terça-feira, 9 de junho de 2009

O Regresso da "Bipolarização"

Não sei se o "Estado-maior socrático" já a teria engatada ou se foi tirada ali mesmo a ferros enquanto ruminavam o desaire, mas a verdade é que devem ter ido ao baú dos argumentos in extremis e com um tremendismo que, temos bons motivos para supor, se irá radicalizar numa intensidade crescente de "dramatização" de acordo com a agenda eleitoral, e ressuscitaram a velha teoria da "bipolarização", fazendo uma interpretação no mínimo "manhosa" dos resultados das europeias.
Assim e a pretexto da famigerada "governabilidade" que os levou à maioria absoluta de 2005, o que lembre-se, lhes permitiu pulso livre para governar fazendo o oposto do que tinham prometido na campanha e compor um Programa de Governo que depois serviu de alibi mistificatório, por lançar deliberadamente a confusão, muito diferente para pior do Programa Eleitoral de Partido (no fundo o truque de prometer à esquerda e agir à direita).
Em suma o argumento é este, e tem um forte cunho salazarista, a democracia portuguesa só funciona se fôr pouco ou nada democrática e as eleições deverão ser uma espécie de plebiscitos em que o "pagode" se limita a escolher um caudilho para os próximos quatro ou oito anos, se não tiver carisma arranja-se, mandam-se escrever os panegíricos dos "meninos de ouro" e dos "meninos-guerreiros" (isto, óbvio, se forem do estilo "meninos" e se o mantiverem mesmo depois dos cinquenta, na categoria dos forever young); se não tiverem currículo académico forja-se mesmo com "licenciaturas" por correspondência e diplomas passados aos domingos (aqui trabalha-se porra!!!). É preciso não esquecer que a mulher do Ceausescu também sem nunca ter posto os pés numa Faculdade, a não ser, obviamente, em funções protocolares, era doutorada em Química.
Pois agora perante o fantasma da "ingovernabilidade", com um "povão" ingrato, que nem sabe reconhecer o que os "engenheiros" matam a cabeça a fazer por si e que não se governa, nem se deixa governar, (ao contrário dos "engenheiros" que se "governam" muito bem), o que é preciso é "ou nós ou eles", e o resto do espectro político que as sondagens "marteladas" davam por inerte ou mesmo morto, que se lixe, ainda que o eleitorado se tenha pronunciado no sentido inverso e aberto muito o leque.
Não desistem facilmente estes bufarinheiros que entre as asas do desejo e as asinhas do tacho, insistem agora no terrorismo de cenário para condicionar os ingratos e as "ovelhas tresmalhadas" de quem se julgam donos e não perdem tempo a pôr em cena o velho jogo das "habilidades", como o daquela sondagem da 25ª hora que dava a vitória a quem perdeu, mas só depois (nas próximas legislativas), ainda que tivesse sido feita antes (das europeias do próprio dia).
E ainda dizem mal do Estaline por mandar apagar fotografias.
Uma coisa é certa, com esta "lógica" demolidora, estamos perante um "argumentário" que confirma a inferência que relaciona tradicionalmente o "olho do cu" com a Feira de Beja:
É que toda a gente que vai à Feira de Beja costuma ter "olho do cu", tirando, claro, as poucas pessoas que têm a infelicidade de serem ostomizadas.

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