Saliente-se a "pontaria" argumentativa de Paulo Portas em missão diplomática no Japão, quando declara que o confisco de depósitos bancários ordenado pela Troika em Chipre não se enquadra no "espírito europeu" que se rege pelos "valores ocidentais" (o que vale é os japoneses já não ficam com os "olhos em bico"). A propósito do mesmo assunto também Rajoy, durante o encontro com Hollande, veio fazer profissão de fé na "confiança bancária" como sendo um "valor absoluto" da União Europeia.
Valor absoluto?! Então para os cipriotas não era também um "valor absoluto" e para os portugueses, gregos e irlandeses (e também, de certo modo, espanhóis e italianos e os que virão a seguir) os salários, as pensões, os subsídios e a estabilidade fiscal não se enquadravam dentro desses tão proclamados "valores absolutos" cuja observância seria garantida pelo Estado como "pessoa de bem"?!
Ou será que contra factos não há argumentos e o que vale é apenas a lei do mais forte e o salve-se quem puder?
A invocação do "estado de necessidade" costuma ter as costas suficientemente largas para justificar todo o tipo de arbitrariedades mas, neste caso, até aos costumes se tem dito nada.
A invocação do "estado de necessidade" costuma ter as costas suficientemente largas para justificar todo o tipo de arbitrariedades mas, neste caso, até aos costumes se tem dito nada.
Na verdade, como disse o "velho" Marx, "tudo o que é sólido se dissolve no ar".
O resto é apenas cinismo...
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