segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Portas em mais um momento Jonet










Paulo Portas "descaiu-se" em mais um "momento Jonet" ao declarar que os verdadeiros pobres (os "pobrezinhos" quis dizer) não vão a manifestações, nem a protestos. Pois não, os que vão a manifestações e a protestos são aqueles e aquelas que, a páginas tantas, julgaram ter como fruto do seu próprio esforço, construído uma vida digna sem "sacaduras" e sem terem que mendigar as sobras nas portas de serviço ou do lado de fora dos portões das quintas e a quem se possa dizer "bom homem ou mulherzinha, tenha paciência!" depois de se terem posto à mercê da "esmola que aprouver a Vossa Senhoria, meu fidalgo".
Aliás, Portas para além de gozar de uma certa "inimputabilidade estatutária" - que uma velhota castiça explicou a uma amiga minha, exemplificando com o juízo público acerca das infidelidades conjugais por parte das mulheres: se for da "alta", teve um "caso"; se for da "assim-assim", um "deslize" e se for do "povo", é uma "puta" - protagoniza mais um episódio que para além de o requalificar (pena que não como na Função Pública) como um Frei Tomás muito pouco "católico" (ou antes, um católico muito pouco "ortodoxo") reitera o “estilo” a que já nos habituou, uma espécie blasé de "candura" snob. Tendo dito coisas como que tem muita pena que em África, "infelizmente", haja muita gente "sem meios para almoçar ou para jantar". Só faltando ter especificado se à luz das velas, se com rosas (tudo menos cravos) no centro da mesa e se começavam por um gin tónico ou por um dry martini.
Ainda por cima, nesses locais da tal "África" de que fala, nem sequer costuma haver as "sopas dos pobres" para onde quer atirar os "ingratos" e a cambada de "privilegiados" que vão às tais manifestações e a protestos.
Mesmo sendo, em regra, céptico de atitude, costumo ter faro para "meretrizes" (para não usar o vernáculo da outra senhora...).

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

De Maduro a Podre




As recentes declarações do Ministro da Propaganda, o "experto" Poiares Maduro, acerca das pensões de sobrevivência, constituem mais um escabroso exercício de subestimação da inteligência alheia por evidente e primariamente falacioso. Mesmo por absurdo as pensões de 25 000 euros, a existirem (talvez a da avó ou da mãezinha dele), serão uma muito ínfima parte das que irão ser cortadas. Tal só dá conta da miséria moral, da falta de carácter, do cinismo e do "vale-tudo" argumentativo para "justificar" o injustificável. 
E nisso, em falta de vergonha na cara, este governo é coerente, quer interna, quer externamente. Vejam-se  a resposta de Passos no Parlamento acerca da retroactividade dos cortes das pensões: "nenhum pensionista vai ter que devolver seja que importância for"; o caso Machete que vai das "incorrecções factuais" às inconfidências luso-tropicais e o indisfarçado regozijo de Paulo Portas pelo "penta" autárquico do CDS em detrimento das "coligações" em que se terá afundado "só" o PSD (com "amigos" destes...).
Estamos perante uma "lepra", títeres que querem ser bonecreiros de um estado de excepção não declarado em que tudo o que era suposto ser sólido se dissolve no ar, em que a  mais despudorada das petas substitui a confiança institucional e a máscara de uma pretensa "equidade", apenas na desgraça, espalha a cizânia e o ressentimento mercê das mais velhas, relhas e desacreditadas técnicas de "comunicação política" do mundo, o famigerado "dividir para reinar" reiterando o aforismo do sinistro Goebbels acerca da ascensão da mentira, muitas vezes repetida,  à categoria de "verdade" funcional, sem esquecer o salazarento (mas a milhas do original) "em política o que parece é". Estes rapazolas, que passam a vida a encher a boca de "inovação", afinal não inovaram coisa alguma, o livro que andam a ler foi escrito por outros e arrisca-se a, para utilizar a sua própria cretino-terminologia, não ter qualquer tipo de "aderência" à realidade. 
Claro que no conjunto das medidas "justicialistas" também se incluem alguns anunciados beliscões nos verdadeiros interesses corporativos, como aquele do impostos sobre as rendas da energia.
Vai uma apostazinha que ou serão os clientes a pagá-la ou se arranjará uma isençãozita para os chineses da "Garganta Funda", accionistas da EDP.