sábado, 6 de dezembro de 2008

Equívocos (ou da irredutibilidade de alguns conceitos)


Uma colega de longa data encontrando-me recentemente disse-me :
- "Esta gente está louca, ainda não se aperceberam que os melhores professores, os mais experientes e dedicados estão a ir-se embora, reformando-se muitas vezes mais cedo e com grandes prejuízos pecuniários. Será que ninguém lhes põe juízo na cabeça" ?!
Eu , sorri e retorqui:
- "São, eles não estão loucos. Estão apenas a cumprir o programa que lhes encomendaram"!
É que as pessoas da geração do 25 de Abril estão estupefactas e não querem acreditar, mas não se trata de má informação dos decisores políticos deste governo e desta maioria. Trata-se de actos deliberados e que originam um conjunto de equívocos decorrentes da irredutibilidade de significados para os mesmos significantes; mais do que uma questão semântica, é uma questão de pragmática.
O significado de termos como "competência", "saber","informação" ou "bom desempenho", estão longe de querer dizer o mesmo para pessoas como nós e para esta gente do tipo "apóstata" do pensamento que capturou o Partido Socialista e a "esquerda reformista".
Para eles, estes termos não têm que ver com a criação de autonomia e de independência intelectual, que era o significado corrente de tais expressões enquanto finalidades da educação. Nada disso, para esta "seita" a "Educação" consiste no mero adestramento mínimo para operar com teclados e na aquisição dos tais seiscentos vocábulos ( e ainda assim no limite máximo) do tal "technical english" que o "Zé" fez por correspondência, quando se "licenciou", "nothing more"!
Por isso, eles querem que tudo o que lhes cheire a cultura, autonomia ou espírito crítico, lhes faça o subido favor de se ir embora, melhor e mais barato se perdendo direitos, de modo a que fiquem com as mãos livres para "meterem" pessoal domesticado por metade do preço e a termo incerto.
Para fazer o que eles querem, chega!!!

2 comentários:

Anti PS Neoliberal disse...

ToZé

Esquerda reformista não! segundo o conceito da ministra, quando lhe foi perguntado de chofre se era de esquerda, ela, depois de um ponderado espaço de tempo respondeu;
"sim sou da esquerda que faz, não da esquerda que fala"

É uma frase assim como aquela do menino que lhe escreveu uma carta a dizer que quando for grande vai inscrever-se no PS.

São disse...

Assino por baixo, Tó Zé!!
Fica bem.