A Ministra da Educação do Governo Sócrates I, Maria de Lurdes Rodrigues (a dama do "olhar de Medusa" como a qualificou Paulo Sucena) em entrevista, emitida pela TSF no domingo, 13 de Fevereiro, a João Marcelino, director do Diário de Notícias e único profissional da comunicação a quem o Primeiro-ministro elogiou em público por razões "deontológicas" o que manifesta coerência (entende-se que estão em sintonia e afinam pela "moral" um do outro), fez lembrar aquela velha anedota das vantagens de andar de mota em pijama para nos deitarmos nas curvas. A actual presidente da FLAD (Fundação Luso Americana), cargo com que foi recompensada por "bons serviços", disse que agora é fácil dirigir instituições à distância, fazendo aquilo pelo Skype. Sobre a sua passagem pelo ME congratula-se com a "missão cumprida" e não deixou de tecer um conjunto de comentários, acrimoniosos como de costume, em que afirma não estar segura se a generalidade dos professores portugueses, excepção feita aos universitários (óbvio), terão a exacta consciência das competências que é preciso dominar para enfrentar o desafio da Escola de hoje.
Eu tenho e passo a enumerá-las:
- a velhacologia;
- a mixuruquice;
- a cobardácia;
- a filhadaputice;
- a burrocracia;
- a pedabobagem;
- a rasteirada
- a lambebotice aplicada
Competências sem dúvida indispensáveis à vivência na escola que ela própria ajudou a edificar com considerações sobre as virtudes de se criar um "ambiente competitivo, sempre necessário para o desenvolvimento" e após o diagnosticado fracasso das "políticas de motivação profissional através da elevação considerável que foi feita, a partir de finais dos anos 80, do estatuto social e remuneratório dos professores". Ora se não vingou a "cenoura", vinga o "pau" e foi preciso encetar o caminho da desvalorização e do apoucamento dos mesmos (fora aqueles milhares e milhares que já se "piraram" - a ideia foi sempre essa) professores através de medidas de degradação salarial e outras conexas de carácter meramente vexatório. Foi essa a verdadeira missão a que se prestou e cumpriu com relativo êxito.
Talvez não se lembre, não sei se ainda era "anarquista" nessa altura, que a luta dos professores no final dos anos 80 passou por encher o Campo Pequeno, mas nunca se tinham visto tantos professores unidos na rua como nas grandes manifestacões de 2008 e tudo por mérito da senhora ministra que, para exibir os seus dotes, não hesitou em classificar de "loira" uma prestigiada docente durante um daqueles "Prós e Prós" da RTP, no mais puro estilo de elevação educativa e de utilização prática, expedita e exemplar, para que nunca se possa dizer que "em casa de ferreiro, espeto de pau", das competências que entende que os professores portugueses ainda não dominam.
Teve ainda tempo para dizer que continua no ISCTE a dar apenas uma cadeira, daquelas desenhadas a preceito, "Análise de Políticas Públicas", se calhar as que ela própria levou à prática (um autêntico case study) e de dar um ar da sua "graxa" ao afirmar-se disponível para colaborar com forças políticas da área socialista e social-democrata. É o que se pode chamar "marcar Passos".
"Viver não custa, o que custa é saber viver"!
"Viver não custa, o que custa é saber viver"!
2 comentários:
CLAP, CLAP, CLAP!
"Ora se não vingou a "cenoura", vinga o "pau""; isto é de ambiente colaborativo passámos a competitivo.
"e foi preciso encetar o caminho da desvalorização e do apoucamento dos mesmos (fora aqueles milhares e milhares que já se "piraram"...", mais aqueles que, infelizmente se "passaram", digo eu.
Logo, o problema não é mais autonomia para as Escolas, mas sim mais Democracia para as Escolas e a Sociedade, digo eu.
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