terça-feira, 23 de novembro de 2010

Herberto


Amo devagar os amigos que são tristes com cinco dedos de cada lado.
Os amigos que enlouquecem e estão sentados, fechando os olhos, com os livros atrás a arder para toda a eternidade.
Não os chamo, e eles voltam-se profundamente dentro do fogo.
Temos um talento doloroso e obscuro.
Construímos um lugar de silêncio.
De paixão.



Aos amigos, nos oitenta anos de Herberto Hélder.

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