quarta-feira, 31 de março de 2010

"Batalha Naval"




Parece, pelo menos a acreditar no Der Spiegel , que está a rebentar mais um escândalo de corrupção com "luvas" a pessoal diplomático e alegadamente governamental em 2002, num governo PSD/CDS, liderado pelo "Grande Timoneiro" - Durão Barroso (na versão "europeia" José Manuel Barroso - "forget about the Durão") - por parte da empresa alemã Man Ferrostaal no concurso para fornecimento de dois submarinos a Portugal para substituírem os já vetustos "Barracuda" e "Albacora", que pelo menos tinham a grande vantagem operacional de serem indetectáveis pelos radares "inimigos", tantas as camadas de zarcão que já tinham em cima.
Sendo a divulgação da notícia uma clara manobra do "contra-ataque", que isto quando não há moralidade, comem todos - (aliás, se Zeca Afonso estivesse ainda entre nós, não deixaria de actualizar a letra dos "Vampiros", que agora até estão na moda, e em vez de - "Eles comem tudo", seria - "Eles comem todos") - não deixa de ser mais um "prego" para o "caixão" do regime.
Parece também que nisto de casos de "luvas" a serem investigados pela polícia alemã, Portugal não está sozinho, mas bastante "bem acompanhado" por países com um "sistema" idêntico. São eles a Colômbia e a Indonésia.
Ora, nem mais...!

sexta-feira, 26 de março de 2010

Estabilidade


Segundo o último relatório do Observatório da Criminalidade Violenta, acho que é assim que se chama, esta está numa fase "estável", mas em "alta".
Ora bem, é assim como quem está em coma irreversível, estará estável, mas em "baixa"!

quinta-feira, 25 de março de 2010

Versailles




A avaliar pelo esforço de manutenção dos "jardins" dir-se-ia que moro em Versailles. Mas não, moro por cima da Biblioteca Municipal do Barreiro cujo logradouro empedrado tem quatro pequenos canteiros com uma vegetação que até nem é nada de especial. Mas a azáfama em torno deles é tão grande que chega a ocupar meia-dúzia de pessoas por dia, pelo menos das oito da manhã até à hora de almoço.
Os jardins de Versailles ou o Central Park certamente não terão tão grande ratio de zeladores.
O efeito é que teima em não se manifestar em todo o seu esplendor.
A propósito, o quarto que vêem não é o meu.
Enfin, c'est mignon!!!

quarta-feira, 24 de março de 2010

"Citar"









O termo citar acaba por conter na nossa língua um duplo significado que vinca mais uma das nossas célebres "originalidades". Na verdade e como entre todos os países tauromáquicos somos o único em que há "touradas", em Espanha, no México, etc., há "corridas de touros"; também somos o único em que se fazem "pegas" e há "forcados", que se deveriam chamar "moços de forcado" que é aquele pau com que eles entram nas "cortesias" e a sua antiga função era, quando não havia recinto próprio, formarem um redondel com os próprios "corpinhos" e "serem" a Praça para os fidalgos poderem tourear a cavalo, por isso percebe-se porque tinham que ser rapazes algo alentados.
Em Portugal os toureiros e forcados citam o touro, isto é, chamam-no; já ouvi fazerem-no de várias maneiras , desde o "Eh touro!" e "Eh bicho!", até ao mais "franciscano" "Eh irmão!".
Muito cuidado então com os equívocos, sobretudo para aquele pessoal que ao escrever "cita" e "esquece-se" de o assinalar, às vezes bastava abrir o texto com aspas e fechá-lo também com elas. Vejam lá, não levem alguma cornada.

sábado, 20 de março de 2010

O Aniversário do "Burro"


Ouvi hoje de manhã na rádio que a Ford Transit faz 45 anos. Ora, sabendo nós quão importante este furgon é para muitos dos nossos concidadãos, de que é o principal instrumento de trabalho, acho que isto está a pedir festa rija, daquelas que duram vários dias.
Já tive oportunidade de participar numa, há muitos anos, no Outono de 75.
Sendo eu estudante na Faculdade de Letras de Lisboa e politicamente empenhado, como quase toda a gente à época, fui convidado por uns camaradas trotskistas, se bem me lembro do PST (Partido Socialista dos Trabalhadores - no qual, assim de relance, não me lembro de ter visto qualquer trabalhador). Mas pronto, isso agora não interessa nada, é um dos "antepassados" do PSR, que integra o actual Bloco de Esquerda - como ia dizendo - esse grupo controlava uma Comissão de Moradores nos Olivais Sul e foi-lhes pedida por uma família cigana a sede da dita Comissão, uma enorme garagem na base de um prédio, para uma boda de casamento.
Eles cederam o espaço e como retribuição o avô de um dos noivos, suponho que da noiva, convidou os "meninos e os amigos" para a festa.
Nós, que nessa altura passávamos alguma "larica" (a comida da Cantina era, e parece que ainda é, péssima) aceitámos de imediato. Eu, não pertencendo ao Partido, fui como amigo, e eles eram de facto, "radicais pequeno e médio burgueses" muitíssimo simpáticos e nada sectários.
Sem querermos abusar da generosidade, não nos tinha sido posto nenhum limite, fomos para aí uma dúzia de putos guedelhudos (eu tinha dezanove anos), só rapazes, e assim que chegámos, após termos saído do autocarro, à Praceta onde ficava a garagem, ficámos espantados com o que vimos: centenas de homens e mulheres em traje de gala cigana, espetos pelos passeios a assar cabritos e borregos inteiros, uma roulotte, dessas das Feiras, com máquinas de "imperiais" fresquinhas e um camião-palco com banda ao vivo.
Fomos recebibos por um dos patriarcas de chapéu preto e barba branca, o mesmo que fizera o convite, com estas palavras:
- Meninos: sede bem-vindos! "Comem" e "bebem" à vontade: divirtam-se! Só vos pedimos um favor.
Nós, intrigados, respondemos:
- Qual?!
- Por favor - não se metam com as nossas mulheres!
Nunca tal nos tinha passado pela cabeça, mas mesmo assim e após o solene aviso, comemos, bebemos e dançámos, mas como dizia o dr. Branco Pardal, meu velho professor de Filosofia no Liceu D. João de Castro, "só yé yé, nada de agarradinhos". Livra!!!
E como bons "meninos", fomos só no primeiro dia, apesar de terem insistido connosco para voltar nos outros dois e saímos a horas "decentes", aí pela uma da manhã.

terça-feira, 16 de março de 2010

O Golpe das Caldas


Não posso, nem quero, deixar de assinalar mais esta efeméride: passam hoje trinta e seis anos sobre o Golpe das Caldas, uma espécie de prenúncio do que viria a ser o 25 de Abril.
Ainda hoje está para se perceber e obviamente falo por mim, que "embrulhada" foi aquela em que uma coluna militar sai do do RI5 das Caldas da Raínha e avança isolada sobre Lisboa tendo sido facilmente contrariada por, poucas, forças leais ao Regime, dando azo à prisão de um conjunto de oficiais considerados próximos do General António de Spínola.
Um dia talvez se venha a saber o que de facto aconteceu nos "bastidores": se foi "ensaio geral", se foi "casca de banana" ou se os envolvidos que agiram, pois parece que alguns "roeram a corda", serviram de "bois de piranha".
O que é certo é que cerca de quarenta dias depois eclodia vitorioso o 25 de Abril, autêntico "golpe de misericórdia" num regime que já nem a si se levava a sério.
É caso para dizer que ainda bem que o MFA não fez o que por essa altura se dizia que faziam as trabalhadoras das fábricas de loiça das Caldas quando tocava a sirene de saída, pelas seis da tarde:
"Hoje não faço nem mais a ponta..."

segunda-feira, 15 de março de 2010

Sebastião por Sebastião



A propósito do Congresso do PPD/PSD deste último fim-de-semana notou-se no ar algum almejo por uma espécie de "D. Sebastião". Ora, se há uma coisa que não entendo no "sebastianismo", dito assim de uma maneira simplista e sabendo bem que estas pulsões, mais do que "irracionais", radicam do "irracionalismo" da própria doutrina, é como se poderá suspirar e ter como "Desejado" alguém que levou Portugal ao maior desastre da sua História, contra o qual foi até avisado pelos presuntivos beneficiários (Felipe II chamou a atenção do sobrinho para a imprudência temerária da aventura).
A precisar de algum, e Sebastião por Sebastião, Portugal deveria antes desejar Sebastião José de Carvalho e Melo, que, esse sim, cortou várias das cabeças da "Hidra" que se sabe ter muitas mais.
Corroborando um velho ditado popular, desses sempre sábios:
"Oh Marquês, oh Marquês, volta para cá outra vez"!