sábado, 30 de outubro de 2010

Deixa-me Rir!


Francisco Assis declarou, com ar solene, que o Governo e o PS se caracterizam por cumprir em absoluto os acordos firmados - os professores são disso testemunhas.

A Inaudita Guerra do Leite com Chocolate


No acordo entre o Governo e o PSD, concluído na humilde choupana de Eduardo Catroga à Lapa, ficaram a faltar 500 milhões de Euros necessários para a alegada reposição mínima da confiança dos "mercados" . O PSD e os seus corifeus neo-liberais, vide José Manuel Fernandes (um ex-maoísta como Durão Barroso, mas um pouco menos radical, pró-albanês, chegou a dirigir com João Carlos Espada, outro "convertido", a "Voz do Povo" - o Jornal da UDP - incensando habitualmente o "camarada" Enver Hoxha, saravá "camarada" Henrique Monteiro, mas mutatis mutandis, como dizia a outra - isso agora não interessa nada!)) tecem rasgados encómios ao resultado de um acordo "clandestino", assinado numa casa particular, fotografado pelo telemóvel do anfitrião e por este rotulado de "histórico".
As cadeiras protocolares ficaram vazias em S. Bento e só não foi um acordo de cavalheiros, porque os cavalheiros não se costumam portar assim, com uma atitude acrimoniosa assacando-se mutuamente recriminações: Catroga a gabar-se de ter conseguido manter baixa a taxa do IVA do leite com chocolate e evitar o corte das deduções fiscais às classes "média e média-baixa", o que se esqueceu de dizer, disse-o depois com rispidez Teixeira dos Santos a solo (que raio de acordo em que os signatários se recusam a aparecer juntos) que e em suma, o PSD escusa de"embandeirar em arco" pois a tal folga à "classe média" não passa de uma "ilusão".
Veremos quem vai pagar os tais 500 milhões que separam Portugal da "credibilidade" que permite amansar os "mercados".
Afinal por quem os sinos dobram?
Os meus "calos" sopram-me que é pela Função Pública - sempre o "pé que está mais à mão"!

"Garantir o Estado Social"


O Governo promete eficácia nos cortes. Não tenhamos dúvidas que, por exemplo, o Rendimento Social de Inserção só será tirado a quem dele realmente precisa.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

"Jamé" ou o "Infiel" de Armazém


Ana Paula Vitorino, Secretária de Estado dos Transportes no Governo Sócrates I, denunciou ao Ministério Público as pressões de que foi alvo, inclusive por parte do seu próprio "chefe", o então Ministro das Obras Públicas, Mário "Jamé" Lino (um dos "convertidos" que trouxe como mais-valia a "tarimba" da real politik adquirida nos longos anos de militância no PCP) para "facilitar a vida" a "um amigo do PS", nem mais nem menos do que o "Bibi" do Face Oculta (o único que está preso), o sucateiro Godinho. Começa a estar explicada a razão porque não está no actual (des)Governo - no mundo das "quadrilhas" quem não "albarda o burro à vontade do dono" é excomungado. Aliás, já era conhecido o teor das escutas envolvendo até o "chefe-mor" (só na aparência, diga-se) e o
"salt(e)ador" Vara , recordista mundial das promoções profissionais, passando, sem dúvida por mérito, de "caixa" da CGD a Administrador em três tempos, que não lhe chamaram propriamente "mãe" ou "santa", o que só a honra.
Este tipos portam-se como o "infiel" de armazém que em vez de zelar pelo stock, o delapida perante a passividade de um País cada vez mais do tipo locus infectus, em que todos parecem querer "acabar" no Sporting e já estão a reservar o lugar, primeiro foi Figo, que o não concretizou, pelo menos enquanto jogador e até ao momento, agora é Cristiano Ronaldo quando, nas palavras do próprio, fôr "carcaça", e o "Correio da Manhã" titula em 1ª página :"Violação de burro origina morte".
Para os biltres que nos trouxeram primeiro o pântano e depois a ruína, negando as evidências e promovendo aumentos salariais e o regabofe generalizado no dia anterior às eleições, para os cortar em triplicado no dia a seguir ou que "descobrem" hoje a "vocação marítima" e "exportadora" do País, quando destruiram todo o aparelho produtivo nacional, querendo fazer de nós uma legião de sopeiras e porta-bandejas; para toda esta trupe e uma vez que, se calhar infelizmente, a Carbonária acabou, devia ser instituído um Tribunal de Apuramento de Responsabilidades que determinasse a respectiva cota-parte neste descalabro e os condenasse pelo menos à inegibilidade, à impossibilidade definitiva de ocupar cargos públicos, quer políticos, quer administrativos ou empresariais.

Que vão roubar para a estrada (na verdade também se fartam de o fazer).


A PONTE QUE OS PARTIU!!!


segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Violências


A tipificação do bullying e da violência contra professores como crime de participação obrigatória reclamada há muito pelo Procurador-geral da República, honra lhe seja feita, suscitou de Mário Nogueira comentários que resumem as poucas participações, em forte contraste com o número real de casos, com o “temor que os professores têm de represálias da parte dos agressores”.
Ora, o caso é, desgraçadamente, bem mais complexo – os professores não se queixam mais a não ser em particular, nos “desabafos”, porque há um estigma que pende sobre a vítima e a culpabiliza por isso mesmo, por ter sido vítima. Não é só na China que as autoridades negam tudo o que seja susceptível de lhes beliscar a imagem, também as Direcções das Escolas e Agrupamentos tendem a ”varrer para debaixo do tapete” tudo o que fuja ao mundo cor-de-rosa da versão oficial da “Educação para todos” e, por isso, quando alguém evidencia problemas de indisciplina ou mesmo de violência, dando de barato que a fronteira é clara, o que me parece “música para camaleões”, é imediatamente estigmatizado(a) e o “disfuncional” passa a ser ele(a) ou porque “não tem mão”, ou porque “ferve em pouca água”, ou porque “é muito frágil”, ou porque “não se sabe dar ao respeito”, ou porque “se põe a jeito” ou por outra coisa qualquer.
Depois a mesma turma ou os mesmos sujeitos raramente têm “problemas” com outros professores, quer dizer - muitas vezes, os tais “outros” professores silenciam-nos porque já sabem o que a “casa gasta”, depois ainda, muitos dos colegas, a “miséria” humana é grande e em tempos de crise revela-se imenso no “mata-mata”, estão sempre prontos para fazer “boa figura” e atestar a bondade dos petizes, às vezes com mais de dezoito anos e um metro e noventa, e a tal “esquisitice” do professor queixoso. E finalmente, não é bom “arranjar problemas”, nem ser muito “rígido” e “inflexível”, é essencial criar “empatia” com os alunos e com as famílias, mesmo que passem a vida a enxovalhar-nos, porque isso depois se reflecte na própria avaliação do docente. É preciso mostrar sempre “disponibilidade” e tolerar mesmo o intolerável, porque o professor é o único “actor” social, para utilizar o jargão da moda, a quem foi confiscada a dignidade e os direitos de cidadania, passando a achar-se “normal” que sirva de “escarrador” público e de saco de boxe para descarregar o mal de vivre alheio.
A minha geração, nasci nos anos 50, carrega um fardo singular que, no entanto, nos permite ver os dois lados da tortilha – quando éramos jovens, filhos e alunos, a “culpa” era sempre nossa, tornámo-nos adultos, pais e professores no preciso momento em que a “culpa” saltou a rede, e passou, do outro lado, a ser nossa à mesma.
Arre!!!
A propósito desta temática e para não nos sentirmos sós na desgraça, sugiro que vejam o filme, exibido há dias na RTP 2,“O Dia da Saia” (La Journée de la jupe) de Jean-Paul Lilienfeld com uma soberba interpretação de Isabelle Adjani no papel de uma professora que às tantas se ”passa”.
Já agora, seria melhor que o Mário Nogueira e os nossos representantes sindicais em geral, encarassem o problema de um modo mais sério, começando por abordá-lo com menos simplismo. Já estamos fartos de “abreviaturas”!

O Caixeiro Viajante


Finalmente temos Sócrates reduzido à sua dimensão essencial - vendedor de sucata a preço de "amigo".

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

“Entregar o ouro ao bandido” – dois aforismos e três lugares-comuns


Um dos principais problemas do país, para além da calamitosa situação económica e financeira e em estreita ligação com ela, é a insegurança jurídica e assim sendo, não se poderá dizer com propriedade que Portugal seja um Estado moderno, já que nestes a separação efectiva de poderes e a confiança jurídica nas instituições são condições sine qua non.
Entre nós nem os governos, nem os tribunais (que funcionam como é sabido), nem os sindicatos, inspiram e muito menos garantem, qualquer confiança na ordem jurídica supostamente estabelecida, por isso o medo nunca se desinstalou na sociedade portuguesa. Isto a propósito da anunciada Greve Geral para o próximo dia 24 de Novembro e dos seus reais efeitos muito provavelmente simbólicos, quando o “simbolismo” é uma corrente já superada pelo mundo surreal‑dadaísta em que vamos sobrevivendo. Mais uma vez os trabalhadores da Administração Pública que, é quase certo, irão ver os seus vencimentos cortados a partir de Janeiro (na verdade foram‑no já a partir de Junho com a subida dos descontos e do IRS), vão entregar ao Estado uma espécie de “dia de salário para a Nação”, que se fosse, por exemplo, um mês dispensaria qualquer PEC. A Greve Geral de um dia é, e aqui vai o provérbio, claramente - “entregar o ouro ao bandido”.
Os Sindicatos que, em regra, não têm fundo de greve e continuam nesta direcção das acções “simbólicas”, acabando por prejudicar mais os trabalhadores do que o contrário, demonstram estar mais no campo da retórica sindical do que da efectiva acção e por isso, e este é o primeiro lugar‑comum, mostram “ser mais típicos do século XIX do que do século XXI”, ainda por cima, com uma enorme diferença negativa nos resultados. O pior é que estes lugares-comuns se verificam com inteira propriedade e é óbvio o desfasamento deste tipo de lutas de massas que surtiam efeito quando se verificavam as, hoje praticamente extintas, grandes concentrações operárias agora substituídas por uma sociedade e um mundo laboral, e até um mundo mental, muito mais fragmentário e atomizado, tornando muito mais importante a acção nos locais de trabalho e as micro-lutas, atendendo aos dados específicos de cada situação que os sindicatos deverão sinalizar e em que deverão apoiar de facto os trabalhadores face aos abusos e aos desmandos que, contra a letra da própria lei, se multiplicam quer no sector privado, quer no sector público. Aqui cabe o segundo lugar‑comum, a acção sindical deve “pensar global e agir local”.
Nas questões laborais concretas as pessoas sentem-se abandonadas, quando não traídas, pelos sindicatos, e apesar de ser verdade que a percepção pode não corresponder necessariamente à realidade “objectiva”, não é menos verdade, e aqui vai outro lugar‑comum, que “em política o que parece é”.
Devemos manisfestar o mais vigorosamente que pudermos a nossa indignação, nas ruas, nos espaços de comunicação, mas, apesar do meu sincero e profundo desejo de que algo resulte da Greve Geral, se os sindicatos portugueses não “virarem a agulha” e continuarem na senda de acções inconsequentes e antecipadamente ineficazes só para “marcar o ponto”, a fazer de conta que estamos nos tempos das betoneiras a cercar o Parlamento, e aqui vem o segundo aforismo, mostram muito arcaicamente “ser mais amigos de uma suposta Humanidade do que dos homens e mulheres em concreto”.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

O "Ónus"


O PS e o PSD disputam freneticamente sobre quem recairá o "ónus" das medidas de autêntico saque que estão contidas na proposta governamental de Orçamento de Estado. Ora, de quem vai ser o o "ónus" não sabemos, mas o "ânus" vai ser o nosso e vai doer.
Já em Espanha, onde o Partido Socialista é "Obrero", um membro do Governo decidiu juntar-se aos protestos anti-governamentais, foi corrido, claro. Mas mostrou que naquele Partido nem todos "obram" para o mesmo lado. Por cá o Partido Socialista limita-se a continuar a "obrar" sobre as cabeças dos mesmos de sempre.

sábado, 16 de outubro de 2010

Rankings - Chave de Leitura


Costuma dizer-se que os rankings "valem o que valem” e sou dos que entendem que, apesar de tudo, valem. São indicadores que não podem ser desprezados, embora não se possa comparar o que não tem comparação e não ser absolutamente de estranhar que muitas, mas não a generalidade, das escolas privadas obtenham melhores resultados do que a generalidade das escolas públicas. Tal decorre das vantagens competitivas das primeiras ao terem a possibildade de escolher os alunos, quer pela selecção económica e social, quer pela não-aceitação e mesmo expedita e sumária expulsão dos "indesejáveis" e de escolherem também o corpo docente contratando directamente os professores, o que para o subsistema público talvez não fosse o melhor dos procedimentos, primeiro teria que se garantir a equidade dos concursos, pois sabemos como no sector estatal esta diminui à medida que aumenta a escala de proximidade e sobretudo não sobrecarregar nem uns, nem outros, com imensa papelada e “palha” burocrática e “carradas” de actividades folclóricas que apenas servem de distractor se o foco estiver centrado nos exames.
É que não se podem misturar “alhos com bugalhos” e exigir à Escola Pública que esteja ao serviço da inclusão social trabalhando com alunos e famílias de sectores desfavorecidos e, ao mesmo tempo, faça entrar dezenas de alunos em Medicina (curso em que a média de entrada é, em geral, a mais alta). Isto já para não falar das zonas de implantação dos próprios estabelecimentos, diferentes se interior ou litoral, central ou suburbana, meio tradicional ou desenraizado e até mesmo em espaços geográficos e urbanos coincidentes, pelo menos enquanto continuarem a acontecer situações como a que passo a descrever:
Há já algum tempo, assisti num canal de televisão a uma "estória" rocambolesca de "roupa suja lavada em público", protagonizada por duas responsáveis (então Presidentes dos Conselhos Executivos) de Escolas Secundárias da mesma zona central de Lisboa, a primeira um antigo Liceu e a outra uma antiga Escola Técnica (Comercial e Industrial). A directora que "pôs a boca no trombone" foi a da antiga Escola Técnica ao contar que os serviços do antigo Liceu tentaram "recuperar" a matrícula de um aluno africano que tinham rejeitado e mandado para lá com o resto do que consideravam ser "lixo", alegando "falta de vagas", quando souberam que era filho de um diplomata de um dos PALOPs.
Ora bem - como a "noblesse oblige" e "gente fina é sempre outra coisa"!
Acreditem, como se todos o não soubéssemos, que esta objectiva e despudorada captura do sistema público de Educação (tal como do de Saúde, e do de Justiça e etc.) por interesses privados de supostas "elites" e respectivas clientelas, mandando a "escola inclusiva" às malvas, não se confina apenas a Lisboa e ao Porto. Existe, à escala, por todo o País e é popularmente designado por factor "C" de "cunha" e "compadrio".
Ora aqui, mas não apenas, está uma das principais chaves para a leitura dos rankings.
Há, é claro, entre estabelecimentos com idêntica composição económica e social, diferenças que radicam em factores de cultura de escola e opções de gestão - há quem prefira o trabalho "puro e duro" e quem privilegie aspectos mais lúdicos e "festivos" e ainda quem não seja capaz de resistir a pressões "inflacionistas" da parte dos já referidos sectores sociais "influentes" que, em linguagem futebolística, tudo fazem para conseguir na "secretaria" o que não conseguem em "campo". Ora, isso paga-se nos rankings que têm, pelo menos, o mérito de, ao aferir classificações, pôr a nu algumas derivas, mas é preciso, em primeiro lugar, elaborá-los com rigor e depois lê-los com cuidado, sem precipitações e generalizações abusivas.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Scuts - a Falácia Justicialista


"Para a mentira ser segura
E atingir profundidade
Tem que trazer à mistura
Qualquer coisa de verdade"

António Aleixo


Um dos maiores pecados da política rasteira deste Governo (e do anterior com o mesmo "chefe", a que nem a perda da maioria absoluta serviu de emenda, aliás, este tipo de gente nunca aprende), é a insistência na utilização de um "argumentário" (tão ao gosto de um certo PS - "simplex"), em que se fazem confundir deliberadamente, diga-se de passagem, factos e razões. Assim está a ser no folhetim das Scuts, quando o Secretário de Estado Paulo Campos (sempre os "ajudantes" para o "trabalho sujo") utilizando uma falácia justicialista, argumenta que o pagamento de portagens nas Scuts, que terão que mudar de nome, pois o acrónimo significa "sem custos para o utilizador", é uma questão de "justiça", "equidade" e "solidariedade nacional". Ora, como tão nobres motivos invocados podem significar razões bem mais terra-a-terra? O que ele deveria dizer é que, ao contrário do que foi prometido por Sócrates em duas campanhas eleitorais, 2005 e recentemente em 2009, o enorme "buraco financeiro" da "Estradas de Portugal E.P." precisa de financiamento urgente e não havendo mais solução alguma, toca de espremer o passante.
Esta é mais uma lamentável manifestação de um "maquiavelismo de trazer por casa" em que se invocam argumentos enviesados para justificar necessidades prementes e se semeia a discórdia, tentando virar os cidadãos uns contra os outros, através do velho truque de fazer crer a cada um que está no grupo dos "uns" e por isso, que se "lixem" os "outros
Não seria mais honesto e até eficaz, pura e simplesmente, dizer a verdade e já agora, antes das eleições?

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Reparação Histórica


Decididamente o Comité Nobel está numa de acerto e também o laureado com o Prémio da Paz é um real merecedor - o chinês Liu Xiaobo.
Deve ser para se redimir do Prémio Nobel da "Graxa" entregue o ano passado a Barack Obama.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Uma Questão de Justiça


O Comité Nobel acaba de provar que também é capaz de acertar na escolha do laureado na categoria de Literatura e, em boa hora, decidiu entregar o Prémio ao grande Mario Vargas Llosa.
Pena é não dar agora jeito nenhum ao próprio, se o fizesse também ao enorme Jorge Luis Borges.

domingo, 3 de outubro de 2010

E porque não Viriato?


Miguel Sousa Tavares (MST), na sua página do Expresso do último sábado, 2 de Outubro, defende que a responsabilidade da actual situação calamitosa do país não impende apenas sobre José Sócrates e Teixeira dos Santos, mas também sobre Cavaco (o "mãos largas"), o PREC e até Salazar, omite Guterres (vá-se lá a saber porquê?). Fico sem entender qual o critério deste julgamento em retrospectiva, já que poderia ter ido a Fontes Pereira de Melo, ao Marquês de Pombal (que também era "Melo"), a D. João IV, a D. João II, ao Infante D.Pedro ou ao Infante D. Henrique, a D. João I ou a D. Afonso Henriques ou até, porque não, a Viriato, não tivesse sido ele o cabecilha de uma horda de rústicos que não se governavam, nem se deixavam governar.
Como MST parece um daqueles "árbitros habilidosos" de que costuma queixar-se quando o seu clube não ganha, para o elucidar sem grandes retrogradações históricas, citamos uma das respostas mais certeiras para que se compreenda a génese desta situação, para além da "crise internacional", dada por Karsten Voight, veterano da diplomacia alemã, dizendo preto no branco na "Sociedade das Nações" da SIC-Notícias, que a Alemanha terá começado a perder a paciência para os países da Europa do Sul e do Leste em que há pessoas que enriquecem à custa do dinheiro dos apoios, que nunca concretizam os projectos subsidiados e que, ainda por cima, não pagam impostos.
Ora, para bom entendedor meia palavra basta e não será de exigir a um diplomata que soletre o nome de todos os países em que estará a pensar, demais a mais, sendo hóspede de um deles. De facto, em Portugal teve-se um entendimento muito sui generis do "Princípio da Subsidiariedade" (que foi lido como "Princípio do Subsídio Dado") e agora kaput. O entusiasmo pela União Europeia e pelo Euro já está a arrefecer ao ponto de muita gente considerar que aquilo que há 25 anos foi tido (e vendido, diga-se de passagem) como uma boa ideia, só o terá sido no tempo da Alemanha "Funeral", porque com a "compra" do Leste, a Alemanha de hoje tem mais em que investir e se calhar o melhor será mesmo desmontar a tenda, que até já está a dar "barraca".
O problema, para além dos maus hábitos instalados e do gorar das expectativas, é o topete de quem, após ter enterrado o nosso sector produtivo e querer fazer de nós uma economia de "serviços" (leia-se de "bandeja na mão") e do sector "terciário" (leia-se de call centers), vem agora dizer-nos (ele que até é de Boliqueime), que devemos "pôr os olhos no mar" e outras "ingenuidades" do género.
Não deve ser difícil descortinar onde pararão hoje os "génios visionários" próceres do "Cavaquistão" do tempo do "oásis" que depois secou, e do "bom aluno" que, afinal, se veio a revelar um grande cábula.
Porque se estoirou com o nosso sector produtivo, fazendo de conta que é possível comer "tecnologia de ponta" e abrir hipermercados, dizimando os consumidores, previamente viciados em adquirir "lixo", ainda por cima, importado?
Como é certo e sabido - "o carteiro toca sempre duas vezes" e uma das poucas virtudes da penúria é ensinar-nos alguma coisa que, no entanto, esqueceremos como o macaquinho assim que se dissipar a borrasca, só que esta é como o Toyota e veio para ficar.
Da famosa "repartição dos sacrifìcios" que, sempre em nome do "Interesse Geral", o nosso "engenheiro" está constantemente a apregoar, convém dizer que é socialmente injusta, trata-se apenas de "chutar com o pé que está mais à mão" e de esbulhar sempre os mesmos, não propriamente quem tem rendimentos, mas quem já paga impostos.
O único precedente histórico em 36 anos de Democracia, foi em 83, aquando da segunda visita do FMI, em que foram confiscados 33% do subsídio de Natal a todos os que o receberam.
Mesmo assim e não havendo ainda "dinheiro de plástico", estando na "bicha" da Caixa Geral de Depósitos para receber o vencimento, fui abordado por um homem já idoso que conhecia de vista e sabia ser vendedor do jornal "Avante", que se abeirou de mim e me ofereceu um cravo vermelho com um papelinho enrolado contendo esta quadra:
"E quando houver eleições
Não te esqueças outra vez
De votar nos ladrões
Do teu décimo terceiro mês"

sábado, 2 de outubro de 2010

Porque no te callas?!


Na, encomendada, entrevista à RTP (são as vantagens do Poder, utilizam-se os meios do Estado quando se quer) Sócrates bem tentou reconstituir os cacos da sua imagem abalada (obviamente para quem alguma vez tinha tido alguma espécie de esperança nele - só se desilude quem estava iludido) por continuas "inverdades" e actos de "fé" falhados que seriam da sua esfera privada se não se desse o caso dele ser Primeiro-ministro e dos seus "erros de previsão" virem a afectar negativamente a vida de milhões de pessoas. São actos de "fé" e sobretudo de má fé, pois em Setembro de 2009 quem, com um mínimo de clarividência, já acreditava nos números do Governo. Quem, com um mínimo de seriedade intelectual, chegou a crer que o PEC I e depois o PEC II, apresentados, sem um pingo de pudor, como a ultima ratio de cada uma das vezes, resolveriam o que quer que fosse?
Quem aumentou os salários da Função Pública em 2,9% para agora os vir cortar até 10% (mais as "alcavalas" - CGA, ADSE, etc.)? Quem inventou subsídios, pontes, aeroportos e TGVs para agora suspender tudo? Quem afirmou reiteradamente que não iria aumentar impostos, até baixou o IVA, em permanente campanha eleitoral, para agora ser a sangria que se anuncia?
Quem jura a pés juntos fazer tudo isto para defender o "Estado Social" enquanto rebenta com os seus últimos vestígios?
É caso para dizer, utilizando os dois idiomas em que o personagem costumeiramente ousa tentar exprimir-se:
Porque no te callas?!
E em not so bad English:
Shame on you!!!