sexta-feira, 29 de abril de 2011
Conto Como Foi - Os 37 Anos do PS no Barreiro
Assinalam-se hoje e pelo menos eu e estou certo de que o António Cabós, comemoramos os 37 anos da abertura da Secção do Barreiro do Partido Socialista. Comemoro porque para mim, enquanto viver, tal constitui um motivo de orgulho e grata recordação que ninguém me tirará, apesar dos silêncios e das omissões, nuns casos deliberadas, noutros por simples inércia e hábito de considerar que o mundo começou connosco há instantes e logo a memória não interessa para nada. Mas interessa e se bem que não se possa viver de recordações e o tempo, ao contrário da única canção "proibida" depois do 25 de Abril, não volte para trás é muito útil conhecer o passado para que se possa construir o futuro. Infelizmente são mais as vezes que este preceito é ignorado do que seria desejável, pelo que o Mito de Sísifo continua a fazer todo o sentido.
No dia 29 de Abril de 1974, escassos dias após a Revolução, dois miúdos, apesar do nosso mais de um metro e oitenta, um com dezanove anos fresquinhos (o António Cabós) e outro à beira dos dezoito (este vosso amigo) foram a Lisboa, à Cooperativa de Estudos e Documentos, falar com o João Soares, então também muito jovem e expuseram-lhe o seu intuito de abrir um "Núcleo", era assim que se dizia, do PS no Barreiro. Ele mostrou-se entusiasmado com a ideia e disponibilizou-nos Declarações de Princípios e Programas recém impressos, ainda cheirando a novo, que carregados até mais não, trouxemos para o Barreiro de táxi até ao Terreiro do Paço, de barco até ao Barreiro e novamente de táxi no Barreiro, onde até tivemos que enfrentar a acrimónia bronca e reaccionária do motorista (ainda anda por aí) que chegou ao ponto de "sugerir" que se a "coisa voltasse para trás" ainda poderíamos "aparecer pendurados nalgum candeeiro". Felizmente para todos a "coisa não virou" (pelo menos logo) e nem nós, nem ele, "aparecemos pendurados" onde quer que fosse.
A primeira sede do PS no Barreiro situou-se na Rua Almirante Reis junto ao então (e por mais cerca de 30 anos) quartel dos Bombeiros Voluntários de Salvação Pública, numa casa térrea que tinha sido dos pais do nosso amigo e camarada José Manuel Ferreira ("Bandeireiro"). Foi aí que se juntaram jovens como Carlos Alberto Dias, João Paulo Carvalho, Vítor de Almeida e menos jovens, pelo menos de idade, como José Coelho Fraga e o saudoso Mestre Manuel Cabanas, estes dois últimos já membros do Partido, e se iniciaram as actividades políticas, então num contexto muito difícil, do PS no Concelho pautadas pela unidade na acção com todas as forças democráticas e anti-fascistas, apesar de todas, e foram muitas e variadas (uma delas até está na origem do nome deste blog, como verão se recuarem até à primeira postagem) as vicissitudes que o processo então iniciado comportou.
Para que fique assinalado a bem da verdade e para que a memória se não apague.
segunda-feira, 25 de abril de 2011
Madrugada
As armas e os barões assinalados
Que, da Ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca dantes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;
Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade
quarta-feira, 20 de abril de 2011
Fiat Lux !
"A violência é um desporto!"
Graffiti no Estádio da Luz
De súbito - uma prodigiosa hierofania se produziu no meu espírito incréu e, por arreigado hábito, dado ao cepticismo. Finalmente entendi o sentido profundo dessa altíssima medida de preservação do "Estado Social" que é a não taxação pelo máximo do material de golf.
Se assim não fosse, o que seria das claques e como reagiria a gandulagem se lhe taxassem os projécteis?
Decerto fazendo algo socialmente desaconselhável.
Afinal quem disse que o golf não é um desporto de massas?
segunda-feira, 11 de abril de 2011
O Povo Luta pelo Pão, os Estudantes pelo Fiambre (ou de como os Pratos de Lentilhas vieram abandalhar isto tudo)
A consigna que serve de título a este post é, com "As putas ao Poder porque os filhos já lá estão", uma das mais certeiras do nosso PREC (1974/75) e exprime uma situação de que a "natureza humana" nunca se desviou. Em suma, "quem não chora, não mama". Ora como "Provedoria sem comedoria é gaita que não assobia" e aviso desde já, que hoje estou muito "proverbial", isto da perspicácia do povo é, para algumas coisas, um filão inesgotável de sabedoria - o dr. Fernando Nobre, candidato inventado pelo clã Soares e adjacências para boicotar activamente as possibilidades de sucesso da candidatura de Manuel Alegre, já que o "velho", tendo feito o primeiro frete a Cavaco e a Sócrates, não tinha mais espaço para cair, passou-se agora de armas e bagagens para os braços de Pedro Passos Coelho e decidiu desbaratar o seu capital político em proveito de outros capitais.
Ei-lo, o "homem bom" que arriscou ocupar a posição "cultural" da Santa da Ladeira, "surfando" o atavismo de algumas elites parolas e o oportunismo de muitas "trutas velhas", que tinha afirmado com categórica retumbância não ter ambições políticas dentro do Sistema, a candidatar-se a um dos lugares mais institucionais da República, que só pode mesmo ser ocupado por um "bonzo", o de Presidente da AR, autêntica flor de botoeira, bem paga e regalada. Não está mal para quem vem da "Cidadania" e arrisca-se a ser para o próprio e para o PSD/PPC um enorme "tiro no pé", fazendo lembrar aquela veleidade de Mário Soares quando concorreu a presidente do Parlamento Europeu e acabou por ser derrotado por uma senhora a quem, numa manifestação típica de mau-perder "progressista", tratou de chamar "dona de casa".
O exemplo de Alegre de que tentara imitar a estratégia, devia também avisar Nobre para a diferença entre "turismo" (ser "outsider") e "emigração" (estar numa institucional). Afinal - "a cidade é tão bonita quando vamos de visita".
Se fosse adepto das teorias da conspiração, diria que se estão a congregar esforços para que Sócrates lá fique.
A ala "tacho" do PS venha agora dizer o que quiser, cantam bem mas nunca me alegraram, mas não sei o que dirá o "people" da franja pastoril do Bloco, aquela rapaziada e raparigada das "medicinas alternativas", quando toda a gente já percebeu que a receita do doutor é, no fim de contas, absolutamente convencional.
Só mais um provérbio, desta vez "ready made".
"Nunca digas - desta água não beberei" e deste champanhe, então, nem se fala...
Viva A Maria da Fonte!!! Nem mais um ceitil para essa escumalha!!!
Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada
Zeca Afonso, "Os Vampiros"
Portugal confronta-se com a bancarrota e com a miséria eminente para uma grande parte da sua população, aquela parte a que os governantes não fizeram o que dizem querer agora fazer - "Defender". Enquanto isto no Parlamento Europeu volta a falar-se em "cobrar um imposto directo a todos os cidadãos da UE que reverta a favor dos serviços comuns". Querem eles dizer das viagens em executiva, das ajudas de custo astronómicas, dos elevadíssimos salários e das desbragadas mordomias seja qual for o nível de vida e o ponto de vista e que, ainda por cima, se recusaram, há poucos dias, a limitar
É de bradar: "Aux Armes Citoyens" e um óptimo motivo para uma Patuleia!!
Os Congressos do PS enquanto "pérolas" da Ética Republicana
"Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais do que os outros."
George Orwell, "Animal Farm"
Se há verdadeiras "pérolas" da coerência e da Ética "xuxialista" e republicana o seu paradigma maior são os Congressos do PS. Nos vários mais recentes de que tenho experiência própria e a situação tem vindo a degradar-se, o que não será de espantar, pois não é preciso ser o Hegel para entender que o geral contamina o particular, as inscrições para intervir faziam-se de véspera na sessão de abertura para que os debates se iniciassem na tarde de sábado, primeiro momento "útil" do único dia "útil" do evento; a princípio era a total balbúrdia na ordem das inscrições, completamente inescrutável, depois os militantes que se iam inscrevendo começaram, por iniciativa minha e do António Cabós (um amigo-irmão que comigo fundou, ou melhor eu com ele, pois é um ano e meio mais velho, a Secção do Barreiro do PS em 29 de Abril de 74) isto no Congresso de 2001 no Pavilhão Atlântico - "Portugal pela Positiva" (foi o que se viu) para que tínhamos sido eleitos pela lista de Henrique Neto (11 delegados em 1500), a exigir senhas com a ordem de inscrição. Lá o pessoal de apoio à COC (sigla típica dos congressos "xuxas" que quer dizer "Comissão Organizadora do Congresso") nos deram uns papelinhos de folha rasgada com o Nº 1 para o Cabós e com o Nº 7 para a minha pessoa, avisando-nos com solenidade para estarmos na sessão da tarde impreterilvelmente às 14.30h, se não, perderíamos a oportunidade de intervir.
Fomos almoçar, à pressa, ao Centro Comercial Vasco da Gama e com a pontualidade como dizem que era a britânica, estávamos lá à "horíssima". Pena que não estivese lá mais ninguém, o António foi obrigado a falar para uma sala às moscas, com a lusa pontualidade a sobrepor-se à nossa e este vosso modesto amigo foi chamado a intervir, pese embora ter na mão a senha nº 7, quase às 2 da manhã com dois ou três gatos pingados na sala enquanto o "eterno" Almeida "Secas" (o tal que acha que nisto das crises "não devem ser só os governos a sofrer, mas também o povo") dormia de cabeça pendida e o Toni Guterres falava ao telemóvel. Escusado será dizer que, entretanto, falou toda a "nomenklatura" dos vários naipes disponíveis que costumam ser e por ordem de entrada em cena: membros do governo, quando e se o PS está no governo, o que tem sido o caso nos últimos malfadados (para nós bem f...dos) tempos; "históricos e referências morais" - sempre os mesmos, o que prova a sua rijeza e longevidade, alguns estão para lavar e durar, não se têm dado mal com o regime; eurodeputados; deputados nacionais; governadores civis; presidentes de Câmara (prioridade absoluta para os de Lisboa e do Porto se calharem a ser PS) e de uma ou outra Junta de Freguesia; sindicalistas da UGT e da tendência socialista da CGTP; "revelações", "reforços" e "coelhos da cartola" (só às vezes, como este que o Passos - "macaquinho de imitação" - tirou agora); eminências pardas de várias castas e proveniências e "last but not the least", cromos como o Tino de Rans que até fez uma "birra" quando lhe cortaram o som e foi corrido do palco, porque estava a dizer umas larachas às 8 da noite, a hora "sacramental" dos telejornais que é, obviamente, para o Secretário-geral. O tempo atribuído a cada interventor é simbolicamente de 3 escassos minutos, mas o seu estatuto pode multiplicar esse número por 10, até o malquisto, mas bem recompensado, Manuel Meria "Sarilho" conseguiu falar 20 minutos debaixo de pateadas e apupos e do aviso constante do Presidente da Mesa: "Camarada terminou o seu tempo !". Mas ainda houve pior - a psicanalista Maria Belo, então eurodeputada, falou durante cerca de meia hora num discurso inextricável que talvez nem Freud ou Lacan tivessem conseguido decifrar.
Enfim - tudo "pérolas" típicas da Ética Republicana de um Partido que se proclama igualitário e que agora se propõe, depois de o ter enterrado, "Defender Portugal".
domingo, 10 de abril de 2011
Olli, quem...Rena?!
Perdigão perdeu a pena
Não há mal que lhe não venha
Luís Vaz de Camões
O comissário europeu para os assuntos económicos e financeiros, Olli Rehn, finlandês, glosou (e gozou) uma declaração do Presidente da República Portuguesa em que este pediu à Europa "imaginação" para lidar com o "problema" de Portugal. O nosso Olli tem ar de totó, mas como é comissário deve ter aspirações a "intendente", chalaceou com o apelo à "imaginação" e declarou do alto de uma soberba vexatória que não tornaria a "dialogar na praça pública com os dirigentes portugueses". Cavaco Silva parece ter-se tornado alvo frequente de comentários acintosos por parte de dirigentes estrangeiros (já tinha acontecido, em directo e ao vivo, com o "boémio" Vaclav Klaus) que não devem caber ao mais alto representante de um Estado, pelo menos de jure, soberano e de uma velha nação que tem que honrar os dedos, mesmo quando despojados de anéis. Ainda que toda esta crápula nos tenha posto a jeito, há limites de decência abaixo dos quais não se devem tolerar graçolas insolentes.
Herr "Flick" ou "Rena", ou lá como o diabo se chama:
Que tal se aproveitasse para ir limar as hastes nas coníferas da Lapónia e ver se ainda lá mora o Pai Natal!!!
sábado, 9 de abril de 2011
No pasa nada hombre (ou os malefícios de ter os olhos abertos)
Põe aí mui declarado,
não te fique no tinteiro:
Todo o mundo é lisonjeiro,
e ninguém desenganado
Gil Vicente, “Todo o Mundo e Ninguém”
Soube pelos "media", “velhos” e novos, que um professor de Filosofia, João Paulo Maia (51 anos), foi agredido a soco ao ponto de ficar inconsciente por traumatismo craniano, após ter tentado evitar uma briga entre dois alunos na Escola onde trabalha, a Secundária Bocage (antigo Liceu Nacional de Setúbal). Só identifico o docente porque a sua identidade foi já revelada pelos jornais, bem como a do agressor.
Quero dizer que conheço o João Paulo há anos, conheço o seu trabalho, o seu empenhamento quotidiano, o seu dinamismo, as suas elevadas qualidades morais e humanas e aquilo que o vitimou - ter os olhos abertos no contexto de uma situação escolar em que “no pasa nada hombre”, em que ninguém vê nada e em que é frequente que quem não se demite, professores ou funcionários, tenha estas “agruras”.
Sou professor há trinta e quatro anos e pertenço, por isso, à geração da culpa - durante a minha infância e adolescência, enquanto filho, aluno e jovem, tudo o que corria mal em casa, na escola e na vida era por minha exclusiva culpa, no exacto momento em que mudei de lado e me tornei adulto, pai e professor, a culpa acompanhou-me e continuou a ser minha.
Apre que é preciso “pontaria”! Caso para dizer: má sorte ter tido culpa!
Tenho durante a minha vida profissional testemunhado e sabido de inúmeros casos deste tipo que parecem não incomodar mais ninguém: desacatos, agressões, grosserias, depredações de material, porcarias de todos os tipos, actos de extrema incivilidade a que “todo o mundo” faz vista grossa e “ninguém” parece ver.
Dos óculos com lentes de “paraíso” cor-de-rosa que o Ministério da Educação insiste em “vender” até ao estado de negação reiterado em que vivem muitas Direcções de Escolas e Agrupamentos (para não prejudicar “imagens”, afinal o que importa), passando pelo demissionismo militante de muitos professores e funcionários, que tal como o célebre “Guarda Geleia” do Jô Soares (o tal do: “homem - não me comprometa, eu não vi nada, eu não ouvi nada, eu nem sequer estava cá e quem disser o contrário eu NEGO, N-E-G-O, NEGO!!!”) – porque sabem que se virem, ninguém os respaldará e passarão a ser também vítimas de ter visto.
Quem não conheceu situações de colegas cujas aulas transbordam de algazarra e bagunça e depois afirmam peremptoriamente em Conselhos de Turma e até Pedagógicos: “não tenho quaisquer problemas com eles; comigo portam-se lindamente”?
Num País em que as políticas oficiais não passam de mascaradas e "trompe-l'oeil", em que o Sistema Educativo produz, deliberadamente e a partir de cima, cada vez mais “lixo social” que só o é porque se limita a seguir exemplos de “licenciados” ao domingo e por fax, de agressões verbais e físicas entre gajos (não lhes chamo pessoas) , por vezes até com o nome, mas só isso, de sábios e de santos, que dão entrevistas a mascar pastilha elástica (a metadona dos fumadores), que mandam apagar a luz e “regar” contrariedades; em que ser alarve, burgesso e “casca grossa” é vendido como sinal de sucesso - o João Paulo teve o azar de ter os olhos da alma abertos perto de um energúmeno.
quinta-feira, 7 de abril de 2011
Que lata - valham-nos todos os Santos (menos o Teixeira dos ditos)
Como continua a ser possível que uma figura (um "figurão") como o "engenheiro" Pinto de Sousa (aka José Sócrates) se atreva a candidatar-se a Primeiro-ministro após a declaração de ontem - fazer o tal "pedido de ajuda externa" quando tinha reiteradamente afirmado até à véspera, que nunca o iria fazer. É, sem dúvida, um case study talvez para uma futura cadeira universitária de Psiquiatria Política, que a sua palavra, como se dizia do Boletim "Mentirológico", se tenha tornado um sinalizador habitual do contrário e daí para baixo.
Disse que não ia aumentar impostos, foi a primeira coisa que fez, prometeu 150 mil empregos, perderam-se cerca de meio milhão, disse que não tocaria nas deduções fiscais da "classe média" (lembram-se do debate com Louçã), aí foram elas pelo cano abaixo, disse não ser necessário cortar salários e foi o que se viu e agora, com a "ajuda externa", vai tudo a eito conquanto se mantenham subsidiados os falsos pobres e intocados os interesses dos verdadeiros ricos. Aliás, foi por ordem dos banqueiros que lhe passou a "obstinação" tendo franzido o cenho e mandado afinar o teleponto para mais uma encenação da gravitas que naturalmente lhe falta. Passou, como gato sobre brasas, da invocação do "interesse geral" à do "intesse nacional".
Há putativas qualidades de carácter, como a tenacidade, que se não estiverem ao serviço de bons fins são tudo menos virtudes. Um mentiroso que o faça muito e bem é mais prejudicial do que um que o faça mal e um bom assassino não é, seguramente, um assassino bom.
terça-feira, 5 de abril de 2011
O "Busilis" da Questão...
Sócrates parece estar obcecado com aquilo que, por facilidade de linguagem, se costuma chamar "Avaliação de Professores", e tem feito disso finca-pé mesmo que tecnicamente alguém lhe deva ter explicado, inúmeras vezes, o enorme embuste que isso é. Mas também as "Novas Oportunidades" são um enorme embuste e "isso agora não interessa nada", pois sabe (e estou a ser benevolente, ele talvez não saiba, quem o aconselha talvez sim - de qualquer modo são práticas do "senso comum" a que se chega por "intuição") que desde a Sofística, que o seu antigo e só nisso, homónimo, morreu por combater, a Maquiavel e a Goebbels, passando por Salazar, que "em política o que parece é". Está, aliás, nesta "missão" bem acolitado por toda a turbamulta dos “opinion makers” - da laicidade etílica ao incensório de sacristia. Esta gente já, também, entendeu que o "busílis" da questão, mais do que essencialmente financeiro, é de Poder, é de “pôr essa gentalha (os profs - servindo de "boi de piranha") - de vez na ordem”, é vexar, apoucar, amedrontar, para esvaziar toda e qualquer réstea de autonomia e encenar a "guerra às corporações". Por isso, nunca deixarão de agradecer a Sócrates e a Lurdes Rodrigues terem aberto o caminho e nunca desperdiçarão o “trabalho”, entretanto, feito. Sócrates acusa a oposição, sobretudo o PSD, de "eleitoralismo", por ter votado a suspensão do actual modelo de (Pseudo) "Avaliação de Professores" - mas mesmo dando de barato, que essa deliberação foi tomada de boa-fé, o que, neste jogo de sombras, não é líquido tantos os alçapões legislativos deixados em aberto, não sei de quem será a maior colheita eleitoral, se de quem apostou na suspensão, ou na sua miragem, ou de quem se obstina em continuar com o absurdo desse faz que faz, que com o diz que disse, é parelha timbre desta "democracia para lamentar".
Enfim, Sócrates mesmo com o "mundo a cair" e à beira da total rotura financeira para que contribuiu activamente, faz "cavalo de batalha" da chamada "Avaliação de Professores", faz disso o seu "ponto de honra".
Só noto uma ligeira incongruência:
É que para fazer pontos de honra é preciso ter honra!!!
domingo, 3 de abril de 2011
O outro diz que é "engenheiro", este agora é "doutor"!
Um tal Marcos Batista, nomeado administrador dos CTT, ele há grandes vidas mesmo com parcas obras, intitulou-se, para efeitos de currículo oficial, licenciado pelo ISEG (Instituto Superior de Economia e Gestão). Quando foi denunciado, pela própria instituição universitária, tal não corresponder à verdade, alegou que tinha "andado oito anos no ISEG e feito muitas cadeiras, pelo que julgava (!!!) estar já licenciado". Ora bem, se formos por essa ordem de ideias, conheço quem ande há trinta e oito em Direito, feito imensas cadeiras e saiba perfeitamente que não está. Até o castiço "dux veteranorum" - uma típica "instituição" coimbrã, sabe muito bem que só é "doutor" do "grelo".
sábado, 2 de abril de 2011
Basílio Horta (ou de como é compensador "animar a festa")
Basílio Horta é, (com Ferreira do Amaral, agora na Lusoponte) uma das provas vivas de que, entre nós, melhor do que ganhar eleições, só mesmo perdê-las - como se depreende do seu ensaiado "confronto" com Mário Soares nas Presidenciais de 91. Era preciso alguém que "animasse a festa" e a sorte calhou a Basílio Horta para que estivesse disposto a representar a "direita" e a "imolar-se" pelo regime, que necessita sempre de "challengers" para legitimar o passeio dos vencedores anunciados - caso das recentes "directas" no PS, em que foi exigido aos proponentes de Moções de Estratégia alternativas que se candidatassem a Secretário-geral para possibilitar a Sócrates mais um momento Kim Il Sung (atente-se que mesmo Manuel Serra em 1974, no I Congresso do PS em liberdade, não só não se candidatou, como propôs Mário Soares para o cargo). Afinal quando se mudam os tempos, não se mudam só os Tavares.
Basílio Horta, actual Presidente da AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal) - afinal este pessoal tem sempre que ser "Presidente" de alguma coisa - vem agora declarar-se "humilhado" com a "imagem que Portugal está a projectar no Mundo" e com "a quebra do investimento estrangeiro". O curioso é que diz que tem vindo a notá-lo desde Janeiro, mas só agora, após a entrada em "gestão" do governo Sócrates II, o afirma em público, o que denuncia um certo "ralenti" controlado e muito "oportuno".
Ainda me lembro do ralhete de Mário Soares num daqueles debates televisivos com tanta credibilidade como certos combates de boxe em Las Vegas, quando o "pexote", extravasando o guião, acusou Mário Soares de "viajar muito à custa do erário público".
O "velho leão", estremunhado, replicou de pronto:
- "Ai é?! Pois fique sabendo que nunca mais o levo"!!!
Ainda me lembro do ralhete de Mário Soares num daqueles debates televisivos com tanta credibilidade como certos combates de boxe em Las Vegas, quando o "pexote", extravasando o guião, acusou Mário Soares de "viajar muito à custa do erário público".
O "velho leão", estremunhado, replicou de pronto:
- "Ai é?! Pois fique sabendo que nunca mais o levo"!!!
sexta-feira, 1 de abril de 2011
O Discurso do Método (ou como jogar à Cabra Cega)
Mundo, bô tem rolado cu mim
Num jogo di cabra cega, sempre ta persegui`m
Pa cada volta qui mundo dá
Dani Silva (Lua Nha Testemunha)
Num jogo di cabra cega, sempre ta persegui`m
Pa cada volta qui mundo dá
Dani Silva (Lua Nha Testemunha)
O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos deu a mais espantosa das explicações para o súbito aumento do deficit das contas públicas de 2010, que até se constitui pelos mesmos algarismos, só que pela ordem inversa (dos 6,8 % anunciados aos 8,6 % homologados pelo Eurostat). Segundo o ministro tudo não passa de uma questão "metodológica" - ou seja: não incluir o buracão do BPN (e o "buraquinho" do BPP), mais os astronómicos deficits crónicos das empresas chamadas públicas de transportes, cujas administrações talvez continuem a organizar oa tais banquetes de arromba após divertidos rallies-paper, disputas de paintball ou experiências de banjee jumping com que costumam brindar os "convidados", ficando sem se perceber as razões comerciais de tanta vernissage, já para não falar dos popós topo de gama trocados quase todos os anos e revertendo para os próprios ao preço da chuva.
Este pessoal não se convence de que toda a gente está farta de jogos da "cabra cega" onde quem se lixa é, como de costume, o último a saber quando de repente acordar na "Argentina" com a insolvência do Estado e dos Bancos. Isto é "tesinho" que nem um carapau seco, sem pernas para o tango e farto de milongas.
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