Os deuses: submetermo-nos
Ao seu domínio por vontade nossa.
Mais vale assim fazermos
Porque só na ilusão da liberdade
A liberdade existe.”
Ricardo Reis, Odes
A Saramago liga-me muito mais a Obra do que o homem, este esteve longe de me ser simpático, dele tenho uma não muito boa impressão pessoal por casos e comportamentos públicos a que assisti e de que não gostei. Sendo certo que Saramago teve algumas responsabilidades em acontecimentos controversos ocorridos em tempos de crise e, como é consabido, nos tempos de crise revela-se muito da alma humana, do melhor, mas muito mais do pior. A crise a que me refiro foi, como devem calcular, a da queda do velho e relho Estado Novo e a do imediato pós 25 de Abril, período da história recente também conhecido por PREC. Entre essa crise e a actual há enormes diferenças, aquela foi uma crise da pluralidade de perspectivas, esta é uma crise da sua ausência e, para fazer o “link” ao alegado Epicurismo de Reis (poeta das “Odes”, na esteira do muito admirado Antero), nesse tempo queríamos fugir da mediocritas ainda que pudesse ser aurea, agora estamos mergulhados na total mediocridade e de “Áurea” só temos e ainda assim hipotecado, o nome da rua e o Arco da vizinha, dita “Augusta”. Lembro-me muito bem do seu nome e do de João Sarabando como dupla jornalística muito marcante aquando do surgimento do vespertino “A Capital” ainda antes do 25 de Abril, lembro-me também, ou não fosse a estupidez o pior dos males do mundo, das “guerras” que lhe foram movidas pela direita mais cavernícola do planeta, materializada em boicotes na indicação oficial para prémios literários, na pública arenga estúpida e descabelada acerca de livros como “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, mas ele também sabia que nada melhor do uma boa polémica para ajudar a vender livros e a Igreja Católica acabou por colaborar imenso, “mordendo o isco”, com o que alegava querer combater. Houve também o famigerado e imbecil boicote de uma associação de cegos norte-americana (só podia mesmo ser) a um filme de Fernando Meirelles baseado numa obra sua, “O Ensaio Sobre a Cegueira”, indo ao encontro do próprio tema da obra que, como está bom de ver, não é a cegueira física. Também houve casos de pusilanimidade à portuguesa de pessoas e entidades que passaram a incensá-lo e aproveitar-se do seu nome depois da atribuição do Nobel, quando antes faziam pública gala em execrá-lo. O próprio Presidente da República em exercício aquando da sua morte inventou, dando mostras de uma mesquinhez que não honra o cargo, uma qualquer desculpa esfarrapada para não estar presente nas exéquias. Não costumo ter empatia por gente com “mau feitio”, nem condescendi nunca com a presunção de que os fins podem de algum modo justificar os meios, também não o descobri na maturidade, foi sempre para mim uma evidência, ainda que não deixe de reconhecer que mais vale admiti-lo tarde do que nunca.
Acabou por dar a Saramago um certo amolecimento próprio da idade, para assumir uma relativa tolerância, também concordo que não se pode ser tolerante para com tudo e muito menos indulgente consigo próprio (e isso ele nunca foi); deu-lha a experiência de vida, nomeadamente o ter sido obrigado a beber do cálice que a outros prodigalizara (enfim… são as voltas que o mundo dá) e o reconhecimento, culminando no “Nóbél”, como dizia, para além de um crescente e quase universal consenso em relação à sua obra (houve o incidente Sousa Lara, mas dele se pode dizer o que se diz dos acusadores de Galileu: Quem hoje saberá o seu nome? – nós que aqui estamos e muito poucos mais…), ultrapassando velhos sectarismos, e honra lhe seja feita, sem nunca perder as convicções, (convém lembrar que são coisas distintas).
Enfim, “noblesse oblige”…
O tempo é o dos primórdios do “Estado Novo”, na sua fase “fascista” com a imagética, a simbologia e as praxes (saudações à romana, etc.), estavam também a estalar revoltas contra ele, a Revolta dos Marinheiros (1936) de que Daniel, o irmão de Lídia, é um dos protagonistas e de que acaba por ser um dos mortos. Fazendo um pouco de exegese contrafactual, que é sempre especulativa - é o irmão, poderia ser o marido, mas a obra de Saramago sói sempre manter um certo “decoro” ainda que em relação à mulher assuma um “toque” geracional, afinal Saramago nasceu em 1922 e, como salientou Ortega, o homem inclui sempre a sua “circunstância”.
Saramago é um mestre da teia romanesca “em xadrez” diferente de muitos outros actuais “romancistas”, eu chamar lhes-ia mais “novelistas” que usam uma técnica bem mais simples - a narrativa em paralelo, em que os personagens só se costumam encontrar (e apenas quando e se) no fim, e para isso tiveram de se desencontrar no início; Saramago é também um “fundista” da escrita, um escritor de mundivisão (de Ideias como, com extrema propriedade, lhe chama Miguel Real), e não apenas de fragmentos, casos ou situações. Talvez seja mesmo o último romancista português de Fôlego e é-o graças à sua própria filogénese comunista, que se inscreve numa narratividade completa, esconjuratória da casuística do “fait-divers”, uma teleologia materialista que lhe tinha já permitido a aquisição da estrutura mental, como que um “cimento” de onde lhe parte a “inspiração” (algo que ele punha em causa, preferindo a “transpiração” numa óbvia reivindicação obreirista em que talvez não acreditasse por completo – enfim: “Provedoria sem comedoria, é gaita que não assobia”).
Partindo da omissão biográfica de Pessoa face à data da morte de Ricardo Reis, não se sabe se intencional, se mera falta de lembrança (os génios também costumam ser distraídos) ou por a ter considerado desnecessária (não estaria, ele próprio, à espera de morrer tão cedo), Saramago oferece-nos um texto fascinante, que com “Levantado do Chão” e o “Memorial do Convento” constituí, na minha muito modesta opinião, o tríptico que fez dele um autor universal digno da camoniana consigna “se mais mundo houvera lá chegara”. É uma obra muito mais sobre Portugal dos anos trinta e de sempre, para mal dos nossos pecados, do que acerca de Ricardo Reis, apenas uma espécie de pretexto erudito para que nos mostre a récita do D. Maria com o Rancho Tá Mar da Nazaré e alguns pescadores e varinas que foram “pescados” na política folclórica de António Ferro. O ambiente da “má vida” da ramboia, de marginais, chulos, cantatrizes e meretrizes que vão a funerais de gajos que morreram de morte matada (chinados à naifada ou a tiro) vestidos de vermelho com uma garridice e uma exuberância que a moral, o recato e os bons costumes oficiais do regime não chegavam para evitar. Passando pelo sorumbático e trapalhão Carnaval de Lisboa, então um Entrudo sem samba, nem "boazonas" em pelota a tiritar de frio ("Papai tem um povo que é loucão. O Carnaváu em Portugáu é no Inverno"!). Neste périplo se revela a tal fixação na morte que persegue enquanto máscara de esqueleto e se vem a revelar apenas um “pinta” de um arruaceiro quando, Reis embasbacou a mirá-lo e este o fita e desafora ,enquanto emborca ao balcão de uma tasca um copo de tinto, gritando-lhe: “Que queres? És maricas ou quê?” - mais uma vez o "decoro" de Saramago - não deve ter sido esse exactamente o termo que o energúmeno utilizou - típico de gente que ninguém e nada respeita, nos antípodas das velhotas que ao vê-lo tão distinto, mesmo na tumultuária molhada para o bodo do jornal “O Século”, pressentindo não ser concorrente mas estar ali por mera curiosidade, diziam:uma para as outras: “Arreda, deixa passar o senhor!”.
Ricardo Reis surge-nos dividido entre as solicitações de dois universos: o burguês de Marcenda – filha, ainda que deficiente, (como, afinal, são os burgueses, já que - como Marília – a do enredo da “Conspiração“ é filha do papá, só que o da primeira situacionista e o desta do “reviralho”, tendo o namorado sido detido por “rapaziadas académicas”, afinal até a “Polícia Internacional” acaba por respeitar a hierarquia social e um “doutor” é sempre um “doutor” ainda que temporariamente “tresmalhado”) que vem com ela de Coimbra – que é a cidade de Portugal com mais médicos por quilómetro quadrado, a Lisboa a tratamentos e, já agora que vieram, “trata-se” o pai também muito bem, pois então, que é da Lusa Atenas doutor notário (o que por lá também abunda) e Sampaio (vejam lá…) e o “popular” de Lídia, homónima da sua musa nas “Odes”, criada do Hotel Bragança, irmã de marinheiro revolucionário, mas ainda assim disponível para ser parceira carnal de um estro inventado, o heterónimo poético e médico, o próprio Ricardo Reis.
Era o tempo dos filhos de pai incógnito…
Gera-se assim uma ambiguidade entre o amor ”platónico” por Marcenda e o muitíssimo “aristotélico” por Lídia posta neste transe a ser ninfa do concreto, trazendo Reis do assento etéreo onde subira ao mundo da carnalidade de que Pessoa, dada a sua comum essência, o tinha salvaguardado. “Novidade” que o seu fantasma não se inibirá de “espicaçar”. Saramago aqui é mais camoniano e recompensa o aventureiro, mesmo que da “Psiqué”, com os amplexos da “tágide” Lídia, nessa “Ilha dos Amores” em que o Bragança se convertera.
Saramago, o tal inspirado que gosta de se afirmar transpirado, sendo inegavelmente um grande trabalhador, se não, vindo de donde veio não teria chegado onde chegou, é também um enorme criador. Um grande amigo meu costuma dizer que as pessoas se dividem entre criadores e criaturas. Saramago está sem dúvida no primeiro lote.
Saramago não procede do niilismo, está longe de ser um autor da “desconstrução”. Afirma-se mesmo como um artífice, sem querer renegar, antes exaltar, as suas raízes de tipógrafo, que ao contrário do socialista Antero, começou por ser (Antero fez por sê-lo e foi deliberadamente aprender o ofício que a sua condição social estava longe de exigir) e não teve que ir a Paris para conhecer in loco a classe operária (bem como o proletariado rural tão excelsamente retratado, sem ponta de demagogia “neo-realista” em “Levantado do Chão”) - é um autor de construção, com um lastro político muitíssimo bem vincado, uma vivência extensa e variada, um saber de experiência feito. Mas atenção aqui o meu gosto pode ser suspeito, pois também sou dos que acham que o “Anikibobó” é o melhor filme de Manoel de Oliveira e que o “Sergeant Peppers” é o melhor álbum dos Beatles. Nunca pisou o chão de uma Universidade a não ser como convidado ou para receber doutoramentos “honoris causa”. Em “O Ano da Morte” vai ao encontro de Ricardo Reis, uma personalidade toda Outra, muito outra da de Saramago e algo outra dos “outros“ de Pessoa si mesmo (se é que tal pode ser encontrado).
Manifesta-se em Saramago uma “estranha” fascinação pela morte, visível nesta obra e na bastante posterior “As Intermitências da Morte” (2005). Enfim inquietações de um ateu (mas que ainda assim considera haver profunda distinção entre Ser e Existir, logo não totalmente “sem metafísica”) que, contrariamente ao realismo “resvés materialista”, não se fica por uma “Teodiceia” da imanência (a que, aliás, nesta obra, nem sequer alude). É o escritor que à medida que vai envelhecendo se apura no estilo e nas preocupações (a inexorável caminhada para dentro). Trata-se da inevitabilidade “metafísica” que ocorre em regra pelos oito anos, depois intervala nos anos da “joie de vivre” e volta impreterivelmente aos quarenta e seguintes. Um colega confidenciou-me que deixara de acreditar em Deus quando viu o padre lá da terra a chorar no funeral da mãe.
Saramago nutre o amor por Lisboa, das muitas e desvairadas gentes, que é comum aos portugueses, excepção feita ,talvez, ao Pinto da Costa, a acreditarmos no que costuma dizer em público. Ricardo Reis chega a Lisboa, vindo do Brasil onde voluntariamente se expatriara por ser monárquico, a bordo do Highland Brigade a cuja biblioteca se esquecera de devolver “The god of the labyrinth”- afinal e “in spite of” do título, um mero policial - o que teme que vá acirrar ainda mais o menosprezo do bibliotecário irlandês contra as “raças” euro-meridionais - num domingo tormentoso que, por sinal, já ao tempo deslustrava a imagem que é suposto os estrangeiros de latitudes mais a norte terem de Portugal e do nosso “clima ameno” (que aliado aos “brandos costumes” é um dos clichés fundadores da nossa “Psicopátria”) e hospeda-se no Hotel Bragança, não o de Eça, apesar de Saramago referir o Jacinto e a sua Quinta de Tormes, não quero crer que tenha caído na esparrela em que caiu o Santana Lopes, mas do que ainda me lembro na função, na Rua do Alecrim.
Saramago é mordaz em relação ao próprio Reis/Pessoa, que é vários em um e mais que não fosse, só por isso deveria ter precedência naquelas cortesias de porta aberta que, então, eram de uso arreigado de entre as pessoas com maneiras e hoje nem sequer entre as “amaneiradas”. Continuamos a estar num país de “bufos”, e não serão propriamente dos de Minerva, onde “as paredes têm ouvidos”, o boato e o “diz que disse” têm longas pernas e a calhandrice é mais do que o pão que às vezes não chega a ser nosso em cada dia.
É constante o recurso à alusão, ou mesmo à citação ou quase-citação, mantendo um diálogo intenso com outros autores, Reis, Eça, Camões, assim “piscando o olho” ao leitor com quem compartilha todo um universo de referências, através daquela técnica que nos meus tempos de Faculdade se chamava “intertextualidade”, não sei como lhe chamam agora.
Saramago alude, implícita ou explicitamente, à obra do seu “protagonista” dando-lhe no entanto uma coloratura muito diferente, muito mais terra a terra, com pormenores de observação humanos, talvez demasiado humanos, como os dentes “pouco limpos” do gerente Salvador, palitos na boca dos taxistas que ainda assim piamente se abstêm de grandes estardalhaços (com os palitos, claro, mas sem os largar) quando trazem um cliente mais pesaroso acabado de sair dos Prazeres; os silvos agudos que testemunham um bom estado pós prandial - “sinais de uma boa digestão” e outros pormenores de natureza vernacular que o órfico Reis haveria de considerar pelo menos toscos, quando não mesmo sórdidos.
Reencontra o fantasma (embora pouco convencional e nada “gótico”) de Pessoa, ele que magicamente lhe sobrevive dando figura romanesca à prévia asserção: “o nada é verdade que existe, é o antes, não é depois de mortos que entramos no nada, do nada, sim, viemos, foi pelo não ser que começámos, e mortos, quando o estivermos, seremos dispersos, sem consciência, mas existindo” . O espectro dá-lhe conta dos oito meses que lhe restam no limbo, pois o tempo da desaparição é o simétrico inverso do da gestação. A diferença maior está em esta permitir a antecipação de uma presença em geral desejada, e aquela a penosa dissipação de uma memória ainda que muito querida.
Saramago faz Ricardo Reis mergulhar no “país real”, ele é a contrafé da PIDE para se deslocar à, afinal, tão próxima António Maria Cardoso (ainda me lembro da mesa dos “pides” na Brasileira) para interrogatório (“Perdão senhor doutor, Vossa Excelência está aqui apenas para prestar declarações”…), ele é a “peregrinação” a Fátima em busca de Marcenda, misturado com o “povão” em comboios e camionetas apinhados de gente com os farnéis, os garrafões e as concertinas, tendo até tido a oportunidade de tentar socorrer um homem vítima de apoplexia, digo tentar porque o homem acaba, mesmo assim, por se finar. Despertando imenso espanto entre os presentes como era possível que um médico, sim um médico, se encontrasse ali misturado com as humildes gentes. Ditosa Pátria esta.
Ele foi a mudança, com redobradas manobras de segurança, para que o Salvador e o Pimenta do Bragança, ambos “bufos”, não informassem o Victor, agente da PIDE e actor no seu próprio papel no panegírico “A Revolução de Maio” de António Lopes Ribeiro (esse mesmo, o irmão de Ribeirinho, do “Museu do Cinema” e do “Oh Melo, diz lá boa noite") que deve ter tido por guião a obra político- apologética do Estado Novo “A Conspiração” livro de cabeceira do doutor notário de Coimbra, pai da menina Marcenda Sampaio); ele é a cusquice das vizinhas que se interrogam o que irão fazer duas mulheres alternadamente lá a casa (Logo duas, vejam lá…uma não chega?! Que D. Juan, que “garanhão” - não parece nada, mas enfim. O quê? Uma é a mulher a dias, então e a outra? Deve ser a mulher a noites”. Eles são os velhos do banco do jardim do Alto de Santa Catarina, que ora discutem, se zangam, amuam e se separam, mudando de banco; ora se reconciliam e voltam a juntar-se no banco inicial, como uma espécie de “sisifozinhos” de trazer por casa, mas que estão sempre de acordo em nunca o estar (tipo velhos dos Marretas). Ele é o próprio anfiteatro para o Tejo que é o Miradouro de Santa Catarina e que permite observar ao vivo os combates de artilharia e o esmagamento da Revolta dos Marinheiros.
Pessoa veio em busca de Reis para que este o acompanhasse a subir os degraus do Parnaso. Reis tinha a cabeça no Olimpo e o corpo entre Campo de Ourique e, como agora se diz, a Baixa-Chiado (os Irmãos Unidos, as lindíssimas tabernas, com as paredes de pedra mármore branca e as pipas castanho-escuro, da Val do Rio, onde e com um bocado de sorte, segundo frase atribuída ao seu fundador, o distinto Abel Pereira da Fonseca, se poderiam encontrar alguns vestígios de uva no vinho, a Brasileira e o Martinho da Arcada, no cômputo das tais “trinta ruas entre o Cais do Sodré e S. Pedro de Alcântara, entre o Rossio e o Calhariz”, Saramago algures entre a Azinhaga do Ribatejo e Lisboa (periferia incluída) e numa fase mais tardia, já concomitante com a Fama, Lanzarote.
(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira Talvez fosse feliz.)
Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.
O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?).
Ah, conheço-o; é o Esteves sem metafísica. (O Dono da Tabacaria chegou à porta.)
Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.
Acenou-me adeus, gritei-lhe
Adeus ó Esteves! e o universo
Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o Dono da Tabacaria sorriu.
Álvaro de Campos, 15-1-1928
Barreiro, 27 de Abril de 2012
António José Carvalho Ferreira
*Texto Integral de Conferência proferida no âmbito da “Oficina Saramago” no Auditório da Biblioteca Municipal do Barreiro, em que fui o único orador a respeitar o tempo atribuído a cada um (cerca de 15 minutos), por isso a versão dita foi abreviada.