível do desempenho do dedicado staff do lobby do "Partido do Governo" que tem "especialistas" a tempo inteiro, pois nunca fizeram mais nada senão enxamear por dentro do aparelho de Estado("Adjuntos", "Assessores" e "penduras" em geral, em regra made in "J") e outros mais profissionais que até já incendiaram a sério noutras latitudes, todos do tipo de gente que se presta a tudo.
Menosprezar o "poder de fogo" desta "Pide" e desta nova "União Nacional" é ser "Totó" e, como de costume, as "ingenuidades" pagam-se caras.
Mais ou menos como aqueles árbitros que por serem simpatizantes publicamente conhecidos de um dos clubes em jogo o prejudicam, para não serem acusados de o beneficiar.
Que é tudo muito terceiro-mundista é verdade, que dá mau aspecto também, só não nos deslustra muito por comparação - afinal em França o Presidente da República (Sarkozy) anda em tribunal com um ex-Primeiro Ministro (de Villepin) e na Itália pontifica Berlusconi.
É mesmo caso para concluir que, afinal, já chegámos mesmo à Madeira!
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
O Forte Contributo
É evidente que os professores e os funcionários públicos em geral (pelo menos os que não são da "cor") deram um forte contributo para a queda da maioria absoluta do PS/Sócrates. Ao alienar a sua tradicional base social de apoio, Sócrates cometeu um crasso erro estratégico e revelou irracionalidade táctica absoluta. Para o comprovar é só fazer as contas aos ganhos (poucos) e perdas (muitas) - pois "à primeira qualquer cai, mas à segunda só cai quem quer".
Afinal esta "grande vitória" - tão grande que o "Querido Líder" nem foi ao Rato e esteve-se "borrifando" (para não usar um vernáculo mais "carregado") para os poucos militantes e simpatizantes, verdadeiramente populares, que lá estiveram (afinal não é apenas o Louçã que tem relutância em apertar a mão às peixeiras).
Assim se confirma mais uma das infinitas vezes o aforismo de Kierkegaard acerca dos políticos - "nunca falam para indivíduos, mas apenas para multidões".
Bem pode o PS cantar vitória que o que o certo é que perdeu mais de meio milhão de votos, cerca de 9% dos eleitores e mais de vinte lugares no Parlamento que agora voltará a sê-lo em pleno e não apenas a câmara de eco do Feiticeiro de Oz.
Para o PS/Sócrates esta queda do pedestal da maioria absoluta bem pode ser o princípio do fim. Ficou, como se diz na gíria futebolística, a não depender apenas de si próprio e terá de fazer uma coisa a que não está habituado - negociar. Vamos ver como se sairá, sabendo nós que o panorama é sombrio e que, em função disso, as lutas sociais se irão agudizar.
É minha convicção que o Directório (mais do que "trilateral") que toma as decisões políticas cujo testa-de-ferro é Sócrates, irá optar inicialmente por um Governo Minoritário (tipo Guterres no formato, que não no estilo) e tentará negociar apoios parlamentares a la carte; esse modelo irá ser marcado pela intransigência negocial, sem qualquer vontade séria de diálogo com o objectivo implícito de inviabilizar acordos. Então e alegada a "ingovernabilidade" (sobretudo à esquerda), poderá evoluir para uma Coligação ou de Bloco Central ou, mais provável, com o CDS. Portas está "mortinho" por se sentar de novo à mesa do Conselho de Ministros e dará por isso muito mais do que os "oito tostões" que lhe sobram.
Portas é o grande real vencedor destas Eleições, conseguiu com o seu enérgico one man show criar uma dinâmica populista que contrastou com a "falta de jeito" do PSD, cuja líder se revelou de uma rigidez que roçou o rigor mortis que hoje não "cola" (Sócrates por exemplo sendo essencialmente rígido é melhor "actor de telenovela baratucha"); apresentando-se de forma reactiva (pronta a "rasgar", a "não fazer") perante um País que elege a fuga para a frente como forma rotineira de vida (senão vejamos a quantidade de automóveis e fogos que são adquiridos sem meios e depois devolvidos a fortiori) e sem "promessas", quando o eleitorado adora "promessas", mesmo que, como Sócrates fez, depois não sejam para cumprir, antes pelo contrário. Ficou ainda marcada pelas incoerências no domínio da "Ética" com os "casos" Preto e Lopes da Costa e, pior dos piores, deixou-se escorregar numa "casca de banana" e envolver na teia nebulosa do chamado "caso
das escutas" em que fez figura (não sei se merecida) de arroseur arrosé.
Todos esperamos ansiosamente que Sua Excelência o Senhor Presidente da República se decida a dizer o que prometeu acerca de tão aparatoso incidente.
Pior só mesmo Santana Lopes (que a propósito e contra a "teoria dos ovos e dos cestos") deverá perder a "corrida" para a Câmara de Lisboa.
Portas foi o único a aguentar com sucesso o embate com Sócrates no mano-a-mano televisivo e explorou os nichos eleitorais da insegurança e da arbitrariedade dos apoios sociais assumindo o "politicamente incorrecto" com proveitos a que todos os outros (PSD incluído), por medo da rotulagem ou por falta de soluções, renunciaram. Num País em que o salário mínimo é de 450 Euros e há quem receba de Rendimento Social de Inserção (vulgo "Rendimento Mínimo" que nada e ninguém insere) vários múltiplos disso sem nunca ter descontado, nem pago impostos e, em certos e não poucos casos comprovados a olho nu, exibindo sinais exteriores de riqueza (automóveis e consumos supérfluos) que, muito justamente, indignam quem trabalha no duro, ganha pouco, tem despesas essenciais que ninguém subsidia e ainda por cima, paga impostos; tal campanha teve necessariamente eco.
Captou assim os sufrágios da fragilidade - dos idosos, das mulheres e dos jovens obrigados a viver na "selva" urbana e suburbana expostos a todo o tipo de agressões numa clima social de insegurança que é muito mais do que "psicológica" como os "encobridores" a costumam classificar.
Portas jogou de mestre, ainda que ao apanhar-se no Poder pouco vá ligar as esses compromissos e vá estar mais virado para submarinos, sobreiros, Women on Waves e coisas desse jaez.
O Bloco foi uma semi-desilusão, sendo certo que capitalizou o descontentamento do eleitorado tradicional do PS que este estupidamente alienou (com a ilusão da descartabilidade da direita perante as medidas efectivamente neoliberais que tomou ainda que a coberto da retórica do "Estado Social") não conseguindo, e isto é capaz de ser positivo por constituir uma "bolsa" de reserva de crescimento, transferir para si o máximo possível de eleitorado.
Isso ficou a dever-se à súbita incapacidade que Louçã teve de enfrentar a "cassete" de Sócrates no debate entre ambos em que não conseguiu por falta de ímpeto, de "reflexos" e de "agilidade", denunciar a má-fé dos argumentos contrários, descontextualizados e matraqueados até à exaustão o que não teria sido díficil.
Quanto ao "ataque fiscal à classe média" bastaria "curar a dentada do cão com o pêlo do mesmo" e relembrar a subida generalizada de impostos promovida pelo Governo e as declarações recentes de Teixeira dos Santos, Ministro das Finanças, em relação ao provável destino das deduções fiscais de Saúde e Educação e ficaríamos esclarecidos; quanto ao Programa do Bloco ser "secreto" como afirmou Sócrates, bastaria perguntar-lhe como o tinha na mão? (se calhar soube-o através de alguma "escuta").
Outra inabilidade foi, sendo doutourado e Professor Catedrático, deixar-se tratar pelo nome próprio sem títulos, perante uma audiência que os endeusa, por um bacharel com uma "licenciatura" feita por fax a quem tratou por "engenheiro". Ainda por cima entrando em perdas de tempo autojustificativas quando era a ele que lhe competia atacar; outro "erro fatal" foi não ter pegado em "directo e ao vivo" no tema "Educação" um autêntico manancial, com todo o potencial cinético, explorando as grossíssimas asneiras do Governo/Sócrates neste sector.
Depois a Campanha entrou em "banho-maria" e tudo girou em torno de fait-divers com os PPRs e as Acções de Empresas Públicas etc.. Note-se que aqui os mídia controlados pelo Poder ou tendo que ser "simpáticos" para ele já não dispensaram ao Bloco a "meiguice" do costume (agora era a "doer", o que estava em causa era demasiado importante e o PCP depois das "europeias" por já estar "de rastos", não requeria mais "pancadaria", de tal modo, que o próprio Sócrates se excedeu em elogios a Jerónimo de Sousa). O Bloco também errou, ainda que lateralmente, ao abandonar totalmente o discurso das causas "fracturantes" uma vez que o deixou inteirinho para o PS, quem tiver dúvidas repare nas bandeiras "arco-íris" ao lado das da "mãozinha" e da "rosa" no Altis.
É certo que the first things first e os portugueses terão mais em que pensar na actual conjuntura, mas é um erro abandonar completamente o "campo", sendo certo e sabido que alguém o ocupará.
Importante também a quebra do potencial de negociação e na "moral" das "hostes" do Bloco por ter sido, mais uma vez contra as projecções (ena tanta mentira junta) e contra a "fanfarronada" de Louçã no Comício de Encerramento, ultrapassado em votos e principalmente em número de mandatos (mais quatro) pelo CDS/PP.
A CDU, quer dizer o PCP e os seus "satélites" ficcionais - "Os Verdes" e outras eventuais não-existências, vão alegremente de "vitória" em "vitória" até à derrota final e se é certo que até elegeram mais um deputado (ficando com quinze), não é menos certo que se deixaram ultrapassar pelo Bloco pela segunda vez consecutiva passando a quinta e última força parlamentar e perdendo o lugar na Mesa da AR.
Não será, certamente, só com "manifs" sindicais, greves, Festas do Avante, t-shirts do Che, entreameadas, "caipiroskas" e "mentiritas" que ça ira.
Se bem que nas Autárquicas outro galo venha a cantar e isto também se aplica ao PSD, também é certo que esse é outro campeonato.
Afinal esta "grande vitória" - tão grande que o "Querido Líder" nem foi ao Rato e esteve-se "borrifando" (para não usar um vernáculo mais "carregado") para os poucos militantes e simpatizantes, verdadeiramente populares, que lá estiveram (afinal não é apenas o Louçã que tem relutância em apertar a mão às peixeiras).
Assim se confirma mais uma das infinitas vezes o aforismo de Kierkegaard acerca dos políticos - "nunca falam para indivíduos, mas apenas para multidões".
Bem pode o PS cantar vitória que o que o certo é que perdeu mais de meio milhão de votos, cerca de 9% dos eleitores e mais de vinte lugares no Parlamento que agora voltará a sê-lo em pleno e não apenas a câmara de eco do Feiticeiro de Oz.
Para o PS/Sócrates esta queda do pedestal da maioria absoluta bem pode ser o princípio do fim. Ficou, como se diz na gíria futebolística, a não depender apenas de si próprio e terá de fazer uma coisa a que não está habituado - negociar. Vamos ver como se sairá, sabendo nós que o panorama é sombrio e que, em função disso, as lutas sociais se irão agudizar.
É minha convicção que o Directório (mais do que "trilateral") que toma as decisões políticas cujo testa-de-ferro é Sócrates, irá optar inicialmente por um Governo Minoritário (tipo Guterres no formato, que não no estilo) e tentará negociar apoios parlamentares a la carte; esse modelo irá ser marcado pela intransigência negocial, sem qualquer vontade séria de diálogo com o objectivo implícito de inviabilizar acordos. Então e alegada a "ingovernabilidade" (sobretudo à esquerda), poderá evoluir para uma Coligação ou de Bloco Central ou, mais provável, com o CDS. Portas está "mortinho" por se sentar de novo à mesa do Conselho de Ministros e dará por isso muito mais do que os "oito tostões" que lhe sobram.
Portas é o grande real vencedor destas Eleições, conseguiu com o seu enérgico one man show criar uma dinâmica populista que contrastou com a "falta de jeito" do PSD, cuja líder se revelou de uma rigidez que roçou o rigor mortis que hoje não "cola" (Sócrates por exemplo sendo essencialmente rígido é melhor "actor de telenovela baratucha"); apresentando-se de forma reactiva (pronta a "rasgar", a "não fazer") perante um País que elege a fuga para a frente como forma rotineira de vida (senão vejamos a quantidade de automóveis e fogos que são adquiridos sem meios e depois devolvidos a fortiori) e sem "promessas", quando o eleitorado adora "promessas", mesmo que, como Sócrates fez, depois não sejam para cumprir, antes pelo contrário. Ficou ainda marcada pelas incoerências no domínio da "Ética" com os "casos" Preto e Lopes da Costa e, pior dos piores, deixou-se escorregar numa "casca de banana" e envolver na teia nebulosa do chamado "caso
das escutas" em que fez figura (não sei se merecida) de arroseur arrosé.
Todos esperamos ansiosamente que Sua Excelência o Senhor Presidente da República se decida a dizer o que prometeu acerca de tão aparatoso incidente.
Pior só mesmo Santana Lopes (que a propósito e contra a "teoria dos ovos e dos cestos") deverá perder a "corrida" para a Câmara de Lisboa.
Portas foi o único a aguentar com sucesso o embate com Sócrates no mano-a-mano televisivo e explorou os nichos eleitorais da insegurança e da arbitrariedade dos apoios sociais assumindo o "politicamente incorrecto" com proveitos a que todos os outros (PSD incluído), por medo da rotulagem ou por falta de soluções, renunciaram. Num País em que o salário mínimo é de 450 Euros e há quem receba de Rendimento Social de Inserção (vulgo "Rendimento Mínimo" que nada e ninguém insere) vários múltiplos disso sem nunca ter descontado, nem pago impostos e, em certos e não poucos casos comprovados a olho nu, exibindo sinais exteriores de riqueza (automóveis e consumos supérfluos) que, muito justamente, indignam quem trabalha no duro, ganha pouco, tem despesas essenciais que ninguém subsidia e ainda por cima, paga impostos; tal campanha teve necessariamente eco.
Captou assim os sufrágios da fragilidade - dos idosos, das mulheres e dos jovens obrigados a viver na "selva" urbana e suburbana expostos a todo o tipo de agressões numa clima social de insegurança que é muito mais do que "psicológica" como os "encobridores" a costumam classificar.
Portas jogou de mestre, ainda que ao apanhar-se no Poder pouco vá ligar as esses compromissos e vá estar mais virado para submarinos, sobreiros, Women on Waves e coisas desse jaez.
O Bloco foi uma semi-desilusão, sendo certo que capitalizou o descontentamento do eleitorado tradicional do PS que este estupidamente alienou (com a ilusão da descartabilidade da direita perante as medidas efectivamente neoliberais que tomou ainda que a coberto da retórica do "Estado Social") não conseguindo, e isto é capaz de ser positivo por constituir uma "bolsa" de reserva de crescimento, transferir para si o máximo possível de eleitorado.
Isso ficou a dever-se à súbita incapacidade que Louçã teve de enfrentar a "cassete" de Sócrates no debate entre ambos em que não conseguiu por falta de ímpeto, de "reflexos" e de "agilidade", denunciar a má-fé dos argumentos contrários, descontextualizados e matraqueados até à exaustão o que não teria sido díficil.
Quanto ao "ataque fiscal à classe média" bastaria "curar a dentada do cão com o pêlo do mesmo" e relembrar a subida generalizada de impostos promovida pelo Governo e as declarações recentes de Teixeira dos Santos, Ministro das Finanças, em relação ao provável destino das deduções fiscais de Saúde e Educação e ficaríamos esclarecidos; quanto ao Programa do Bloco ser "secreto" como afirmou Sócrates, bastaria perguntar-lhe como o tinha na mão? (se calhar soube-o através de alguma "escuta").
Outra inabilidade foi, sendo doutourado e Professor Catedrático, deixar-se tratar pelo nome próprio sem títulos, perante uma audiência que os endeusa, por um bacharel com uma "licenciatura" feita por fax a quem tratou por "engenheiro". Ainda por cima entrando em perdas de tempo autojustificativas quando era a ele que lhe competia atacar; outro "erro fatal" foi não ter pegado em "directo e ao vivo" no tema "Educação" um autêntico manancial, com todo o potencial cinético, explorando as grossíssimas asneiras do Governo/Sócrates neste sector.
Depois a Campanha entrou em "banho-maria" e tudo girou em torno de fait-divers com os PPRs e as Acções de Empresas Públicas etc.. Note-se que aqui os mídia controlados pelo Poder ou tendo que ser "simpáticos" para ele já não dispensaram ao Bloco a "meiguice" do costume (agora era a "doer", o que estava em causa era demasiado importante e o PCP depois das "europeias" por já estar "de rastos", não requeria mais "pancadaria", de tal modo, que o próprio Sócrates se excedeu em elogios a Jerónimo de Sousa). O Bloco também errou, ainda que lateralmente, ao abandonar totalmente o discurso das causas "fracturantes" uma vez que o deixou inteirinho para o PS, quem tiver dúvidas repare nas bandeiras "arco-íris" ao lado das da "mãozinha" e da "rosa" no Altis.
É certo que the first things first e os portugueses terão mais em que pensar na actual conjuntura, mas é um erro abandonar completamente o "campo", sendo certo e sabido que alguém o ocupará.
Importante também a quebra do potencial de negociação e na "moral" das "hostes" do Bloco por ter sido, mais uma vez contra as projecções (ena tanta mentira junta) e contra a "fanfarronada" de Louçã no Comício de Encerramento, ultrapassado em votos e principalmente em número de mandatos (mais quatro) pelo CDS/PP.
A CDU, quer dizer o PCP e os seus "satélites" ficcionais - "Os Verdes" e outras eventuais não-existências, vão alegremente de "vitória" em "vitória" até à derrota final e se é certo que até elegeram mais um deputado (ficando com quinze), não é menos certo que se deixaram ultrapassar pelo Bloco pela segunda vez consecutiva passando a quinta e última força parlamentar e perdendo o lugar na Mesa da AR.
Não será, certamente, só com "manifs" sindicais, greves, Festas do Avante, t-shirts do Che, entreameadas, "caipiroskas" e "mentiritas" que ça ira.
Se bem que nas Autárquicas outro galo venha a cantar e isto também se aplica ao PSD, também é certo que esse é outro campeonato.
domingo, 27 de setembro de 2009
Palhaçadas
"As Luzes consistem em fazer sair o Homem da menoridade em que voluntariamente se encontra".
Immanuel Kant (1724-1804)
Agora que, infelizmente, faleceu a primeira vítima efectiva da Gripe A em Portugal não consigo deixar de assinalar a autêntica palhaçada erigida em torno da putativa pandemia cujo perigo de modo algum quero negar.
A questão é a da eficácia das medidas "implementadas" que me parecem ser de "muita parra e pouca uva".
A moda das "garrafinhas" de álcool (dispensadores de gel alcoólico na linguagem oficial) "pegou de estaca"; afinal o povo é sereno e vai atrás de modas.
Vai daí é um "ver se te avias" de esfrega para ficar com as mãozinhas "desinfectadas".
Pena é que em muitos locais públicos e de acesso público - Escolas, Repartições, Centros Comerciais, Cinemas, Hipermercados, Cafés e Restaurantes (mesmo os mais afamados e melhor situados e todos podemos citar casos concretos) se mantenham as instalações sanitárias, quando existem de facto, na pior das ímundices sem que nenhuma ASAE (tão lesta a atacar o "terrível flagelo" das bolas-de-berlim) intervenha e sem que ninguém pareça preocupar-se; parece que todo o "perigo" estará esconjurado se não nos esquecermos de "esfregar as mãozinhas".
Quem estará, com certeza, a esfregá-las de contentamento são as empresas que vendem os tais produtos "milagrosos" e os decisores políticos que orquestram estas campanhas e nos "comem" por tansos.
Immanuel Kant (1724-1804)
Agora que, infelizmente, faleceu a primeira vítima efectiva da Gripe A em Portugal não consigo deixar de assinalar a autêntica palhaçada erigida em torno da putativa pandemia cujo perigo de modo algum quero negar.
A questão é a da eficácia das medidas "implementadas" que me parecem ser de "muita parra e pouca uva".
A moda das "garrafinhas" de álcool (dispensadores de gel alcoólico na linguagem oficial) "pegou de estaca"; afinal o povo é sereno e vai atrás de modas.
Vai daí é um "ver se te avias" de esfrega para ficar com as mãozinhas "desinfectadas".
Pena é que em muitos locais públicos e de acesso público - Escolas, Repartições, Centros Comerciais, Cinemas, Hipermercados, Cafés e Restaurantes (mesmo os mais afamados e melhor situados e todos podemos citar casos concretos) se mantenham as instalações sanitárias, quando existem de facto, na pior das ímundices sem que nenhuma ASAE (tão lesta a atacar o "terrível flagelo" das bolas-de-berlim) intervenha e sem que ninguém pareça preocupar-se; parece que todo o "perigo" estará esconjurado se não nos esquecermos de "esfregar as mãozinhas".
Quem estará, com certeza, a esfregá-las de contentamento são as empresas que vendem os tais produtos "milagrosos" e os decisores políticos que orquestram estas campanhas e nos "comem" por tansos.
sábado, 26 de setembro de 2009
"Com a mania das Igualdades..."
Entre este "nosso" Sócrates e o da Grécia Antiga há uma coisa em comum (há quem diga que até haverá mais), mas esta é observável - de ambos nada de escrito se conhece.
A partir daí são só diferenças - quanto ao que foi dito pelo ateniense está magnificamente narrado por ilustres contemporâneos (Platão, Xenofonte), quanto ao "modernaço" de Vilar de Maçada está tudo nos seus discursos.
Ainda ontem, por exemplo, Sócrates (o Pinto de Sousa), afirmou no encerramento da campanha eleitoral ser "pela igualdade de oportunidades para todos".
Ora, eu que pensava que ser apenas "pela igualdade de oportunidades" bastava para "transmitir a ideia".
A não ser que não seja só analfabetismo funcional, mas "intencionalidade" no conceito - é que ele está habituado a dividir tudo em "ametades", mas como é o "irmão mais velho" fica sempre com a "ametade" maior.
A partir daí são só diferenças - quanto ao que foi dito pelo ateniense está magnificamente narrado por ilustres contemporâneos (Platão, Xenofonte), quanto ao "modernaço" de Vilar de Maçada está tudo nos seus discursos.
Ainda ontem, por exemplo, Sócrates (o Pinto de Sousa), afirmou no encerramento da campanha eleitoral ser "pela igualdade de oportunidades para todos".
Ora, eu que pensava que ser apenas "pela igualdade de oportunidades" bastava para "transmitir a ideia".
A não ser que não seja só analfabetismo funcional, mas "intencionalidade" no conceito - é que ele está habituado a dividir tudo em "ametades", mas como é o "irmão mais velho" fica sempre com a "ametade" maior.
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
"Quem não se sente..."
Hoje e dado o contexto, vou "postar" "corporativamente" para fazer jus ao epíteto com que fui "brindado" pelo Primeiro-Ministro em exercício e seus apaniguados.
Como digo neste blog sou professor desde 76/77, mas também sou co-fundador da Secção do Barreiro do Partido Socialista ainda em Abril de 74 (mais precisamente no dia 29 de Abril, uma segunda-feira) e, escusado será dizer que arrostei com o risco, elevado na altura, de ser militante e ainda por cima "pioneiro", do PS em terra "vermelha" - o Barreiro, a "Moscovo Ocidental" como era, até internacionalmente, conhecida desde os anos 40.
O mesmo se passou na Universidade de Lisboa quase totalmente dominada pela UEC, a organização estudantil do PCP, sectária e caceteira. Em ambas as situações tive muitas vezes que enfrentar a violência, muito mais do que verbal, das "Brigadas Brezhnev". Enquanto isso, o actual Primeiro-Ministro era militante da JSD, a actual Ministra da Educação era "anarquista" e os Secretários de Estado da mesma pasta, um, ao que sei, sindicalista esquerdista e o outro iniciava a sua "carreira política" pelas bandas do CDS.
Hoje estão todos no PS ou nas suas (in)dependências e são responsáveis por uma das maiores guerras sociais de que há memória em Portugal - a autêntica guerra que moveram aos professores. E qual foi o casus belli?
O facto de, contrariamente ao proclamado quer durante a Campanha Eleitoral de 2005, quer no Programa Eleitoral do Partido Socialista desse mesmo ano, o Governo Sócrates ter encetado um programa oculto, um programa encapotadamente neoliberal, de alegado "combate aos lobbies" e aos "interesses e privilégios corporativos" - aos juízes e magistrados em geral, aos farmacêuticos, aos médicos e enfermeiros, aos militares e também aos polícias, de resto, a toda a Função Pública, afinal a que "trabalha menos horas, têm mais dias de férias e é a mais bem paga da Europa". Mas que serviu como "cortina de fumo" para deixar de fora e incólumes os verdadeiros interesses e privilégios, dos verdadeiros lobbies e das verdadeiras corporações - os Bancos e Seguradoras, os grandes monopólios de facto das Comunicações e Energia (GALP, EDP, PT) e as grandes superfícies comerciais. Enfim, a "Irmandade do Cifrão" e os vigaristas de médio e alto coturno cujos lucros são privados, mas cujos prejuízos são pagos por todos os que pagam impostos.
Ao fim e ao cabo, depois de, alegadamente para combater o défice orçamental, terem congelado as carreiras e as progressões, aumentado a idade da reforma e a carreira contributiva, mudando as regras a "meio do jogo", detiveram-se com afinco e particulares "requintes de malvadez" num único grupo profissional: os professores - a quem saiu a "fava" e quiseram fazer de "bode expiatório" de todos os males da Educação resultantes de políticas asnáticas e de chagas sociais causadas pelos "desgovernos" que temos tido.
É que, segundo o que acabou por confessar o "insigne" Marcos Perestrello, certamente um expert em estratégia política, usando as velhas tácticas da "argamassa" e do "salame", ou seja, pôr todos "à molhada" para depois cortar às fatias: "era preciso criar alguma tensão sobre determinados sectores para que a população aceitasse as medidas".
Ora, teriam feito bem melhor se tivessem ido "criar tensão" com as respectivas mãezinhas!
Estou a declarar neste post que, sendo filiado no PS e tendo contribuído activamente para a maioria absoluta ainda em exercício, não votarei desta vez neste PS, assim como não votarei PS em circunstância alguma enquanto se mantiver a Direcção/Sócrates que usou todo o aparato do Governo e o aparelho do Partido que eu ajudei a implantar em território díficil, para mover uma autêntica, e esta verdadeira, campanha negra de mentiras, calúnias, injúrias, humilhações e aviltamento do estatuto profissional e social dos professores, minando a dignidade e consequentemente a legítima autoridade, ainda que pretextando hipocritamente o contrário, visando instabilizar, desmotivar e conduzir ao abandono precoce da profissão de todos os que depois de darem tudo, o acabaram por fazer.
De darem tudo mesmo: de terem andado durante anos e anos literalmente com a "casa às costas" a dormir em quartos alugados e a comer "meias doses" com salários miseráveis. Mas disso já se esqueceram!!!
Uma guerra social sem precedentes com graves consequências actuais e futuras, desrespeitando e incitando ao desrespeito sobre aqueles que deveria respeitar e fazer respeitar. Apoucando e aviltando quem lhe era mester enobrecer.
Foi uma verdadeira campanha de ódio, excitando o que de mais baixo há na condição humana - a inveja sem motivo objectivo e o ressentimento social tipicos de um país velho e pobre onde se consegue com a propaganda adequada que toda a gente passe a odiar toda a gente, porque toda a gente acha que por mais magra e enfezada que seja "a galinha da vizinha é sempre mais gorda do que a minha".
Através do recurso infrene e despudorado a apelos "justicialistas" ao "nivelamento por baixo", a comparações descontextualizadas (em que, aliás, Sócrates e os seus advisors são especialistas), à mais completa má-fé, à burocratização absurda da profissão docente e à sua funcionarização como estratégia punitiva sem qualquer proveito sistémico, ao alongamento dos horários com inanidades e inutilidades cuja finalidade única é o vexame público, a uma pseudo-"avaliação" em que afinal as aulas acabam por não contar, mas em que conta apenas a "sacrossanta" papelada, à intimidação constante nos locais de trabalho pelos "bufos", "capatazes" e tachistas de serviço, que os há sempre. Promovendo uma fractura da carreira completamente despropositada com a única finalidade de fazer de uns "polícias" dos outros, ao clima de mentira e perseguição constante que fez com que iniciemos os anos lectivos longe do entusiasmo de outrora e já completamente extenuados, as fraudes do facilistismo e do pseudo-"sucesso", a arrogância e a mesquinhez desta "tropa fandanga" a começar pela tríade ministerial e acabar no "chefe", merece, que desta vez, como já nas Europeias, se temos brio e "vergonha na cara", não votemos no PS.
Colega: "Quem não se sente não é filho de boa gente!!!"
Se não queres mais quatro anos, pelo menos, de ditadura das bestas arvoradas e de escravatura burocrática.
Desta vez - faz como eu, passa a palavra e - Não votes PS!!!
Como digo neste blog sou professor desde 76/77, mas também sou co-fundador da Secção do Barreiro do Partido Socialista ainda em Abril de 74 (mais precisamente no dia 29 de Abril, uma segunda-feira) e, escusado será dizer que arrostei com o risco, elevado na altura, de ser militante e ainda por cima "pioneiro", do PS em terra "vermelha" - o Barreiro, a "Moscovo Ocidental" como era, até internacionalmente, conhecida desde os anos 40.
O mesmo se passou na Universidade de Lisboa quase totalmente dominada pela UEC, a organização estudantil do PCP, sectária e caceteira. Em ambas as situações tive muitas vezes que enfrentar a violência, muito mais do que verbal, das "Brigadas Brezhnev". Enquanto isso, o actual Primeiro-Ministro era militante da JSD, a actual Ministra da Educação era "anarquista" e os Secretários de Estado da mesma pasta, um, ao que sei, sindicalista esquerdista e o outro iniciava a sua "carreira política" pelas bandas do CDS.
Hoje estão todos no PS ou nas suas (in)dependências e são responsáveis por uma das maiores guerras sociais de que há memória em Portugal - a autêntica guerra que moveram aos professores. E qual foi o casus belli?
O facto de, contrariamente ao proclamado quer durante a Campanha Eleitoral de 2005, quer no Programa Eleitoral do Partido Socialista desse mesmo ano, o Governo Sócrates ter encetado um programa oculto, um programa encapotadamente neoliberal, de alegado "combate aos lobbies" e aos "interesses e privilégios corporativos" - aos juízes e magistrados em geral, aos farmacêuticos, aos médicos e enfermeiros, aos militares e também aos polícias, de resto, a toda a Função Pública, afinal a que "trabalha menos horas, têm mais dias de férias e é a mais bem paga da Europa". Mas que serviu como "cortina de fumo" para deixar de fora e incólumes os verdadeiros interesses e privilégios, dos verdadeiros lobbies e das verdadeiras corporações - os Bancos e Seguradoras, os grandes monopólios de facto das Comunicações e Energia (GALP, EDP, PT) e as grandes superfícies comerciais. Enfim, a "Irmandade do Cifrão" e os vigaristas de médio e alto coturno cujos lucros são privados, mas cujos prejuízos são pagos por todos os que pagam impostos.
Ao fim e ao cabo, depois de, alegadamente para combater o défice orçamental, terem congelado as carreiras e as progressões, aumentado a idade da reforma e a carreira contributiva, mudando as regras a "meio do jogo", detiveram-se com afinco e particulares "requintes de malvadez" num único grupo profissional: os professores - a quem saiu a "fava" e quiseram fazer de "bode expiatório" de todos os males da Educação resultantes de políticas asnáticas e de chagas sociais causadas pelos "desgovernos" que temos tido.
É que, segundo o que acabou por confessar o "insigne" Marcos Perestrello, certamente um expert em estratégia política, usando as velhas tácticas da "argamassa" e do "salame", ou seja, pôr todos "à molhada" para depois cortar às fatias: "era preciso criar alguma tensão sobre determinados sectores para que a população aceitasse as medidas".
Ora, teriam feito bem melhor se tivessem ido "criar tensão" com as respectivas mãezinhas!
Estou a declarar neste post que, sendo filiado no PS e tendo contribuído activamente para a maioria absoluta ainda em exercício, não votarei desta vez neste PS, assim como não votarei PS em circunstância alguma enquanto se mantiver a Direcção/Sócrates que usou todo o aparato do Governo e o aparelho do Partido que eu ajudei a implantar em território díficil, para mover uma autêntica, e esta verdadeira, campanha negra de mentiras, calúnias, injúrias, humilhações e aviltamento do estatuto profissional e social dos professores, minando a dignidade e consequentemente a legítima autoridade, ainda que pretextando hipocritamente o contrário, visando instabilizar, desmotivar e conduzir ao abandono precoce da profissão de todos os que depois de darem tudo, o acabaram por fazer.
De darem tudo mesmo: de terem andado durante anos e anos literalmente com a "casa às costas" a dormir em quartos alugados e a comer "meias doses" com salários miseráveis. Mas disso já se esqueceram!!!
Uma guerra social sem precedentes com graves consequências actuais e futuras, desrespeitando e incitando ao desrespeito sobre aqueles que deveria respeitar e fazer respeitar. Apoucando e aviltando quem lhe era mester enobrecer.
Foi uma verdadeira campanha de ódio, excitando o que de mais baixo há na condição humana - a inveja sem motivo objectivo e o ressentimento social tipicos de um país velho e pobre onde se consegue com a propaganda adequada que toda a gente passe a odiar toda a gente, porque toda a gente acha que por mais magra e enfezada que seja "a galinha da vizinha é sempre mais gorda do que a minha".
Através do recurso infrene e despudorado a apelos "justicialistas" ao "nivelamento por baixo", a comparações descontextualizadas (em que, aliás, Sócrates e os seus advisors são especialistas), à mais completa má-fé, à burocratização absurda da profissão docente e à sua funcionarização como estratégia punitiva sem qualquer proveito sistémico, ao alongamento dos horários com inanidades e inutilidades cuja finalidade única é o vexame público, a uma pseudo-"avaliação" em que afinal as aulas acabam por não contar, mas em que conta apenas a "sacrossanta" papelada, à intimidação constante nos locais de trabalho pelos "bufos", "capatazes" e tachistas de serviço, que os há sempre. Promovendo uma fractura da carreira completamente despropositada com a única finalidade de fazer de uns "polícias" dos outros, ao clima de mentira e perseguição constante que fez com que iniciemos os anos lectivos longe do entusiasmo de outrora e já completamente extenuados, as fraudes do facilistismo e do pseudo-"sucesso", a arrogância e a mesquinhez desta "tropa fandanga" a começar pela tríade ministerial e acabar no "chefe", merece, que desta vez, como já nas Europeias, se temos brio e "vergonha na cara", não votemos no PS.
Colega: "Quem não se sente não é filho de boa gente!!!"
Se não queres mais quatro anos, pelo menos, de ditadura das bestas arvoradas e de escravatura burocrática.
Desta vez - faz como eu, passa a palavra e - Não votes PS!!!
Até que enfim!
Finalmente aconteceu o que "todos", pelo menos a avaliar pelos "mídia", esperavam: a Srª. Ministra da Saúde veio anunciar a primeira morte causada pela Gripe A em território nacional (no Hospital de S. João no Porto).
Dando de barato que é comum e normal (e até de "bom tom") que, em países "civilizados", os Ministros promovam conferências de imprensa para noticiar uma morte num hospital, podemos suspirar de alívio - já não era sem tempo!
Também nisto somos um "país europeu", se bem que em pequena escala, temos, pelo menos, uma vítima mortal da epidemia o que nos tira de cima o peso de podermos vir a ser considerados qualquer aberração terceiro-mundista a exemplo daquela telenovela brasileira em que o Prefeito Odorico Paraguaçu inaugurou um cemitério e depois, para estragar a festa, ninguém morria.
Desta vez o que parece estar a "estragar a festa" é a conferência de imprensa dada logo a seguir à da Ministra pela direcção clínica do S. João afirmando que o homem, afinal, não morreu da tão decantada Gripe A, mas de uma infecção bacteriológica daquelas que, por falta de condições de higiene, se costumam apanhar nos hospitais portugueses.
Ingratos é o que eles são!
Dando de barato que é comum e normal (e até de "bom tom") que, em países "civilizados", os Ministros promovam conferências de imprensa para noticiar uma morte num hospital, podemos suspirar de alívio - já não era sem tempo!
Também nisto somos um "país europeu", se bem que em pequena escala, temos, pelo menos, uma vítima mortal da epidemia o que nos tira de cima o peso de podermos vir a ser considerados qualquer aberração terceiro-mundista a exemplo daquela telenovela brasileira em que o Prefeito Odorico Paraguaçu inaugurou um cemitério e depois, para estragar a festa, ninguém morria.
Desta vez o que parece estar a "estragar a festa" é a conferência de imprensa dada logo a seguir à da Ministra pela direcção clínica do S. João afirmando que o homem, afinal, não morreu da tão decantada Gripe A, mas de uma infecção bacteriológica daquelas que, por falta de condições de higiene, se costumam apanhar nos hospitais portugueses.
Ingratos é o que eles são!
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
Coerência e "Semântica"
A notícia do dia é bem o exemplo da coerência política na atitude deste governo e do extremo cuidado que "põe" em questões de natureza "semântica".
Perante a suspensão de entrega de computadores "Magalhães" aos alunos que agora iniciam o Ensino Básico (antiga 1ª classe), o Ministério da Educação pela voz do Secetário de Estado, (especializado, aliás, neste tipo de nuances), Valter Lemos, "esclareceu" que : "não se trata de uma supensão, mas apenas de uma paragem; pois o próximo Governo que sair das eleições, saberá se deve ou não continuar o Programa de entregas".
É óbvio que não é apenas uma "paragem", mas descaradamente mais uma das chantagens em que o Governo Sócrates e a tríade do Ministério da Educação têm sido useiros e vezeiros.
Lá coerência não lhes falta, não senhor!
Perante a suspensão de entrega de computadores "Magalhães" aos alunos que agora iniciam o Ensino Básico (antiga 1ª classe), o Ministério da Educação pela voz do Secetário de Estado, (especializado, aliás, neste tipo de nuances), Valter Lemos, "esclareceu" que : "não se trata de uma supensão, mas apenas de uma paragem; pois o próximo Governo que sair das eleições, saberá se deve ou não continuar o Programa de entregas".
É óbvio que não é apenas uma "paragem", mas descaradamente mais uma das chantagens em que o Governo Sócrates e a tríade do Ministério da Educação têm sido useiros e vezeiros.
Lá coerência não lhes falta, não senhor!
"Não-Inscrição"
O nosso lastro "latino-católico" torna-nos, em geral, indiferentes e até coniventes face a situações conhecidas que em paragens de lastro protestante seriam autênticos escândalos de dimensões drásticas.
Por isso se mantém um "ping-pong" de retórica mais ou menos oca em torno do chamado "caso das escutas" que noutras circunstâncias "culturais" e a confirmar-se o que parece ter sido, configuraria um autêntico Watergate .
É aquilo que o Professor José Gil chama o fenómeno da "não-inscrição"; entre nós a pior das velhacarias parece não ter tido qualquer importância e a deslealdade até consegue ser premiada; tudo se "desculpa", mesmo que tenha produzido o mais tenebroso dos efeitos.
Como o "gajo" que manda uma "pêra" noutro e diz: - "Eh pá desculpa lá, era a brincar"!!!
E a "brincar", a "brincar"...
É então a "não-inscrição", mas curiosamente não somos assim para tudo, é só ver a quantidade enorme de "inscrições" no Benfica, no Sporting e no Porto!
Por isso se mantém um "ping-pong" de retórica mais ou menos oca em torno do chamado "caso das escutas" que noutras circunstâncias "culturais" e a confirmar-se o que parece ter sido, configuraria um autêntico Watergate .
É aquilo que o Professor José Gil chama o fenómeno da "não-inscrição"; entre nós a pior das velhacarias parece não ter tido qualquer importância e a deslealdade até consegue ser premiada; tudo se "desculpa", mesmo que tenha produzido o mais tenebroso dos efeitos.
Como o "gajo" que manda uma "pêra" noutro e diz: - "Eh pá desculpa lá, era a brincar"!!!
E a "brincar", a "brincar"...
É então a "não-inscrição", mas curiosamente não somos assim para tudo, é só ver a quantidade enorme de "inscrições" no Benfica, no Sporting e no Porto!
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
A Trama
"Em Portugal não há drama, tudo é intriga e trama"!
José Gil, "Portugal Hoje - O Medo de Existir"
A presente campanha eleitoral e mesmo a chamada pré-campanha têm sido marcadas por um clima nevoento e pegajoso de suspeição da parte de muitos, como se diz agora, "actores políticos" e até de vários "figurantes".
Desde inanidades como os votos alegadamente, como também agora se diz, "comprados" em eleições internas do PSD, como se essa prática, que devia merecer escândalo, mas sempre, não apenas agora, não fosse corrente no PS e noutros partidos, passando pelo "saneamento" de Manuela Moura Guedes e a "domesticação" da TVI, agora com a Informação entregue, ao mais cordato e conveniente, "Juca" Magalhães, e descambando no "caso das escutas" e já agora, dos mails, "todos" (os protagonistas), claro, se estão a deixar envolver em "estórias" no mínimo muito mal contadas.
Com especial destaque para o Director do "Público" que não teve o cuidado suficiente para não envolver os Serviços de Informações na "coisa", acusação que ou é fundamentada e provada, e a sê-lo configuraria um autêntico Watergate, ou não está em condições de o fazer e passará por "cavaleiro da triste figura".
(Bem sei que é por estas e por outras que a fama de "País de Opereta" nos persegue, como aquela, ainda recente, da publicação da lista de "espiões").
E por aqui se vê o estranho apego da nossa "classe política" aos caminhos ínvios, à falta de transparência e à "litigância de má-fé". afinal um modus operandi que traduz bem um modus vivendi - nada é claro, nada é leal, quase nada se tenta ganhar "em campo", mas tudo "na secretaria" ou pior, na "estrebaria".
Julgo, muito comummente, que não costuma haver "fumo sem fogo", mas se alguma coisa de rocambolesco, assim tipo "Maxwell Smart" (que o Le Carré é muita areia para esta camioneta) houve, devia ter sido tudo "posto em pratos limpos" para não estarmos agora, em plena campanha eleitoral, confrontados com estas traquibérnias que enxovalham e asfixiam de facto a ideia que nós (e os outros) possamos ter de "democracia".
O Senhor Presidente da República se teve conhecimento de algum acto menos próprio, primeiro pedia satisfações a quem de direito, obviamente que ao Primeiro-Ministro, discretamente como se impunha, usando a sua "magistratura de influência", se as não obtivesse a contento, denunciava publicamente a situação assumindo essa responsabilidade em tempo próprio e não ano e meio depois, demais a mais, recorrendo a "terceiros".
Se após as Eleições não esclarecer cabalmente os factos em qualquer país decente só lhe restaria demitir-se, e se os esclarecer com culpas para o actual chefe de Governo, deveria recusar-se a empossá-lo por indignidade mesmo que este ganhe as Eleições e obrigar o seu Partido a indicar outro nome.
Assim, com este ódio generalizado à verdade e à transparência não iremos "lá".
Pois não - andaremos "eternamente" por "cá", pelas águas chilras do "pântano" de que o "outro" fugiu.
José Gil, "Portugal Hoje - O Medo de Existir"
A presente campanha eleitoral e mesmo a chamada pré-campanha têm sido marcadas por um clima nevoento e pegajoso de suspeição da parte de muitos, como se diz agora, "actores políticos" e até de vários "figurantes".
Desde inanidades como os votos alegadamente, como também agora se diz, "comprados" em eleições internas do PSD, como se essa prática, que devia merecer escândalo, mas sempre, não apenas agora, não fosse corrente no PS e noutros partidos, passando pelo "saneamento" de Manuela Moura Guedes e a "domesticação" da TVI, agora com a Informação entregue, ao mais cordato e conveniente, "Juca" Magalhães, e descambando no "caso das escutas" e já agora, dos mails, "todos" (os protagonistas), claro, se estão a deixar envolver em "estórias" no mínimo muito mal contadas.
Com especial destaque para o Director do "Público" que não teve o cuidado suficiente para não envolver os Serviços de Informações na "coisa", acusação que ou é fundamentada e provada, e a sê-lo configuraria um autêntico Watergate, ou não está em condições de o fazer e passará por "cavaleiro da triste figura".
(Bem sei que é por estas e por outras que a fama de "País de Opereta" nos persegue, como aquela, ainda recente, da publicação da lista de "espiões").
E por aqui se vê o estranho apego da nossa "classe política" aos caminhos ínvios, à falta de transparência e à "litigância de má-fé". afinal um modus operandi que traduz bem um modus vivendi - nada é claro, nada é leal, quase nada se tenta ganhar "em campo", mas tudo "na secretaria" ou pior, na "estrebaria".
Julgo, muito comummente, que não costuma haver "fumo sem fogo", mas se alguma coisa de rocambolesco, assim tipo "Maxwell Smart" (que o Le Carré é muita areia para esta camioneta) houve, devia ter sido tudo "posto em pratos limpos" para não estarmos agora, em plena campanha eleitoral, confrontados com estas traquibérnias que enxovalham e asfixiam de facto a ideia que nós (e os outros) possamos ter de "democracia".
O Senhor Presidente da República se teve conhecimento de algum acto menos próprio, primeiro pedia satisfações a quem de direito, obviamente que ao Primeiro-Ministro, discretamente como se impunha, usando a sua "magistratura de influência", se as não obtivesse a contento, denunciava publicamente a situação assumindo essa responsabilidade em tempo próprio e não ano e meio depois, demais a mais, recorrendo a "terceiros".
Se após as Eleições não esclarecer cabalmente os factos em qualquer país decente só lhe restaria demitir-se, e se os esclarecer com culpas para o actual chefe de Governo, deveria recusar-se a empossá-lo por indignidade mesmo que este ganhe as Eleições e obrigar o seu Partido a indicar outro nome.
Assim, com este ódio generalizado à verdade e à transparência não iremos "lá".
Pois não - andaremos "eternamente" por "cá", pelas águas chilras do "pântano" de que o "outro" fugiu.
sábado, 19 de setembro de 2009
"Jerónimo"!
"Jerónimo" era o grito que significava o abate de árvores de grande porte nos filmes americanos da minha juventude, sem que eu nunca tivesse sabido porquê, é também o nome próprio do Secretário-geral do PCP, homem de ar simultaneamente afável e enérgico, robusto e bem conservado, que denota o ar de "proleta qb", ainda com o corte de cabelo "à francesa" típico de primaveras já idas.
Não sendo particularmente forte em debates, ainda me lembro de um em que ficou, dir-se-ia que providencialmente, afónico, transmite, no entanto a singelo, uma grande autenticidade, falando simples, "curto e grosso" como o "povão" das antigas "cinturas industrias" aprecia. É, por isso, benne trovata aquela caracterização do "comunismo de sociedade recreativa" que lhe foi aposta.
Mas é mais que isso, é a personificação de um "comunismo visceral", de um certo "regresso às origens" mais intuído do que racionalizado. Afinal as massas sempre preferiram Estalines a Trotskys, Togliattis a Gramscis, (Cunhal foi a síntese, virtualmente irrepetível, uma espécie de "Princípe Perfeito" em versão red).
Jerónimo, o tio "Jó Jó" para os jovens de classe média que gostam dele , mas votam no Bloco, teve esta semana duas intervenções de destaque.
A primeira de grande alcance "filosófico", aliás anunciado pelo próprio, foi em resposta a uma pergunta de jornalista acerca da "dissidência" de Domingos Lopes, que parece ter reagido demasiado "a frio" à invasão da Checoslováquia pelas forças do Pacto de Varsóvia; de facto quarenta anos de reflexão é muito "estudo", sobretudo porque produz efeitos práticos (a demissão do PCP) quando já nem sequer existem a Checoslováquia - país invadido, o Pacto de Varsóvia - força invasora, nem a União Soviética - potência mandante da invasão.
Mas adiante, que isto cada um é como cada qual, Jerónimo comentou:
"Pode alguém sair de um lugar onde já não está"?!
Ora, nem Derrida teria dito melhor. É que nisto da "Filosofia", como, de resto em tudo na vida, o que é recebido como "profundo" ou "ridículo" não é tanto o que é dito, mas muito mais quem o diz.
Assim, a mesma afirmação tanto pode ser o suprassumo (não o "supersumo" de Luís Filipe Vieira, outro grande "filósofo") da Metafísica como uma "bacorada" qualquer.
Por exemplo: "Estar vivo é o contrário de estar morto" dito como foi por Lili Caneças tornou-se exemplo da mais decantada e "lapalisseana" possidoneira, no entanto, o mesmo é afirmado por Platão no Fédon (71c) sem que ninguém se espante (claro que noutro contexto e sem o tom paródico que lhe estou a dar e este é o truque de Sócrates e seus advisors - descontextualizar e assim, vender "gato por lebre").
Jerónimo tem tido outras prestações "lapidares" e verdadeiramente desarmantes - no debate com Manuela Ferreira Leite e perante o argumento dela que "o que é preciso é trabalho", imediatamente ripostou que "o que é preciso é, também, dinheiro, pois no tempo da escravatura trabalho era o que não faltava".
Quando lhe perguntaram se tinha aplicações financeiras, PPRs por exemplo,a propósito do "caso" Louçã (oh como a "orquestra" está afinada), respondeu que "nem sequer tem conta bancária" (!!!)
O que não disse é que, neste particular, está assim um pouco, mutatis mutandis, como a Rainha de Inglaterra, pois só precisa de ter conta bancária quem tem que pagar alguma coisa.
Não sendo particularmente forte em debates, ainda me lembro de um em que ficou, dir-se-ia que providencialmente, afónico, transmite, no entanto a singelo, uma grande autenticidade, falando simples, "curto e grosso" como o "povão" das antigas "cinturas industrias" aprecia. É, por isso, benne trovata aquela caracterização do "comunismo de sociedade recreativa" que lhe foi aposta.
Mas é mais que isso, é a personificação de um "comunismo visceral", de um certo "regresso às origens" mais intuído do que racionalizado. Afinal as massas sempre preferiram Estalines a Trotskys, Togliattis a Gramscis, (Cunhal foi a síntese, virtualmente irrepetível, uma espécie de "Princípe Perfeito" em versão red).
Jerónimo, o tio "Jó Jó" para os jovens de classe média que gostam dele , mas votam no Bloco, teve esta semana duas intervenções de destaque.
A primeira de grande alcance "filosófico", aliás anunciado pelo próprio, foi em resposta a uma pergunta de jornalista acerca da "dissidência" de Domingos Lopes, que parece ter reagido demasiado "a frio" à invasão da Checoslováquia pelas forças do Pacto de Varsóvia; de facto quarenta anos de reflexão é muito "estudo", sobretudo porque produz efeitos práticos (a demissão do PCP) quando já nem sequer existem a Checoslováquia - país invadido, o Pacto de Varsóvia - força invasora, nem a União Soviética - potência mandante da invasão.
Mas adiante, que isto cada um é como cada qual, Jerónimo comentou:
"Pode alguém sair de um lugar onde já não está"?!
Ora, nem Derrida teria dito melhor. É que nisto da "Filosofia", como, de resto em tudo na vida, o que é recebido como "profundo" ou "ridículo" não é tanto o que é dito, mas muito mais quem o diz.
Assim, a mesma afirmação tanto pode ser o suprassumo (não o "supersumo" de Luís Filipe Vieira, outro grande "filósofo") da Metafísica como uma "bacorada" qualquer.
Por exemplo: "Estar vivo é o contrário de estar morto" dito como foi por Lili Caneças tornou-se exemplo da mais decantada e "lapalisseana" possidoneira, no entanto, o mesmo é afirmado por Platão no Fédon (71c) sem que ninguém se espante (claro que noutro contexto e sem o tom paródico que lhe estou a dar e este é o truque de Sócrates e seus advisors - descontextualizar e assim, vender "gato por lebre").
Jerónimo tem tido outras prestações "lapidares" e verdadeiramente desarmantes - no debate com Manuela Ferreira Leite e perante o argumento dela que "o que é preciso é trabalho", imediatamente ripostou que "o que é preciso é, também, dinheiro, pois no tempo da escravatura trabalho era o que não faltava".
Quando lhe perguntaram se tinha aplicações financeiras, PPRs por exemplo,a propósito do "caso" Louçã (oh como a "orquestra" está afinada), respondeu que "nem sequer tem conta bancária" (!!!)
O que não disse é que, neste particular, está assim um pouco, mutatis mutandis, como a Rainha de Inglaterra, pois só precisa de ter conta bancária quem tem que pagar alguma coisa.
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
"Chapeladas"
Umas das mais recentes e supostas "broncas" lançada para ter efeitos de desgaste eleitoral, neste caso, sobre o PSD, é uma "denúncia", aliás, muitíssimo "oportuna", de "chapelada" em eleições internas deste Partido por obra dos "nefandos" António Preto e Helena Lopes da Costa e logo os dois, que conveniente.
É evidente que quer um, quer outro, podem muito bem não ser "flores que se cheirem" (cá para mim, Helena Lopes da Costa,será, assim à vista desarmada e também pelo "histórico", mais "cheirável" do que Preto); mas alguém terá dúvidas que se as eleições nacionais fossem como as internas dos Partidos (e infelizmente não só), estaríamos no tempo da "outra senhora"?! Pela parte que me toca e de saber de experiência feito, não tenho nenhuma. Como militante do PS já vi e soube, nesta matéria, de tudo um pouco, desde as dezenas de militantes que "residem" (nos ficheiros é claro) numa só Rua, até vinte ou trinta que "moram" num só apartamento de três assoalhadas, a elevados montantes que são pagos em quotas para que possam votar (no candidato do "grupo" que as paga, claro está), aos militantes que vão votar e não sabem sequer como se chamam (estando, obviamente, a votar por outros), às urnas que "voam" pela janela em pleno acto eleitoral, às reuniões de distritais da "J" em que a PSP é chamada a intervir por várias vezes e em que facções opostas contratam "jagunços" para agredir a concorrência, fora, claro, os scores verdadeiramente "norte-coreanos" (90 e tal % e assim) para um só candidato, geralmente o "que tem que ser", etc., etc., etc..
Isto já para não falar dos empregos, "tachos" e sinecuras várias a que tais apoios dão "direito" uma vez atingido o objectivo e de que o "caso Joana Amaral Dias" foi apenas um exemplo, que só foi conhecido porque correu "mal" (é que há gente para quem a medida da venalidade alheia é o espelho).
Enfim, "metodologias"!
É evidente que quer um, quer outro, podem muito bem não ser "flores que se cheirem" (cá para mim, Helena Lopes da Costa,será, assim à vista desarmada e também pelo "histórico", mais "cheirável" do que Preto); mas alguém terá dúvidas que se as eleições nacionais fossem como as internas dos Partidos (e infelizmente não só), estaríamos no tempo da "outra senhora"?! Pela parte que me toca e de saber de experiência feito, não tenho nenhuma. Como militante do PS já vi e soube, nesta matéria, de tudo um pouco, desde as dezenas de militantes que "residem" (nos ficheiros é claro) numa só Rua, até vinte ou trinta que "moram" num só apartamento de três assoalhadas, a elevados montantes que são pagos em quotas para que possam votar (no candidato do "grupo" que as paga, claro está), aos militantes que vão votar e não sabem sequer como se chamam (estando, obviamente, a votar por outros), às urnas que "voam" pela janela em pleno acto eleitoral, às reuniões de distritais da "J" em que a PSP é chamada a intervir por várias vezes e em que facções opostas contratam "jagunços" para agredir a concorrência, fora, claro, os scores verdadeiramente "norte-coreanos" (90 e tal % e assim) para um só candidato, geralmente o "que tem que ser", etc., etc., etc..
Isto já para não falar dos empregos, "tachos" e sinecuras várias a que tais apoios dão "direito" uma vez atingido o objectivo e de que o "caso Joana Amaral Dias" foi apenas um exemplo, que só foi conhecido porque correu "mal" (é que há gente para quem a medida da venalidade alheia é o espelho).
Enfim, "metodologias"!
domingo, 13 de setembro de 2009
" Master of Time" (Esta é "mázinha")
Que Sócrates é conhecido por uma certa megalomania é, mais ou menos, consensual; os fãs chamam-lhe "determinação", mas há "deixas" que mesmo para um EGO INCHADO são, digamos, pelo menos, ousadas.
No debate com Ferreira Leite e perante a afirmação desta "daqui a dez anos o senhor já cá não estará", ele prontamente reagiu: "Não estarei?! Estarei, estarei, não serei é Primeiro Ministro!”
Ora, mesmo perante um caso de presciência absoluta em que, pelo menos, desta vez nos poupou a uma citação, sei lá, de Santo Agostinho (mas a "profundidade" dos assessores não deve dar para tanto) e que faz dele uma espécie de auto-proclamado "Master of Time" (já só faltava esta!); não ousou a suprema deselegância de retorquir:
- "Pela ordem natural das coisas é mais provável que seja a senhora que já cá não estará"!
Vá lá, vá lá!!!
No debate com Ferreira Leite e perante a afirmação desta "daqui a dez anos o senhor já cá não estará", ele prontamente reagiu: "Não estarei?! Estarei, estarei, não serei é Primeiro Ministro!”
Ora, mesmo perante um caso de presciência absoluta em que, pelo menos, desta vez nos poupou a uma citação, sei lá, de Santo Agostinho (mas a "profundidade" dos assessores não deve dar para tanto) e que faz dele uma espécie de auto-proclamado "Master of Time" (já só faltava esta!); não ousou a suprema deselegância de retorquir:
- "Pela ordem natural das coisas é mais provável que seja a senhora que já cá não estará"!
Vá lá, vá lá!!!
sábado, 12 de setembro de 2009
"Almoçar e Jantar"
Há já uns anos que venho a reparar que para Paulo Portas o verbo "comer" é impronunciável. Ele prefere definir os "pobres" como "aquelas pessoas que não têm meios para almoçar e para jantar".
A primeira vez que notei esta peculiaridade foi aqui há uns anos, numas declarações que Portas fez sobre a Áfica subsaariana em que disse precisamente que "África é um continente em que há muita fome, porque as pessoas não têm dinheiro para almoçar e para jantar"!
Vá lá , vá lá...podia ser pior, é que mesmo sem "almoçar" e sem "jantar", as pessoas (os "pobres" ou "em África") ainda poderão "desforrar-se" com o pequeno-almoço, o lanche (ou mais à portuguesa e, naturalmente, mais ao gosto de Portas, uma ou várias merendas) e a ceia!
- "Vai lá, vai" !!!
A primeira vez que notei esta peculiaridade foi aqui há uns anos, numas declarações que Portas fez sobre a Áfica subsaariana em que disse precisamente que "África é um continente em que há muita fome, porque as pessoas não têm dinheiro para almoçar e para jantar"!
Vá lá , vá lá...podia ser pior, é que mesmo sem "almoçar" e sem "jantar", as pessoas (os "pobres" ou "em África") ainda poderão "desforrar-se" com o pequeno-almoço, o lanche (ou mais à portuguesa e, naturalmente, mais ao gosto de Portas, uma ou várias merendas) e a ceia!
- "Vai lá, vai" !!!
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
"Arranjar Problemas"
A senhora Ministra da Educação com a desfaçatez que a caracteriza e que, bem vistas as coisas, caracteriza uma boa parte deste Governo Sócrates que cultiva um amor "platónico" pela verdade, afirmou perante um pedido de esclarecimento de jornalistas que o temor manifestado por algumas organizações de professores ante a possibilidade dos docentes afectados pela Gripe A serem penalizados na sua avaliação de desempenho pelo absentismo forçado decorrente dessa putativa circunstância, era um rematado "disparate" e que "parece haver pessoas que são especialistas em arranjar problemas onde eles não existem"!
Era de facto bom que assim fosse e que a "candura" da senhora Ministra nesta declaração do mais elementar aparente bom senso não tivesse antecedentes perversos; é que tais pessoas que hipoteticamente "gostam de arranjar os tais problemas" não os geram ex nihilo, têm é boa memória e aprendem com a experiência do senso comum que avisa "se queres conhecer o vilão, põe-lhe o pau na mão".
Então não é que no concurso para "Professor Titular" que foi a maior aberração jurídica e uma das maiores imoralidades cometidas pelo poder político de turno pelo menos desde o 25 da Abril, uma das condições para aceder à categoria, a "assiduidade", contou em bruto, não discriminando as faltas por doença devidamente comprovadas de quaisquer outras, e se alguma reparação houve a posteriori foi mercê de lutas sindicais, queixas ao Provedor de Justiça, processos judiciais e intervenção do Tribunal Constitucional e mesmo assim assumindo formas em que "a emenda foi, na generalidade, pior que o soneto".
É que com este governo devotadamente entregue à causa do propagandismo, que ameaça mudar o nome do PS para PFC (Partido do Faz-de-Conta), que tem batido recordes de cinismo, em que nunca tão poucos mentiram tanto quanto às maravilhas desta (des)governação conseguindo olhar o interlocutor nos olhos (sintoma de, pelo menos, mitomania) e sem que lhes caiam os dentes, é caso pra dizer que "gato escaldado de água fria tem medo" e sobretudo:
"Quem os não conheça que os compre!!!"
Era de facto bom que assim fosse e que a "candura" da senhora Ministra nesta declaração do mais elementar aparente bom senso não tivesse antecedentes perversos; é que tais pessoas que hipoteticamente "gostam de arranjar os tais problemas" não os geram ex nihilo, têm é boa memória e aprendem com a experiência do senso comum que avisa "se queres conhecer o vilão, põe-lhe o pau na mão".
Então não é que no concurso para "Professor Titular" que foi a maior aberração jurídica e uma das maiores imoralidades cometidas pelo poder político de turno pelo menos desde o 25 da Abril, uma das condições para aceder à categoria, a "assiduidade", contou em bruto, não discriminando as faltas por doença devidamente comprovadas de quaisquer outras, e se alguma reparação houve a posteriori foi mercê de lutas sindicais, queixas ao Provedor de Justiça, processos judiciais e intervenção do Tribunal Constitucional e mesmo assim assumindo formas em que "a emenda foi, na generalidade, pior que o soneto".
É que com este governo devotadamente entregue à causa do propagandismo, que ameaça mudar o nome do PS para PFC (Partido do Faz-de-Conta), que tem batido recordes de cinismo, em que nunca tão poucos mentiram tanto quanto às maravilhas desta (des)governação conseguindo olhar o interlocutor nos olhos (sintoma de, pelo menos, mitomania) e sem que lhes caiam os dentes, é caso pra dizer que "gato escaldado de água fria tem medo" e sobretudo:
"Quem os não conheça que os compre!!!"
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
A curta memória argumentativa
No debate de ontem, terça, 8 de Setembro, Louçã deixou-se enredar num argumento de má fé típico do estilo Sócrates, que não discute, antes repisa, repete, crente na máxima comummente atribuída a Goebbels de que "uma mentira muito repetida passa à categoria de verdade". Foi o caso do "susto" à classe média (resta precisar o que será a "classe média" em Portugal) de que o programa fiscal do Bloco tinha um "segredo": o da eliminação dos benefícios em sede de IRS, das despesas de saúde e educação.
Em primeiro lugar, Loucã, tão habitualmente ágil em situação de debate, não foi lesto a desmontar a insinuação de "segredo".
Se era "segredo" como é que Sócrates conseguiu lê-lo e até exibi-lo no Programa Eleitoral do Bloco; depois também não foi eficaz a denunciar a descontextualização e logo, a má fé do argumento, pois isso produzir-se-ia num quadro fiscal "limpo" de armadilhas e "espertezas saloias"; e principalmente, não retrucou, não se deve ter lembrado que, há cerca de um mês, mais coisa, menos coisa, foi o Governo Sócrates através do Ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, a ameaçar abrir a "caça" aos "ricos" fiscais (que, como toda a gente sabe, estão, entre nós, muito longe de ser os ricos reais) e eliminar as deduções de saúde e educação a quem tenha um rendimento mensal igual ou superior a 5000 euros brutos (atenção, reforço, brutos), que já são taxados a 42%. Esse sim, será o maior ataque fiscal de sempre à classe média assalariada, que, aliás, é praticamente o único sector da sociedade a pagar efectivamente todos os impostos sem fuga possível, através da retenção na fonte.
Que pena! Louçã, que tem uma excelente memória, não se ter lembrado (ou ter preferido não se "lembrar") deste "pequeno pormenor".
Enfim, ninguém é perfeito!!
Em primeiro lugar, Loucã, tão habitualmente ágil em situação de debate, não foi lesto a desmontar a insinuação de "segredo".
Se era "segredo" como é que Sócrates conseguiu lê-lo e até exibi-lo no Programa Eleitoral do Bloco; depois também não foi eficaz a denunciar a descontextualização e logo, a má fé do argumento, pois isso produzir-se-ia num quadro fiscal "limpo" de armadilhas e "espertezas saloias"; e principalmente, não retrucou, não se deve ter lembrado que, há cerca de um mês, mais coisa, menos coisa, foi o Governo Sócrates através do Ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, a ameaçar abrir a "caça" aos "ricos" fiscais (que, como toda a gente sabe, estão, entre nós, muito longe de ser os ricos reais) e eliminar as deduções de saúde e educação a quem tenha um rendimento mensal igual ou superior a 5000 euros brutos (atenção, reforço, brutos), que já são taxados a 42%. Esse sim, será o maior ataque fiscal de sempre à classe média assalariada, que, aliás, é praticamente o único sector da sociedade a pagar efectivamente todos os impostos sem fuga possível, através da retenção na fonte.
Que pena! Louçã, que tem uma excelente memória, não se ter lembrado (ou ter preferido não se "lembrar") deste "pequeno pormenor".
Enfim, ninguém é perfeito!!
domingo, 6 de setembro de 2009
"That`s not the issue!!!"
Não consegui resistir a uma pulsão algo "snob" (que não sou) para dar o título que dei a este "post" e pôr assim os pontos nos "ís" em relação ao meu "post" anterior ("Tu és macaco!").
É, ou parece-me ser, óbvio que em passagem nenhuma desse texto é louvada a qualidade jornalística de Manuela Moura Guedes ou do "Jornal de Sexta" e esclareço, desde já, que a questão não é essa, como muitos vêm agora, fazendo uso da velha táctica da "argamassa", falaciosamente clamar.
O problema é infinitamente mais grave e pela minha parte até nem sou apreciador do estilo de Manuela Moura Guedes, nem da TVI em geral; a questão não é do âmbito do "gosto", bom ou mau. Se assim fosse nenhuma rádio ou TV passaria música "pimba" e não se debateriam os "mentideros" da "bola" durante horas a fio.
O problema é tentar justificar como mera "coincidência" ou com "falta de qualidade jornalística" a erradicação, neste contexto, de um programa que de acordo com as (poucas) regras de uma "economia de mercado" era um produto altamente vendável como o demonstravam as elevadas taxas de audiência e suspendê-lo contrariando essa lógica comercial que é a única que essa estação parece conhecer, a comprová-lo está que nunca foram suspensas cenas de pancadaria e obscenidades várias nesses indubitáveis êxitos populares que foram o "Big Brother" ou a "Oração da Bunda", só para citar dois dos muitos exemplos possíveis.
A quem quer atirar "areia para os olhos do pagode" nesta questão e para além de "las brujas, qué las hay, las hay!", relembro o velho Heraclito:
"Tão importantes como as muralhas da Cidade são as suas Leis"!
É que gosto muito de música, mas também gosto imenso de ser eu a escolhê-la!!!
É, ou parece-me ser, óbvio que em passagem nenhuma desse texto é louvada a qualidade jornalística de Manuela Moura Guedes ou do "Jornal de Sexta" e esclareço, desde já, que a questão não é essa, como muitos vêm agora, fazendo uso da velha táctica da "argamassa", falaciosamente clamar.
O problema é infinitamente mais grave e pela minha parte até nem sou apreciador do estilo de Manuela Moura Guedes, nem da TVI em geral; a questão não é do âmbito do "gosto", bom ou mau. Se assim fosse nenhuma rádio ou TV passaria música "pimba" e não se debateriam os "mentideros" da "bola" durante horas a fio.
O problema é tentar justificar como mera "coincidência" ou com "falta de qualidade jornalística" a erradicação, neste contexto, de um programa que de acordo com as (poucas) regras de uma "economia de mercado" era um produto altamente vendável como o demonstravam as elevadas taxas de audiência e suspendê-lo contrariando essa lógica comercial que é a única que essa estação parece conhecer, a comprová-lo está que nunca foram suspensas cenas de pancadaria e obscenidades várias nesses indubitáveis êxitos populares que foram o "Big Brother" ou a "Oração da Bunda", só para citar dois dos muitos exemplos possíveis.
A quem quer atirar "areia para os olhos do pagode" nesta questão e para além de "las brujas, qué las hay, las hay!", relembro o velho Heraclito:
"Tão importantes como as muralhas da Cidade são as suas Leis"!
É que gosto muito de música, mas também gosto imenso de ser eu a escolhê-la!!!
sábado, 5 de setembro de 2009
Tu és "macaco"!!!
Num sistema que claramente atingiu, (e esta paga "direitos de autor"), a "asfixia democrática", sempre mais evidente quando o PS está no Governo e absolutamente como tem provado o exercício desta maioria absoluta. Isto explica-se porque o PS é o mais estatista dos partidos portugueses, a sua clientela move-se inteiramente por dentro do Estado, (em que até se constitui numa espécie de "PIDE" sempre pronta para a "caça ás bruxas") e quando faz discursos "liberais" e de "emagrecimento" a receita é sempre para aplicar aos "outros" e só aos "outros"; se não é fácil verificar como o "caudal" continua a engrossar não apenas na Função Pública, mas principalmente no chamado sector empresarial (deixem-me rir!) público e entidades "adjacentes".
Como praticamente por cá não há, nem nunca houve, nada que não dependa do Estado e dos seus segmentos (Autarquias, "Empresas" Públicas, etc.), o PS é o partido mais "conservador" da sociedade portuguesa, ainda quando proclama o contrário e se aventura na "terra de ninguém" de uma versão caseira da "Terceira Via", entre o neoliberalismo e as causas "fracturantes". Afinal é preciso que algo mude ou pareça mudar, para que tudo fique na mesma, pelo menos, para os "mesmos".
O Governo Sócrates tendo feito uma gestão da economia tudo menos à esquerda, vira-se para a "esquerda dos costumes" e acusa o PSD de "nunca ter estado tão à direita" quando é, de facto, o PS que nem nos tempos de "Só ares" (de socialismo, claro! E de o ter metido na "gaveta"), governou tão efectivamente à direita.
É que nestas coisas as dores ao fundo das costas podem aliviar-se com bálsamo analgésico, mas as dores na carteira e nos compromissos certos (alimentação, casa, educação dos filhos, etc.) não são assim tão fáceis de aliviar.
Neste ambiente de "salve-se (ou safe-se) quem puder" dá-se o desfecho, aliás esperado, do folhetim TVI, ou melhor, da telenovela Sócrates versus casal Moniz/Moura Guedes com o cancelamento do "Jornal de Sexta" por ordem da administração da Prisa, passando por cima da Direcção de Informação, sem que tenha ficado claro se foi da administração de topo (Cebrián) ou do ramo local.
Claro que perante o facto consumado as opiniões dividiram-se sobre a "cabala" e os seus efeitos: os mais socrático-manteigueiros como o elogiado Marcelino (em contraponto ao execrado casal Moniz) e até os PS "independentes" (neutros/nossos/nítidos/nulos) como Vítor Ramalho e António Vitorino afirmaram que nunca o PS/Sócrates poderia estar "metido nisto" pois, uma vez que estamos a três curtas semanas do acto eleitoral de 27 de Setembro e ninguém poderá sair mais prejudicado que o Governo e o PS, seria uma "estupidez" fazê-lo. Apenas Marcelo Rebelo de Sousa com o grano salis que se lhe conhece, perante o "não poderia ter sido pior" do coro situacionista, alvitrou que poderia, sim senhor, se ocorresse a uma semana e não a três.
E parece-me que não é preciso ser "politólogo" para descortinar essa última "janela de oportunidade", esse kairos final - o "estado-maior" pesando os prós e os contras de um acto cujo impacto profundo se esbaterá em qualquer coisa como uma semana, pois a "política" está reduzida à mera "espuma os dias" e só até à próxima "bronca" e o peso de sucessivos Telejornais da TVI editados e apresentados por Manuela Moura Guedes que culminariam no dia 25, último dia de Campanha Eleitoral, optou pelo "vai ou racha" de pressionar a suspensão e passar a ter na TVI, estação de maior audiência e Portugal e de maior penetração entre as classes populares, telejornais onde se aflora o magno problema da roupa estendida nas varandas de Lisboa e se omitem menções ao Freeport, ao outro primo (o de Benguela), ao primo da China, à casa da mãe e ao tio taralhouco.
Isto num País em que até a conceptologia passou a ser diferenciada e enquanto o Primeiro-Ministro invoca, até para se "redimir" de algumas putativas "faltas de delicadeza", o "Interesse Geral", o Presidente da Républica, menos geralmente interesseiro, aliás como lhe compete, inclina-se mais para o "Bem Comum".
Porém, uma coisa é certa, que o telejornal de Moura Guedes saíu do ar, lá isso saíu e que a "jura" estava feita desde, pelo menos, o Congresso de Espinho, lá isso estava; e que houve um "ensaio geral" com a tentativa de compra da MediaCapital pela governamentalizada PT, lá isso houve, e que Sócrates , qual virgem púdica, veio clamar batendo no peito e arrancando as vestes, que se "opunha ao negócio", lá isso veio.
Mas que o "carteiro toca sempre duas vezes", lá isso é verdade!
" - Olha lá pá:
Tu és macaco!!!"
Como praticamente por cá não há, nem nunca houve, nada que não dependa do Estado e dos seus segmentos (Autarquias, "Empresas" Públicas, etc.), o PS é o partido mais "conservador" da sociedade portuguesa, ainda quando proclama o contrário e se aventura na "terra de ninguém" de uma versão caseira da "Terceira Via", entre o neoliberalismo e as causas "fracturantes". Afinal é preciso que algo mude ou pareça mudar, para que tudo fique na mesma, pelo menos, para os "mesmos".
O Governo Sócrates tendo feito uma gestão da economia tudo menos à esquerda, vira-se para a "esquerda dos costumes" e acusa o PSD de "nunca ter estado tão à direita" quando é, de facto, o PS que nem nos tempos de "Só ares" (de socialismo, claro! E de o ter metido na "gaveta"), governou tão efectivamente à direita.
É que nestas coisas as dores ao fundo das costas podem aliviar-se com bálsamo analgésico, mas as dores na carteira e nos compromissos certos (alimentação, casa, educação dos filhos, etc.) não são assim tão fáceis de aliviar.
Neste ambiente de "salve-se (ou safe-se) quem puder" dá-se o desfecho, aliás esperado, do folhetim TVI, ou melhor, da telenovela Sócrates versus casal Moniz/Moura Guedes com o cancelamento do "Jornal de Sexta" por ordem da administração da Prisa, passando por cima da Direcção de Informação, sem que tenha ficado claro se foi da administração de topo (Cebrián) ou do ramo local.
Claro que perante o facto consumado as opiniões dividiram-se sobre a "cabala" e os seus efeitos: os mais socrático-manteigueiros como o elogiado Marcelino (em contraponto ao execrado casal Moniz) e até os PS "independentes" (neutros/nossos/nítidos/nulos) como Vítor Ramalho e António Vitorino afirmaram que nunca o PS/Sócrates poderia estar "metido nisto" pois, uma vez que estamos a três curtas semanas do acto eleitoral de 27 de Setembro e ninguém poderá sair mais prejudicado que o Governo e o PS, seria uma "estupidez" fazê-lo. Apenas Marcelo Rebelo de Sousa com o grano salis que se lhe conhece, perante o "não poderia ter sido pior" do coro situacionista, alvitrou que poderia, sim senhor, se ocorresse a uma semana e não a três.
E parece-me que não é preciso ser "politólogo" para descortinar essa última "janela de oportunidade", esse kairos final - o "estado-maior" pesando os prós e os contras de um acto cujo impacto profundo se esbaterá em qualquer coisa como uma semana, pois a "política" está reduzida à mera "espuma os dias" e só até à próxima "bronca" e o peso de sucessivos Telejornais da TVI editados e apresentados por Manuela Moura Guedes que culminariam no dia 25, último dia de Campanha Eleitoral, optou pelo "vai ou racha" de pressionar a suspensão e passar a ter na TVI, estação de maior audiência e Portugal e de maior penetração entre as classes populares, telejornais onde se aflora o magno problema da roupa estendida nas varandas de Lisboa e se omitem menções ao Freeport, ao outro primo (o de Benguela), ao primo da China, à casa da mãe e ao tio taralhouco.
Isto num País em que até a conceptologia passou a ser diferenciada e enquanto o Primeiro-Ministro invoca, até para se "redimir" de algumas putativas "faltas de delicadeza", o "Interesse Geral", o Presidente da Républica, menos geralmente interesseiro, aliás como lhe compete, inclina-se mais para o "Bem Comum".
Porém, uma coisa é certa, que o telejornal de Moura Guedes saíu do ar, lá isso saíu e que a "jura" estava feita desde, pelo menos, o Congresso de Espinho, lá isso estava; e que houve um "ensaio geral" com a tentativa de compra da MediaCapital pela governamentalizada PT, lá isso houve, e que Sócrates , qual virgem púdica, veio clamar batendo no peito e arrancando as vestes, que se "opunha ao negócio", lá isso veio.
Mas que o "carteiro toca sempre duas vezes", lá isso é verdade!
" - Olha lá pá:
Tu és macaco!!!"
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