sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Escrito nas Estrelas













A declaração de Passos Coelho acerca do OE para 2012 foi emblemática por nela se ter assumido a passagem ao acto de uma agenda antiga. Os próceres do "neoliberalismo" (chamemos-lhe assim à falta de melhor) estavam ansiosos pelos dias, que, como reza o fadinho, "agora já chegaram", em que poderiam anunciar e executar a queima pública do tímido embrião do chamado "Estado Social", que, quer as "conquistas de Abril", quer mesmo antes a "Primavera marcelista" e até Salazar tinham instituído. A "Crise" e a "Troika", mesmo sem podermos ignorar a catastrófica situação financeira do país (e por ela a responsabilidade objectiva de Sócrates, Guterres e Cavaco Silva - o de "curta memória" - entre outros) - e mesmo da "Europa" e do mundo, constituem um óptimo pretexto, qual "Bojador" que se pode "passar além" (sem o fazer para além da dor, antes pelo contrário). Toda esta sanha pela desregulamentação dos direitos, pela instabilização total da vida, pela precarização global, foi sonhada já há muito por aqueles a quem os donos gratificam para que produzam "nacos" de ideologia assassina, autêntico terrorismo social, disfarçada de racionalidade "económica" (na verdade a "economia de casino" é a negação da Economia, nada produz, antes destrói). Estes "banksters" e o coro dos "comentadores de referência" que lhes serve de oráculo e porta-voz, há muito vinham referindo a "esdrúxula" ocorrência dos subsídios de Natal e Férias (e até do próprio Natal e das Férias) como tipicidades folclóricas e rústicas próprias de um país atrasado, campónio e salazarento, resquícios de quando em Portugal se "ganhava pouco".
Ora para além de dispensar lições de anti-fascismo desta clique, que ao tempo nunca vi na Oposição, antes pelo contrário, vi-os sempre a fazer pela "vidinha" enquanto outros eram presos e espancados, lembro que onde esses complementos não existem: ou se ganha o triplo de cá ou há escravatura total, coisa que, com a vaga promessa de prosperidade futura, estão a tratar de instituir para "", como que num PREC às avessas, perante os olhos gulosos de alguns dos representantes dos "parceiros sociais". Vejam-se os do actual presidente da CIP que me faz ter saudades do "pedigree" de Ferraz da Costa e Van Zeller. A nossa sabedoria popular caracteriza bem estas euforias: "Não peças a quem pediu, nem sirvas a quem serviu" e também a atitude geral do actual poder: "Se queres conhecer o vilão, põe-lhe o pau na mão".
Estava - como disse um conhecido "musicólogo", que até conseguiu descobrir os "concertos para violino de Chopin", agora dado à Provedoria que, como toda a gente sabe, "sem Comedoria é gaita que não assobia" - escrito nas estrelas!

2 comentários:

São disse...

Aplaudo.

Beijinhos a vós, amigo.

imank disse...

Muitos beijinhos cara São.
Obrigado.