Afinal parece que a tradição ainda é o que era. Pelo menos a avaliar pela alegada (e muitíssimo retardada) nova resposta policial portuguesa ao mistério do desaparecimento de Maddie McCann, há mais de seis anos na Praia da Luz, perto de Lagos no Algarve. Agora o principal suspeito é um morto - um antigo empregado do complexo turístico Ocean Club com antecedentes criminais e entretanto convenientemente falecido. É um clássico do culpado ideal e também uma peça recorrente na "História Universal da Infâmia", os mortos não costumam, a não ser em circunstâncias muito especiais que envolvem mesas de pé-de-galo, falar e assim o resultado interessa a (quase) todos, tirando obviamente os pais da criança.
Como foi no então Allgarve, está a tentar encerrar-se o caso em passo de corridinho, de maneira que à voz do mandador se possa cantar:
- E, palminhas, acabou e ninguém se enganou !!!
Seria engenhoso, se não fosse tão ascorosamente corriqueiro, para além daquele pequeno pormenor de também ser ignóbil.
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