quarta-feira, 28 de setembro de 2011
O 28 de Setembro
Mais uma efeméride - faz hoje 37 anos que abortou, por obra da esquerda civil e militar, a primeira tentativa séria de subverter o 25 de Abril, ainda muito fresco. As forças de direita, ligadas ao então Presidente da República, general António de Spínola, convocaram para Lisboa uma manifestação da chamada "maioria silenciosa" que se destinava a apoiar uma política de travagem da independência das colónias.
Essa movimentação foi impedida por acção de milhares e milhares de cidadãos que fizeram barreiras populares em torno da capital e revistaram tudo o que era veículo.
Nem as enxadas, nem as pás e as picaretas escaparam, quanto mais as caçadeiras. O mais que se encontrou foram sacas de batatas ou de fruta e, em assinalável quantidade, garrafões de "tintol".
Spínola demitiu-se dois dias depois, sendo empossado o também general Francisco da Costa Gomes.
Este episódio faz-me lembrar a história verídica de um contínuo de Liceu que deu uma "palmada" de 60 contos (há 45 anos era muito dinheiro) e foi imediatamente despedido. Um outro foi-se "abotoando" durante mais de três décadas, entrou a pé e saiu de BMW.
Ao 25 de Abril, que então sobreviveu, também se pode aplicar o refrão de Roberta Flack: "killing me softly" ou o da popular canção brasileira: "para tudo se acabar na quarta-feira".
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