domingo, 2 de março de 2014

Saudades da Soyuz (ou "A Caixa de Pandora")



Tenho a ligeira impressão de que o "Ocidente" ainda vai ter saudades da União Soviética. Isto da Ucrânia está-me a fazer lembrar a Geórgia em 2008, mas com a parada mais alta.
Afinal trata-se de um"clássico", um déjà vu, populações de língua e cultura russas (neste caso) integradas "à força" num estado estrangeiro, clamam pela protecção da Pátria-mãe. A  engenharia populacional é velha como o mundo - desde Nabucodonosor aos romanos, passando pelos czares e por Estaline, até aos ingleses na Irlanda - a política de deportações e colonizações é uma realidade antiga e destina-se a perpetuar situações de facto. Quem pensou que a globalização do capitalismo traria automaticamente a globalização de um único imperialismo, é capaz de se ter enganado.
É que a História dá mostras de ter mais uns capítulos para revelar e se a democracia (cadê ela?) é o pior dos sistemas à excepção de todos os outros, ainda (?!) estamos muito longe do melhor dos mundos.

2 comentários:

José Augusto Batista disse...

Pois é mano subscrevo sobretudo. "julgaram que a globalização do capitalismo traria automaticamente a do imperialismo" ... Não é bem julgaram é mais ... Têm pressa que a vida é curta ... Penso muito no Inferno de Dante!

imank disse...

Estive para fazer essa nuance no texto. Mas parece-me que houve um impulso dos "teóricos" destas coisas para embarcar num "wishful thinking" de que ao sucumbir à ordem única do mercado único, do (débil) pensamento único, instaurados pela "globalização" do capital, os impérios, aparentemente "caídos", aceitassem deixar de o ser e passar do infinito ao zero.
Ora, tal nunca aconteceu sem luta e se alguns renascem constantemente das cinzas com diferentes estratégias (de "Sieg Heil" para "Isadora Duncan works at Telefunken")outros não admitem que lhes assaltem os quintais.