Perante a pergunta “clássica”, entretanto caída em desuso: ”Já chegámos à Madeira”? – Convirá dizer que estamos perto e se os desmandos de Jardim e dos seus “boys” já enjoam e nada trazem de novo, nem sequer a impunidade com que são praticados perante a complacência dos poderes públicos nacionais, que tão lestos costumam ser a verberar actos de muito menor gravidade do que os ocorridos no Parlamento Regional do Funchal por exemplo.
É estranho que ninguém pareça dar conta da bizarra situação que ocorre quanto a substantivas diferenças legislativas que acarretam situações de profunda desigualdade entre os cidadãos do Continente e os das duas Regiões Autónomas e que à pala da Autonomia Regional, transformam o todo nacional numa espécie de China, malgrado a incomensurável desproporção territorial e populacional entre o nosso país e aqueloutro.
Assim, e se na China é seguido o princípio de “um país dois sistemas” para acomodar as actividades menos “ortodoxas” de Macau e Hong Kong desde que regressaram ao seio da “Grande Pátria”, já entre nós ocorre o fenómeno de “um país, três sistemas”: o “sistema” continental, o “sistema” madeirense e o “sistema” açoriano.
Este facto foi particularmente patente no modo como Jardim, do alto da sua auto-suficiência política, “matou” por este ano lectivo na Região Autónoma da Madeira, o problema da Avaliação de Professores mandando atribuir administrativamente a menção de “Bom” a toda a gente.
Tem piada (e Jardim tem sempre imensa piada, aliás Graham Greene em “Os Comediantes” disseca este tipo de “humor”), que as justificações de Jardim para tão inusitado acto são razoáveis (a “trapalhada “ da “papelada” e a total improdutividade contraproducente de horas e horas de reuniões a que juntou a indesejabilidade dos “comissários políticos”), mas estão, obviamente, longe de o tornar aceitável e não será certamente isso que a esmagadora maioria dos professores portugueses quer em relação à avaliação do seu desempenho profissional.
Quererão certamente um modelo em que a realidade não seja substituída por uma ficção burocrática em que o ”papel” tem o primado sobre os actos, quererão um modelo em que a aula seja o fulcro do trabalho a avaliar através da mobilização dos recursos, da realização de aprendizagens sérias e seriamente verificáveis, materializadas em resultados objectivos e não de paródias folclóricas (lá estão, de novo, os “comediantes”). Os professores querem ser avaliados por parâmetros justos e equitativos e não por variações em “dó menor” arbitrárias e discricionárias, querem ser avaliados pela assiduidade mas sem exageros desumanos de não se poder sequer enterrar os pais; os professores não querem ser culpabilizados pelo “insucesso” e pelo “abandono” escolares causados por chagas sociais, como o desemprego e a desestruturação que assola as famílias e em que a sua capacidade de intervenção é nula. Os professores não aceitam ser o bode expiatório de mais de três décadas de políticas educativas incoerentes, inconsistentes, erráticas e até asnáticas que não foram por eles estabelecidas. Os professores não querem ser agentes da promoção estatística de um pseudo sucesso. Os professores não querem e não aceitam ser vendedores de “banha-da-cobra”, promotores de computadores ou delegados de vendas das editoras no chorudo negócio dos manuais escolares e respectivos anexos ( CDs, DVDs, etc.). Os professores recusam-se a deixar confundir os meios (TICs, Portáteis, Quadros Interactivos etc.,a que obviamente ninguém no seu perfeito, e até mesmo imperfeito, juízo contestará o lugar enquanto instrumentos) com os fins (as aprendizagens e os saberes fundamentais capazes de resistir a todos os “apagões”). Os professores recusam-se a substituir o conhecimento por “brinquedos” e “brincadeiras” em que tudo se resume ao “lúdico”, pois como bem sabemos como adultos responsáveis, a vida está longe de ser meramente lúdica e a conjuntura não está para brincadeiras, sendo tarefa da Escola preparar para a vida “real” e não propriamente para uma “festa”permanente que, de facto, não existe.
Mas tem que preparar para a vida cidadãos capazes de nela intervir e não meros autómatos que se limitem a repetir mecanicamente os passos de rotinas cegas e estupidificantes e tem que integrar a “festa” na vida como contraponto necessário do trabalho que lhe dá sentido e recusar uma”Escola”em que se fabricam resultados através da chantagem profissional sobre os professores.
Mas os abencerragens do poder não querem entender isto; aliás eles primam por não querer entender nada, não sabem, não querem saber e têm raiva a quem sabe.
Tudo na sua “vidinha” se relaciona com reflexos pavlovianos e perante as histéricas reacções de quem não argumenta, nem sequer comenta a mensagem mas decide enxovalhar e até ameaçar o mensageiro, não posso deixar de recordar o nome de um restaurante na Travessa dos Fiéis de Deus, ao Bairro Alto em Lisboa, que resume a atitude destes “malacuecos “, chama-se “Fiéis ao Tacho” e tacho real consolidado ou tacho virtual em expectativa é a única fidelidade que conhecem.
Pois para esta nova PIDE ao serviço de uma nova “União Nacional” que quando o PS está no poder sempre emerge, visto que é um Partido de funcionários públicos( ou de aspirantes a sê-lo), com muitos daqueles que acham que os outros é que estão a mais, mas não tratam de trabalhar, tratam é de “bufar” e de intrigar; para estes, coisas como esta feitas à medida do compadrio e do amiguismo, vêm mesmo a calhar.
Estou, como devem calcular a tremer de medo de processos disciplinares no Partido. Com franqueza, deixem-me rir!!!
Quanto a perseguições de carácter profissional aí “fia mais fino” e sempre quero ver quem se vai atrever a tal. Se fosse eu, não me metia nisso!!!
Tenho dito (tudo o mais, farei, podem ter a certeza)!!!
António José Ferreira
É estranho que ninguém pareça dar conta da bizarra situação que ocorre quanto a substantivas diferenças legislativas que acarretam situações de profunda desigualdade entre os cidadãos do Continente e os das duas Regiões Autónomas e que à pala da Autonomia Regional, transformam o todo nacional numa espécie de China, malgrado a incomensurável desproporção territorial e populacional entre o nosso país e aqueloutro.
Assim, e se na China é seguido o princípio de “um país dois sistemas” para acomodar as actividades menos “ortodoxas” de Macau e Hong Kong desde que regressaram ao seio da “Grande Pátria”, já entre nós ocorre o fenómeno de “um país, três sistemas”: o “sistema” continental, o “sistema” madeirense e o “sistema” açoriano.
Este facto foi particularmente patente no modo como Jardim, do alto da sua auto-suficiência política, “matou” por este ano lectivo na Região Autónoma da Madeira, o problema da Avaliação de Professores mandando atribuir administrativamente a menção de “Bom” a toda a gente.
Tem piada (e Jardim tem sempre imensa piada, aliás Graham Greene em “Os Comediantes” disseca este tipo de “humor”), que as justificações de Jardim para tão inusitado acto são razoáveis (a “trapalhada “ da “papelada” e a total improdutividade contraproducente de horas e horas de reuniões a que juntou a indesejabilidade dos “comissários políticos”), mas estão, obviamente, longe de o tornar aceitável e não será certamente isso que a esmagadora maioria dos professores portugueses quer em relação à avaliação do seu desempenho profissional.
Quererão certamente um modelo em que a realidade não seja substituída por uma ficção burocrática em que o ”papel” tem o primado sobre os actos, quererão um modelo em que a aula seja o fulcro do trabalho a avaliar através da mobilização dos recursos, da realização de aprendizagens sérias e seriamente verificáveis, materializadas em resultados objectivos e não de paródias folclóricas (lá estão, de novo, os “comediantes”). Os professores querem ser avaliados por parâmetros justos e equitativos e não por variações em “dó menor” arbitrárias e discricionárias, querem ser avaliados pela assiduidade mas sem exageros desumanos de não se poder sequer enterrar os pais; os professores não querem ser culpabilizados pelo “insucesso” e pelo “abandono” escolares causados por chagas sociais, como o desemprego e a desestruturação que assola as famílias e em que a sua capacidade de intervenção é nula. Os professores não aceitam ser o bode expiatório de mais de três décadas de políticas educativas incoerentes, inconsistentes, erráticas e até asnáticas que não foram por eles estabelecidas. Os professores não querem ser agentes da promoção estatística de um pseudo sucesso. Os professores não querem e não aceitam ser vendedores de “banha-da-cobra”, promotores de computadores ou delegados de vendas das editoras no chorudo negócio dos manuais escolares e respectivos anexos ( CDs, DVDs, etc.). Os professores recusam-se a deixar confundir os meios (TICs, Portáteis, Quadros Interactivos etc.,a que obviamente ninguém no seu perfeito, e até mesmo imperfeito, juízo contestará o lugar enquanto instrumentos) com os fins (as aprendizagens e os saberes fundamentais capazes de resistir a todos os “apagões”). Os professores recusam-se a substituir o conhecimento por “brinquedos” e “brincadeiras” em que tudo se resume ao “lúdico”, pois como bem sabemos como adultos responsáveis, a vida está longe de ser meramente lúdica e a conjuntura não está para brincadeiras, sendo tarefa da Escola preparar para a vida “real” e não propriamente para uma “festa”permanente que, de facto, não existe.
Mas tem que preparar para a vida cidadãos capazes de nela intervir e não meros autómatos que se limitem a repetir mecanicamente os passos de rotinas cegas e estupidificantes e tem que integrar a “festa” na vida como contraponto necessário do trabalho que lhe dá sentido e recusar uma”Escola”em que se fabricam resultados através da chantagem profissional sobre os professores.
Mas os abencerragens do poder não querem entender isto; aliás eles primam por não querer entender nada, não sabem, não querem saber e têm raiva a quem sabe.
Tudo na sua “vidinha” se relaciona com reflexos pavlovianos e perante as histéricas reacções de quem não argumenta, nem sequer comenta a mensagem mas decide enxovalhar e até ameaçar o mensageiro, não posso deixar de recordar o nome de um restaurante na Travessa dos Fiéis de Deus, ao Bairro Alto em Lisboa, que resume a atitude destes “malacuecos “, chama-se “Fiéis ao Tacho” e tacho real consolidado ou tacho virtual em expectativa é a única fidelidade que conhecem.
Pois para esta nova PIDE ao serviço de uma nova “União Nacional” que quando o PS está no poder sempre emerge, visto que é um Partido de funcionários públicos( ou de aspirantes a sê-lo), com muitos daqueles que acham que os outros é que estão a mais, mas não tratam de trabalhar, tratam é de “bufar” e de intrigar; para estes, coisas como esta feitas à medida do compadrio e do amiguismo, vêm mesmo a calhar.
Estou, como devem calcular a tremer de medo de processos disciplinares no Partido. Com franqueza, deixem-me rir!!!
Quanto a perseguições de carácter profissional aí “fia mais fino” e sempre quero ver quem se vai atrever a tal. Se fosse eu, não me metia nisso!!!
Tenho dito (tudo o mais, farei, podem ter a certeza)!!!
António José Ferreira
Um comentário:
GOSTEI, em letra maiúscula como se fosse um grito.
Quanto ao tio João da Madeira se votares em mim para 1º ministro eu dou a independência ao arquipélago, sempre quero ver como ele faz sem o dinheiro dos continentais.
O resto do teu post é um acto de coragem, daqueles que eu conheço, poucos, nenhuns o fazia.
Postar um comentário