sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

"Simplificações"

A Sr.ª Ministra da Educação está firmemente empenhada em "simplificar" o processo de Avaliação de Desempenho de Professores, de tal modo que até "dá de barato" a observação de aulas, ( veja-se o que se pretenderá, assim, "avaliar").
Afirmou, desdenhosamente, que a proposta da Plaforma Sindical (que congrega a totalidade das organizações sindicais docentes) se resumia a "uma folha A4".
Então e daí ?!
Não foi a mesma Sr.ª Ministra que há pouco tempo, ainda antes de ter admitido "simplificações", ao afimar que o Modelo era perfeitamente exequível, declarou:
- "Afinal, o que custa aos professores preencher duas folhinhas"?
Então..., o dos Sindicatos é só menos uma ?!
Afinal, é ou não é para simplificar ?!
Post Scriptum:
Esta autêntica "rábula" faz-me lembrar uma "clássica" *, a do cigano que vendia relógios de pulso e interpelava furtivamente os transeuntes na Baixa de Lisboa, abrindo o casaco, exibindo o "mostruário" e dizendo :
- "Freguês, olhe para esta maravilha, olhe para este relógio suíço com trinta e nove rubis" !
O "freguês" respondeu mostrando o relógio que trazia no pulso:
- "Para que é que eu quero isso, tenho aqui este que tem quarenta e cinco" !
Então, o "léo" retorquiu:
- " Ena tanta mentira junta, o máximo são dezassete" !
* Esta foi-me contada há muitos anos pelo malogrado Zé Canelas, que por ser muito parecido com o Richard Gere, se interrogava por que não poderia ser "Português Gigolo".

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

"Simulacros e Simulações" ( ou de como se diz na minha terra: "Há Grandes Vidas") !

Não terá sido por pura "balda", apesar dessa postura estar profundamente enraízada em toda a sociedade portuguesa e, portanto, também na Assembleia da República, que 30 deputados do PSD faltaram na passada sexta-feira.
Foi mais uma daquelas situações de "não só, mas também" em que o "centrão" que nos tem vindo a (des)governar é fértil.
Tendo em conta a matéria em apreço: a votação de uma recomendação de suspensão do actual modelo de Avaliação de Professores, certamente que muitos deputados do PSD não deixaram de, nesta espécie de "teatro trágico" dos interesses partilhados com o PS oficial, juntar o "útil ao agradável"; foram para férias mais cedo,(mais cedo do que o "comum dos mortais", entenda-se), no fundo basta ver as bancadas da AR às sextas-feiras para se perceber que é um comportamento habitual e não viabilizaram uma recomendação muitíssimo "desagradável" para o Governo, fazendo, no entanto, a Direcção do PSD a "rábula" de a "exigir"!
Nestas coisas os Partidos do Bloco Central "fazem a barba um ao outro" e "favor com favor se paga"!
A estes senhores só era devido um tratamento futuro: aplicar-lhes o regime de faltas que é aplicado aos professores e pagar-lhes o vencimento que os professores auferem, a tal fortuna de 2000 Euros líquidos ao fim de 30 anos de carreira, sem qualquer espécie de alcavalas e ainda no caso de terem por imperiosíssimos motivos de se ausentar, deixar o trabalho parlamentar preparado para o eventual deputado substituto que teria que estar em "stand by" nos "Passos Perdidos" disponível para as eventualidades!
Veríamos se não se emendavam!

sábado, 6 de dezembro de 2008

Equívocos (ou da irredutibilidade de alguns conceitos)


Uma colega de longa data encontrando-me recentemente disse-me :
- "Esta gente está louca, ainda não se aperceberam que os melhores professores, os mais experientes e dedicados estão a ir-se embora, reformando-se muitas vezes mais cedo e com grandes prejuízos pecuniários. Será que ninguém lhes põe juízo na cabeça" ?!
Eu , sorri e retorqui:
- "São, eles não estão loucos. Estão apenas a cumprir o programa que lhes encomendaram"!
É que as pessoas da geração do 25 de Abril estão estupefactas e não querem acreditar, mas não se trata de má informação dos decisores políticos deste governo e desta maioria. Trata-se de actos deliberados e que originam um conjunto de equívocos decorrentes da irredutibilidade de significados para os mesmos significantes; mais do que uma questão semântica, é uma questão de pragmática.
O significado de termos como "competência", "saber","informação" ou "bom desempenho", estão longe de querer dizer o mesmo para pessoas como nós e para esta gente do tipo "apóstata" do pensamento que capturou o Partido Socialista e a "esquerda reformista".
Para eles, estes termos não têm que ver com a criação de autonomia e de independência intelectual, que era o significado corrente de tais expressões enquanto finalidades da educação. Nada disso, para esta "seita" a "Educação" consiste no mero adestramento mínimo para operar com teclados e na aquisição dos tais seiscentos vocábulos ( e ainda assim no limite máximo) do tal "technical english" que o "Zé" fez por correspondência, quando se "licenciou", "nothing more"!
Por isso, eles querem que tudo o que lhes cheire a cultura, autonomia ou espírito crítico, lhes faça o subido favor de se ir embora, melhor e mais barato se perdendo direitos, de modo a que fiquem com as mãos livres para "meterem" pessoal domesticado por metade do preço e a termo incerto.
Para fazer o que eles querem, chega!!!