sábado, 28 de novembro de 2009

Um País "Socialista"


A URSS está aí ao virar da esquina. Portugal é, desde sempre e mesmo vinte anos após a queda do Muro de Berlim , um país "socialista".
Razão tem o Prof. Hermano Saraiva quando afirma que o único verdadeiro "socialista" que conheceu em Portugal foi o Doutor Salazar, também gosta muito do dr. Mário Soares mas é "por outras razões".
A prova está em que mesmo os que fazem profissão de fé no mais exarcebado dos (neo)liberalismos, costumam deixar para os outros a independência face aos favores do Estado.
É na Saúde, com filas, caos, condições de trabalho e de atendimento que deixariam a URSS a corar de vergonha, é na Justiça com o "regabofe" que se conhece, é na "burrocracia" que se diz chamar "Educação", no Fisco expoliador sempre dos mesmos, na desorganização geral, agora alimentada do mito das novas tecnologias que acabam por servir para mais do mesmo.
Um país que deixou de ter Indústria, Agricultura, Pescas, Minas e passou à fase da "bandeja", cara e de má qualidade que, no segmento, não chega aos calcanhares de "Beb y dorm".
Um país de baixos salários para nula produtividade, em que uns fingem que pagam e outros fingem que trabalham, em que nada se produz, mas há o triplo dos burocratas que seriam necessários, o que é um modo de obviar, muito relativamente, o desemprego.
Não deixando de existir também uma "nomenklatura" que vive principescamente à conta do Orçamento e mais uns "pós" e afirma ser preciso moderar os salários dos outros (caso paradigmático é o do governador do Banco de Portugal - que já nem emite moeda - e ganha mais que o presidente da Reserva Federal americana, enquanto afirma que não poderá haver aumentos salariais, para os outros, claro está).
Um país a braços com mais um caso de corrupção que envolve figurões do "Partido do Governo", uns que se licenciaram ao domingo,outros que, para além disso, passaram de "caixas" de banco a banqueiros em poucos anos, entraram em cambões de sucata e um deles até afirma, agora, que o único presente que recebeu do Godinho terá sido "uma caixa de robalos".
Ora, ainda teremos de considerar se são robalos do mar ou de "aviário"?
É que, no primeiro caso, é mesmo corrupção - o robalo do mar custa "os olhos da cara".
Parece que estou a ouvi-lo:
"Oh Godinho arranja aí um robalinho, rapaz"!!!!

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Olimpíadas


Sócrates que até é atleta, pelo menos costuma fazer-se filmar a correr em meias-maratonas, podia, dentro do atletismo, mudar de especialidade e ver se faz os mínimos para as próximas Olimpíadas tentando o "Salto com Vara".

sábado, 21 de novembro de 2009

Saramago Démodé

Que Saramago "cheira mal da boca" será evidente se lermos o seu excelente livro "O Ano da Morte de Ricardo Reis".
Ele, "revolucionário", falhou a Revolução geracional dos anos 60.
Se não, saberia que os homens deixaram de "possuir" as mulheres.
A Pilar como nunca deve ter sido "possuída" por ele, não liga a "minudências"!
Afinal o "creme" compensa!

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Como acordou a Selecção Nacional


Por incrível que pareça, mas nestas coisas estou como o outro desde que viu "um porco a andar de bicicleta" - já nada me espanta, um dos temas radiofónicos matinais foi: "Como acordou, na Bósnia, a Selecção Nacional"?
Ora, para responder a esta magna questão podemos começar por Bruno Alves que se terá virado na cama,(como é muito grande sentiu os pés de fora), abriu os olhos, bocejou, soergeu-se, espreguiçou-se, levantou-se, enfiou os chinelos, deu dois traques e foi fazer uma mija. Em seguida lavou as mãos, a cara e os dentes, tomou um duche rápido, vestiu as cuecas e as peúgas, a camisola e por cima, o fato de treino, calçou os ténis, pôs os headphones e dirigiu-se à sala para tomar o pequeno-almoço.
Já o dirigente típico acordou com uma bruta dor de cabeça, uma azia desgraçada e a boca a saber a "papéis de música", levantou-se atordoado e hesitou entre dirigir-se à casa-de-banho para tomar um Guronsan e abrir o mini-bar para mamar uma garrafinha de scotch para repor os níveis, que a Bósnia sendo um país maioritariamente muçulmano não é fundamentalista como se viu pelos rios de cerveja consumidos em público pelos adeptos. Depois de resolvido esse dilema foi até ao WC dar vazão às cólicas, a seguir lavou as mãos, os dentes, bochechou com Listerine para tapar o bafo, fez a barba e aparou a pera, tomou um banho de imersão para recuperar, secou-se, vestiu-se ao espelho para compor o nó da gravata, penteou-se antes de sair, sacudiu os ombros do casaco, pôs os óculos escuros para para tapar as olheiras e foi à procura do pequeno-almoço, que se limitou a dois cafés fortes e muita água mineral.
Posto o que saiu para fumar um havano e declarar-se pronto para a entrevista do meio-dia.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

"Olear a Máquina"


Quem tiver mais de 40 anos há-de lembrar-se de um pequeno poster artesanal do tempo do stencil e das fotocópias “a petróleo” que estava afixado, bem à vista, em todas as Repartições com um macaquinho agachado de mãos na cabeça e que rezava mais ou menos assim: “ Quando sinto uma enorme vontade de trabalhar, sento-me calmamente a um canto à espera que a crise passe”.
Essa figura, a de “macaco”, exprime claramente a atitude enraizada na sociedade portuguesa face ao trabalho e à vida em geral. Nada mais avisado do que ser “macaco" e melhor ainda “macacão”.
Em Portugal os horários de trabalho são dos mais alargados do mundo dito desenvolvido e uma prova do nosso, relativo, subdesenvolvimento é que a nossa produtividade é das mais baixas desse mesmo “campeonato”. Isso explica-se por um conjunto de factores: insuficiências de gestão, da qualificação da mão-de-obra e dos próprios dirigentes que, em regra, não chegaram lá pela competência; insuficiências tecnológicas várias, mas também da sua operacionalização, etc., etc.
Mas isso só não chega para justificar cabalmente tal fenómeno, as suas causas primeiras são muito mais profundas e radicam no nosso inconsciente (às vezes nem tanto) colectivo com um fundo pulsional sadomasoquista.
A palavra trabalho provém do latim “tripalium” que era um instrumento de tortura e de facto, para os portugueses o trabalho e tudo o que à sua volta gira, além de ser uma tortura, não tem por finalidade a produção de riqueza, mas a exibição de poder.
Mostrar quem manda é assim o objectivo essencial do mundo laboral português (público e privado é igual) e por isso, não importa que os trabalhadores passem "eternidades" no “emprego” (mal empregado, benza-o Deus) sem fazer a ponta de nada, o que é importante como se conclui da hermenêutica do tremendamente esclarecedor provérbio "quem está por baixo é que geme", é que lá estejam horas e horas aprisionados à mercê do “chefe” que por sua vez está sujeito aos caprichos do Director-Geral, que por seu turno finge ser um “capacho” para o Ministro, que ele próprio não passa de um "verbo de encher" partidário em relação ao Primeiro, que também não é mais do que um “peão” para a “Europa” e assim sucessivamente.
E como estas coisas, digam os “pós-modernos” o que disserem, são dialécticas, aqui funciona a metáfora do "senhor e do escravo" na sua dupla dependência ou na mais caseira imagem da “volta do correio”.
Somos então organizadíssimos na programada tarefa de desorganizar, muitíssimo metódicos na bandalheira, empenhadíssimos na balda e ao contrário do que as mentes mais naïves poderão julgar, não fazer nenhum dá muito trabalho - é obra esforçar-se ao máximo para fazer o mínimo.
Temos como recursos estratégicos para esta imensa tarefa de uma autêntica campanha nacional, tão permanente como a Revolução para Trostky, e melhor, constantemente realizada, pois dura há séculos e não tem fim à vista - a burocracia com o seu cortejo de inutilidades em que o segredo é o de, em vez de tomar decisões que produzam efeitos, fazer relatórios, quadros, gráficos, portefólios e outras formas de entretenimento que se destinam não a fundamentar actos, mas a serem actos em si. Por isso é que quase tudo não costuma passar da fase da rábula e da célebre "redundância" de procedimentos.
Assim, desde as bombas de água do meu prédio que são “intervencionadas” todos os santos dias, sem que nunca fiquem reparadas, tendo os “técnicos” o especial cuidado de as deixar na mesma ou pior; até ao Terreiro do Paço que é esventrado todos os anos, ora para o Metro, ora para o Saneamento; ao Aeroporto da Portela que sofre obras constantes de melhoramento, quando se perspectiva que venha a ser encerrado e substituído pelo de Alcochete. Tal como a própria Selecção Nacional de futebol que chuta, dribla, passa, mas evita a todo o custo marcar golos.
Todos essas actos fazem parte de uma estratégia que, agora que até o terceiro segredo de Fátima foi, finalmente, revelado, se pode tornar pública e é como o “segredo de Justiça” e o “espeto” do Ribeiro do poema de Bocage ( “sem querer nos calções estar oculto”) apta para desmentir claramente o rótulo injusto de preguiçosos que aos portugueses costuma ser, muitas vezes, aposto.
Trata-se e digam os “crentes" da revolução tecnológica o que disserem, da prosaica e muito sensata necessidade de “olear a máquina”, de criar dificuldades para vender facilidades e dar que "fazer" a esta malta toda.
Se não como é que era pá?!
Tás a brincar ou quê?!

sábado, 14 de novembro de 2009

As Invasões Bárbaras

A Lusitânia está de novo a ser assolada por invasores bárbaros de várias tribos como os Váricos (cujo território originário era um obscuro balcão da CGD em Trás-os-Montes, no interior sempre "desquecido" e "ostracizado"), os Chúlicos (que vivem em permanente diáspora, chulando um pouco por toda a parte) e os Áscolos (uns gajos que metem nojo).
Essas tribos fundiram-se por conveniência táctica e formaram uma horda fedorenta que já conseguiu tomar o Poder em Olissipo, elegendo um chefe fantoche conhecido por Pinóquio, cuja proveniência foi duramente testada na luta pelos Free Ports , em projectos de vacarias na Cova da Beira e weekend degrees em Universidades dadas a aventuras ultramarinas no papel de "Omo Super" que sempre lavou mais branco (mesmo quando a coloração dominante era outra).
A conquista foi relativamente rápida e contou, como de costume, com a colaboração activa de dignitários traidores que costumam alimentar o "Mistério Público" da multiplicação dos off shores e que nomeados para defender as Muralhas da Cidade, a entregaram por "dez réis de mel coado" perante a passividade total e até o aplauso bovino das outras tribos, entre as quais se destacam os Palonços, os Otários e sobretudo os Néscios.

Coerência

Sócrates, cujo diploma de licenciatura foi passado a um domingo, visita hoje, sábado, acompanhado da nova Ministra da Educação, várias escolas de Lisboa.
Isso é coerência meus senhores; o homem poderá ter muitos defeitos - percursos irregulares, amigos pouco recomendáveis, "esqueletos no armário" e "rabos de palha" por todo o lado, mas que é coerente - lá isso é!
E até pode ser que hoje, nas escolas que vai visitar, encontre os tais miúdos que o Governo contratou a uma agência de castings como figurantes aquando do lançamento do, agora esquecido, "Magalhães".

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Deixa-me rir!

A TSF acaba de perguntar a Vital Moreira a sua opinião, enquanto "jurista", acerca da publicação de notícias sobre a existência de "escutas" por parte da PJ de conversas entre Sócrates e Vara.
É assim como perguntar ao Arcebispo de Braga se acha que o Papa poderá ser pedófilo?!
LOL!!!

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

A Queda do Muro


A efeméride do dia são os vinte passados desde a "Queda" do Muro de Berlim que simboliza, mais ou menos consensualmente, o fechar de pano da século XX. Havendo até quem tenha, com pretensões "hegelianas" e de forma rídicula, diga-se de passagem, querido ir mais longe e testemunhado o momento do "Fim da História".
Já ao tempo, eu que sou pouco dado a "crendices", tive a então estranha sensação de que estavam a ser deitados "foguetes antes da festa". É claro que entendi perfeitamente a euforia dos alemães, sobretudo dos de Leste, ao verem a sua pátria reunificada e a ditadura "comunista" perto do fim tornando possível o acto, para nós banal, de comprar bananas que me lembro de terem sido os primeiroa bens de consumo a serem "devorados" pelos Ossies em justificado delírio.
Mas parece que a euforia não durou muito e percebe-se porquê: se a teleologia "comunista" faliu e os "amanhãs que cantavam" foram de facto "ontens" muitíssimo duros, não é menos verdade que a "religião" do mercado erigida em pensamento único pelos que se apressaram a decretar a "morte das ideologias" (todas menos a sua é claro) não revelou, antes pelo contrário, uma "terra de leite e mel" e o mundo pós "Guerra Fria" evoluiu para um sem número de guerras quentes.
É que a História costuma ser teimosa e recusa-se a acatar "decretos" imbecis.
Duas décadas depois, o Mundo está pior - é uma evidência - menos próspero, menos seguro, menos habitável.
O capitalismo liberto do "socialismo real" (que, apesar de tudo, o continha "em respeito") tomou o "freio nos dentes" e (re)começou um galope à desfilada; muitas conquistas que custaram imenso sangue, suor e lágrimas (horários de trabalho, Estado social) estão a regredir a olhos vistos para práticas próximas das do século XIX no "mundo desenvolvido", pois no "Terceiro Mundo" é a total e absoluta escravatura (sobreexploração e trabalho infantil, sem direitos, nem quaisquer condições, por uma "malga de arroz") em nome de uma sacrossanta "globalização" que parece só se aplicar à ganância e à infame rapacidade da exploração desenfreada e do lucro a qualquer custo, desde que não custe a quem o "empocha", como é óbvio.
Surgiu em cena toda uma "retórica" politicamente correcta dos "direitos humanos" que, em muitos casos, serve para aquilo que Marx, que ao contrário dos apressados epitáfios está mais vivo do que nunca, disse que servia a "ideologia" - para representar a realidade de "pernas para o ar".
É nisso que converge todo o poder da "Matrix" - criar a ilusão do "melhor dos mundos" na "aldeia global", imbecilizar e empaturrar de veneno, desde a alimentação à economia, passando pelos media, a vida da "mundo industrializado" e prosseguir o saque do restante (que até já vai dando algum "troco" através do terrorismo, agora também global, que apenas vitima inocentes); "socializar" as agruras, privatizar as "delícias".
Vender fancaria em low cost enquanto valer a pena, ir de "Protocolo" em "Protocolo" até ao colapso ambiental cuja presença é indisfarçável através das alterações climáticas, tão súbitas e drásticas que uma curta vida humana é suficiente para as verificar.
Havia nos idos de 70 do "século passado" uma expressão curiosa acerca do mundo, então bipolar, que denunciava a falsa alternativa entre "a miséria do quotidiano" e o "quotidiano da miséria".
Ora, nunca como hoje estivemos tão totalmente imersos na primeira e ameaçados pela segunda!

Face Oculta

Neste processo designado "Face Oculta" têm surgido nomes de envolvidos que, só por si, justificam a designação.
Ele é um "Namércio" (e porque não "Mamúrcio"?), ainda por cima, "Cunha". Ele é um "Chocolate Contradanças"!
De facto, com nomes destes é natural preferir ter a face oculta.

sábado, 7 de novembro de 2009

E porque não?

A propósito da "guerra dos crucifixos" que passou a ser um dos temas mais "fracturantes" do Portugal educativo, atrevo-me a propor uma solução radical.
Porque não tornar a pôr os retratos do Salazar?

Vida Fácil


A quantidade de gadgets que apareceram ultimamente para nos "facilitar a vida" é deveras impressionante e tem, muitas vezes, o efeito paradoxal de a complicar ainda mais ou de ser bastante difícil que através deles a vida seja, de facto, mais fácil.
Faz-me lembrar aquela anedota "clássica" da mulher que vai a julgamento por prática da prostituição (então um ilícito) e perante a pergunta do juiz:
- A senhora sabe do que vem acusada? (não, não é a que estão a pensar que é muito "grossa" e eu não sou assim tão ordinário).
- Não senhor doutor juiz, não sei!
- É acusada de ser uma mulher da vida fácil!
-Fácil senhor doutor juiz!? Pois experimente Vossa Excelência fazer ... ... a um bêbado!
É exactamente o que se passa com a mitologia da "inovação" e mesmo sem querer ser muito luddite é óbvio que estes conceitos "balão" não resistem a evidências como a dos nazis terem sido "inovadores" com a utilização da câmara de gás; com efeito matar tanta gente em tão pouco tempo foi recorde só batido pelos americanos em Hiroshima e Nagasaki.
Até há uma velha "maldição" das mentes geniais da tecnociência serem, em geral, mais profícuas na destruição do que na construção. Foi assim em Los Alamos e se o Bill Gates (para quem a vida ficou, sem dúvida, muito mais fácil) não é, como alguns dizem, o "Anticristo" (se bem que o Maligno use de muitas manhas, com uma fronha daquelas ninguém ia acreditar) o que é verdade é que os seus artefactos tornaram possível, a meias com o telemóvel, a "escravatura" total e a total devassa da vida privada, que entretanto deixou, pura e simplesmente, de existir.
Hoje ninguém escapa ao braço longo do "patrão" a impingir tarefas fora de horas, (fora das horas que ele paga, entenda-se) e ao fim-de-semana e, muitas vezes, em momentos que queremos de lazer ou privados, lá toca o telefone e ou é serviço ou publicidade agressiva e parece não haver volta a dar-lhe.
Sendo justo, também é verdade que estou a publicar este texto num blog.
O mais engraçado de tudo isto é a crescente retórica acerca dos direitos, que é tanto maior quanto menos efectivos eles são, o que a torna autêntica "música para camaleões".

domingo, 1 de novembro de 2009

O "Escritório"

Defronte da minha casa está, há uma boa meia dúzia de anos, um (que já foi) automóvel, abandonado.
Já teve, há cerca de um ano, uma notificação da Câmara colada no pára brisas, mas já não tem; passaram todos os prazos dados a toda a gente e é claro que a burocracia é quase sempre estúpida: se o proprietário o quisesse não o teria deixado ali, a menos que seja roubado, mas se o foi, alguém deve ter participado às autoridades “competentes” e só se estas fossem muitíssimo incompetentes é que o teriam deixado lá permanecer todos estes anos.
O que é certo é que o carro, agora “mono”, lá está a ocupar um precioso lugar de estacionamento e a poluir visual e socialmente a zona. Mas como a inventividade humana não tem limites, acaba por não estar ao “deus dará” e cumpre até uma importante função socioeconómica na cadeia de serviços, tratando-se de uma das raríssimas bolsas de estacionamento oficialmente livre do cento do Barreiro (o olival semi-baldio junto à Biblioteca Municipal), a viatura serve de “escritório” a uma espécie de “empresa” de estacionamento que me parece, por observação empírica directa, funcionar num regime de carácter “cooperativo” dado que várias equipas de TPAs (Técnicos de Parqueamento Automóvel – vulgo “arrumadores”) se revezam com funções distribuídas, numa organização racional de serviço à população, que pelo preço de uma singela “moedinha”, vê satisfeita e em geral bem, a sua necessidade de estacionamento com tarifa única e independente do tempo de permanência.
Ora, iniciativas destas são de acarinhar, trata-se de uma autêntica “start up” e num país e região tão carecidos de apoios à iniciativa privada como via de salvação da nossa depauperada economia e recuperação do emprego, não serão de enjeitar.
Rogo pois, a quem de direito que tire de lá o “chaço” e arranje aos rapazes um escritório em condições.