As declarações de Ana Gomes ao entender como boa a posição da direcção do PS de interditar candidaturas duplas à Assembleia da República e às Autarquias fez-me lembrar a de um célebre matador de toiros, Manuel Benítez, “El Cordobés “ quando, na década de 70, se candidatou a um lugar de deputado nas Cortes espanholas e o seu programa eleitoral ia no sentido da justiça social. Em declarações do próprio afirmava e passo a citar:
“ – Para que los pobres puedan ser menos pobres, los ricos tendrán que ser un poco menos ricos!”
Apressando-se, no entanto, a esclarecer:
“ – Todos menos yo, que me ha salido del pello!"
Na verdade, a direcção do PS vem agora impor aos candidatos a presidentes de Câmara, mesmo aqueles que não terão a menor hipótese de ganhar, a interdição de uma dupla candidatura à Assembleia da República, tendo-se, no entanto, “esquecido” de o fazer em relação às candidaturas ao Parlamento Europeu, no caso "ad hominem", ou melhor, "ad mulierem", de Ana Gomes e Elisa Ferreira que, já eleitas para o PE, são as “apostas” do PS para os municípios de Sintra e do Porto com as expectativas que se conhecem (parece que no Porto uma recente sondagem atribuiu 58% das intenções de voto a Rui Rio).
Elisa Ferreira e agora Ana Gomes, que pelo efeito de contacto “Causa Nossa” parece ter passado no PS “socrático”, de “besta” a “bestial” num ápice, apressaram-se a declarar que se forem eleitas para a Presidência dos municípios deixarão o PE. O contrário teria sido mais curial, mas “olhó meu!!!”, “tás a brincar ou quê?!”.
Ana Gomes ainda vai mais longe e acha “razoável” que o Partido, leia-se a direcção, imponha aos outros, critérios de dedicação exclusiva a que escapou, permitindo-lhe manter o maior “jackpot” político europeu mesmo, "et à cause", apesar do mais que provável desaire na “corrida” à Câmara de Sintra.
É preciso ter “lata”! Isto é bem o espelho da tal “ética republicana” e um modo muito cínico do PS se desenvencilhar de alguns escolhos no Parlamento impondo à “plebe” um critério que não impôs às “élites”.
É claro que esse critério é mais do que justo para não se fazer da representação política uma “carreira”, mas deveria ser o mesmo para todos e não um mero “instrumento” para “limpeza” de listas que, a vingar, passarão a ter uma composição bem mais “socrática”.
Estamos, de facto, bem servidos de "diestros" e "maestranzas"!
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