domingo, 27 de junho de 2010

"A Viúva de Mao"


Maria de Lurdes Rodrigues, agora no remanso da compensatória presidência da Fundação Luso-Americana (que isto dos amigos são para as ocasiões, mesmo que seja preciso aprender inglês), reitera na entrevista que dá ao “Expresso”, a generalidade das suas obnóxias posições enquanto titular da pasta da Educação e continua as suas diatribes contra o grupo socioprofissional alvo da maior “campanha negra” da história, pelo menos, da República portuguesa.
Afirma que os professores querem ser todos iguais, são avessos à diferenciação que determinaria quem seriam os “bons” e quais os “maus”. Só não disse que os critérios que durante o seu consulado foram sendo exarados e variando constantemente, ao sabor das conjunturas e das inenarráveis peripécias de que este se revestiu, nada tiveram que ver com uma verdadeira avaliação do desempenho de quem quer que fosse, mas apenas com a necessidade administrativa de classificar para legitimar o estrangulamento das carreiras e a real degradação dos salários. Mas pior, muito pior do que isso, que sem apoiar, admito como interesse financeiro de qualquer governo por motivos que hoje estão bem à vista, foi o “embrulho” miseravelmente demagógico que envolveu essas medidas, sob o qual foi movida a maior campanha de enxovalho público de que há memória em Portugal, (Salazar incluído). Tratou-se de fomentar o ressentimento social pelo “atirar às feras” dos professores que foram tornados bodes expiatórios de todo o insucesso do país, fruto do erratismo e da possidoneira de quem tem dirigido, e continua a dirigir, as políticas educativas em que o mister de ensinar é substituído pela escravatura burocrática e o de aprender pelo facilitismo institucional destinado a melhorar as cifras do faz-de-conta estatístico para “inglês ver”.
Afinal o que foi valorizado, para além do compadrio e do "amiguismo", foi a capacidade de produzir mais e mais “papelada” inútil e o “brilho” da utilização a torto e a direito dos gadgets da moda, superando largamente a profecia de McLhuan (sobre o meio e a mensagem) e tornando absolutamente irrelevantes os conteúdos, desde que a embalagem seja atraente, um pouco à moda dos tais “patos‑bravos” que encomendavam livros com encadernações de luxo a metro para enfeitar as estantes.
Tudo isto só foi possível com a cobertura política do “Grande Timoneiro” de Vilar de Maçada, qual Pol Pot em versão Armani, e dos “khmers rosa”, que imitando o “Grande Salto em Frente” e outras manobras macabras do tipo “Revolução Cultural Chinesa” encontraram intérpretes acostumados a “mudar de ideias” e que põem nas novas causas meramente circunstanciais a que, por motivos de carreira se encostam, aquele fervor fanático da política de “terra queimada” típico do radicalismo que abraçaram noutros tempos. Exemplo do Bando dos Quatro da (Des)Educação em que não poderia faltar a figura da “Viúva de Mao” (Maria de Lurdes Rodrigues – ex‑anarquista), os Secretários de Estado Pedreira (ex-sindicalista “revolucionário”) e Lemos (ex-militante e autarca absentista do CDS e bully indefectível, veja-se a figura que está a fazer no Ministério do Trabalho) e o Sr. Albino (uma espécie de “padre eterno” populista e demagogo).
Está visto que com um “naipe” destes se prova a asserção de que há gente cuja essência de carácter é ser totalmente dele destituído.

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