quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

A Ética Protestante e o Espírito do Canibalismo




Fala-se da Alemanha como uma nação de gente de trabalho, metódica  e de vontade férrea, obstinada mesmo, indo até ao "excesso" de seriedade e determinação, que não mistura "serviço com conhaque" (também no estado em que ficam, seria impossível). Acontece que essa imagem de marca, por assim dizer, anda a sair chamuscada com a profusão de casos de plágio académico em que se têm visto envolvidos ministros do governo da chanceler Merkel. Primeiro foi o ministro da Defesa, Karl-Theodor zu Guttenberg, que, em letra de forma para honrar os pergaminhos da linhagem, foi apanhado com a boca na botija; agora foi Annette Schavan, ministra da Educação (no melhor pano cai a nódoa, deve ser do "sistema dual"), que viu ser-lhe retirado o título de Doutora pelo mesmo motivo, plágio da tese.
É certo que entre a  Alemanha de Merkel, zu Guttenberg  e Schavan, e o Portugal de Passos e Relvas há, ainda assim, significativas diferenças quer na substância, quer no método. Enquanto por cá as vigarices se ficam pelas licenciaturas e alguns MBAs, por lá fiam mais fino, estão ao nível do doutoramento.  Também por cá o método escolhido pelos perpetradores é mais "meridional", mais calaceiro. Para obter uma equivalência basta, e quando, uma singela folha de requerimento (e agora com a "desburocratização" nem sequer tem que ser em papel selado), umas palmadinhas nas costas e, vá lá, um ou outro jantarito; já para os doutoramentos na Alemanha exige-se uma metodologia muito mais trabalhosa, onde se revela o verdadeiro afinco "workaholic" (afinal "Arbeit Macht Frei") que caracteriza a raça teutónica, são centenas de páginas de copy paste.
Com a breca, até a ética protestante parece estar a dar de si...

Um comentário:

principe disse...

bla, bla, bla... será plágio?