quinta-feira, 5 de maio de 2011

O Polícia Bom, o Polícia Mau, os Três Estarolas e a Comunhão (Pouco Solene)





Utilizando com mestria a táctica do "polícia bom", papel que, evidentemente, assumiu e do "polícia mau", que deixou para o fugazmente "retornado" Teixeira dos Santos, o nosso "engenheiro" veio proclamar o que, por força do acordo com a troika, não será feito - confiscar os 13º e 14º mês (a ver vamos, como dizia o cego), cortar ainda mais os salários dos funcionários públicos, cortar as pensões abaixo dos 1500 euros.
Porreiro pá!!!
Deixou para o, agora reaparecido, Ministro das Finanças o doloroso encargo de comunicar o "traumatismo" fiscal a que os portugueses (e refiro-me àqueles que já pagam impostos) irão ser sujeitos. Pelo meio apareceu ainda um terceiro personagem (afinal compondo uma outra troika), o deputado Francisco Assis, dizendo que tinha sido um "bom acordo", mas não era motivo para os portugueses entrarem em "euforia", dando assim uma versão "Três Estarolas" a este "filme".
O deputado Francisco Assis que, até por formação, é bom psicólogo, deve ter notado algum brilhozinho nos olhos do "Zé", quando ficou a saber que, face à expectativa criada, vai ser esbulhado à mesma, mas em mais suaves penetrações, tal como o doente com a perna gangrenada e a quem tinha sido prognosticada a sua amputação total, experimenta um relativo alívio quando o "doutor" o informa que, revisto o diagnóstico, afinal vai ser "apenas" o pé.
Mas "euforia" senhor deputado, não será talvez um termo um pouco radical para o presente e confuso estado de espírito do povão/povinho?
Entretanto a troika, primando pela polidez e sobriedade, agradeceu a hospitalidade dos portugueses, que mesmo quando se vêem "gregos" se mantêm cordatos, pelo menos até ver, e nem nos momentos infaustos deixam de ter o sentido do fausto e de saber receber como ninguém, sobretudo os de fora e quando deles precisam.
Em suma - tudo isto me faz lembrar aquela "clássica": quando um fiel ia comungar sempre bêbado e o padre, jovem e maroto, estava farto dele e uma vez lhe pôs na boca, em vez da hóstia, uma pastilha elástica. O homem remoeu, remoeu e acabou por desabafar:
- Que raio, se isto é o corpo de Cristo, porque carga de água me havia de calhar logo esta parte?!

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