sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

O Simétrico Inverso




Perfilados de medo, agradecemos
o medo que nos salva da loucura.
Decisão e coragem valem menos
a vida sem viver é mais segura.

Alexandre O´Neill



O "simétrico inverso" é um conceito (ainda por cima, redundante) que acabo de inventar ("transgressing the boundaries") para caracterizar o momento da nossa proverbial "geometria variável" e, em simultâneo, enriquecer a lexicologia do PPP (Pensamento Politológico Português) que, neste momento e depois dos robalos do Godinho e do BPN, é o que está a dar. De tal maneira que ainda esta manhã ouvi um "politólogo" perorar acerca da coerência do Bloco em propor uma Moção de Censura, questionando-se se os seus próprios deputados a votariam. Com os diabos, toda a gente sabe que o Bloco tem uma larga costela trotskista e que nesta área ideológica abundam os velhos exemplos de "democraticidade exarcebada" (ou dos efeitos da ressaca, vá-se lá, agora, a saber) - lembro-me de um célebre caso nos meus tempos de Faculdade, ainda durante o PREC, em que uma lista trotskista com catorze elementos, concorrente a uma Associação de Estudantes, teve doze votos. Julgo porém que, desta vez, não irá ser assim e ainda nos arriscamos a "repetir ao contrário" a farsa de 87, desta feita sem "PRD" à vista e com um Portugal que não está a entrar para CEE, mas à beira de ser de lá corrido. Por isso os "barões" do PSD se digladiam na praça pública (ainda não na Tahrir, mas, por este caminhar, lá chegaremos) ao ponto de até o insigne e mui assisado Santana clamar: "Loucura, loucura"!
Quando o "tacho" é curto, a motivação costuma ser escassa.

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