quinta-feira, 19 de julho de 2012

O Meu Pé de Liamba Lima (ou o Bloco Regressa à Freakalhada)






O Bloco de Esquerda, depois de uma mal sucedida incursão pelo "obreirismo" (afinal PC há só um,  o do Jerónimo e mais nenhum),  decidiu voltar onde nunca deveria ter saído - às causas "fracturantes". Ora, para esse intento nada melhor do que atacar por aquelas "cenas" que quase todo o mundo faz, mas quase ninguém admite, até ao ridículo do "ponto" Clinton  assumir que "fumou erva mas não inalou". Mas esse também chegou a dizer que a mancha que apareceu no vestido da Lewinsky não tinha sido em consequência de nada que metesse sexo. Falo de uma proposta de legalização do consumo e produção em pequena escala (afinal o Bloco é contra os latifúndios, e contra as touradas em todo o lado menos em Salvaterra) de cannabis, vulgo "erva" (liamba, seruma, maconha, marijuana, boi, ganja e outros sinónimos). Quem melhor que o ilustre clínico e deputado do Bloco, Dr. João Semedo para apresentar a proposta de legalização do consumo social e em "clubes" dedicados, do cannabis e do seu cultivo para uso próprio (e das amigas e amigos, claro), de um máximo de dez pés por cabeça (as "cabeças" quando estalam é do melhor).
Lembro-me do seu cultivo clandestino em vasos na varanda ou no quintal da avó; lembro-me de um pé enorme, com mais de dois metros, espantarrado num canteiro em frente à PSP, que só foi descoberto e arrancado por um polícia retornado das Áfricas. Lembro-me de um amigo estudante de agronomia que sabia produzi-lo das melhores castas, secá-lo no forno, só não o podia fumar porque começava a dizer que "estava morto" e a sentir-se como tal, para grande susto do resto da  maralha. Havia quem o desse em chá às avós octogenárias e elas queriam sempre mais daquele cházinho milagroso; havia quem o oferecesse às mães como um banal cigarro e elas no dia seguinte diziam: "Ouve cá, dispensa-me lá mais um daquela marca tão boa que andas agora a fumar"; havia quem o soprasse no focinho de cães e gatos e se divertisse a vê-los subir escadas a cambalear e  a "voar" contra as paredes...
Tudo na  longa noite da clandestinidade.
Ouçam lá, oh people do Bloco, não me digam que se esqueceram do hash, o sushi de cannabis, o cannabis em versão fast smoke. Não é que goste, mas dizem que é mais prático (mas muito menos "vintage", digo eu).

Nenhum comentário: