sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Malangatana



Malangatana Valente Ngwenya
(1936 - 2011)


Tive a honra de conhecer pessoalmente o Mestre Malangatana em 2000, num jantar de homenagem que a Câmara Municipal do Barreiro promoveu por ocasião de uma grande Exposição da sua obra, no antigo refeitório da Corticeira I. Granadeiro ao Parque da Cidade.
Conhecia-a desde a minha tenra adolescência, bem antes do 25 de Abril e o seu estilo que influenciou e até mais do que isso, sem que ele tenha tido qualquer "culpa" a não ser a força do traço, miríades de artistas plásticos africanos e não só. Afortunadamente calhou-me como "vizinho da frente" de mesa nesse jantar no "Leão de Ouro" no Barreiro, onde também conheci, em pessoa, o General Vasco Gonçalves.
Malangatana nessa festa cantou, dançou, declamou, contou estórias e anedotas bem "assessorado", diga-se de passagem, pelo Embaixador de Cuba que distribuiu rum e charutos.
Foi uma noite memorável em que estive como representante da Assembleia Municipal do Barreiro. Mais tarde, já em 2008 e 2009, tive ocasião de conversar com ele num atelier improvisado que a CMB lhe disponibilizou no antigo Matadouro Municipal, junto da Escola Alfredo da Silva, quando cá esteve a trabalhar no conjunto escultórico para a Rotunda do Forum Barreiro.
Este homem que teve um pouco do "síndrome de Amália Rodrigues", sendo generoso e genuinamente de esquerda, apareceu feito "ícone" do regime colonial, como exemplo de artista da África "nossa", foi um gigante de talento e, sobretudo, um Homem Bom.
Vou ter saudades da sua enorme presença humilde, como só os grandes sabem ser!

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