O "chumbo" do Tratado de Lisboa pelos (poucos) eleitores irlandeses que se deram ao trabalho de ir votar veio mais uma vez corroborar aquilo que, há muito, só não vê quem não quer, os "europeus" estão-se nas "tintas" para a "Europa"e vão resistindo como podem e ainda os deixam, às manobras da "eurocracia": não realização de referendos prometidos, mais uma decisão "corajosa" do governo Sócrates; repetições até à exaustão de referendos até dar o resultado desejado ( desejado pela nomenklatura claro está !) e por aí fora !( Só falta mesmo que exijam à Irlanda que retire o referendo da Constituição, por exemplo).
O problema é que os "europeus" não entendem o que querem os eurocratas e não será pela leitura do Tratado de Lisboa, literal e deliberadamente ilegível que ficarão a perceber, mas entendem o suficiente para saber que não será lá grande coisa, a avaliar por indícios como por exemplo, a famigerada proposta de directiva Frankenstein que pretendia que um trabalhador português que emigrasse para o Luxemburgo, continuasse a ganhar como em Portugal e outras aberrações neo-liberais do género e entendem também perfeitamente que os réditos de um mandato no Parlamento Europeu correspondem grosso modo a um jackpot no Euromilhões.
Ora, as pessoas em geral não são parvas e desconfiam do "gato escondido com o rabo de fora"; afinal o "admirável mundo novo" anunciado pela queda do Muro de Berlim de "prosperidade" para todos está a revelar-se uma gigantesca fraude de um , esse sim, messianismo bacoco que até chegou a anunciar o "Fim da História" e outras ilusões como as do enriquecimento contínuo e do consumo sem limites. Tudo entregue ao "Mercado" esse novo deus ex-machina que tudo regularia e se encarregaria de curar todos os males, e afinal o que nos dão é uma crise petrolífera que ainda "vai no adro", em parte como prenúncio da escassez, mas em grande parte devido à especulação desenfreada tornada possível por este "capitalismo de casino", uma crise de aumento dos preços dos bens alimentares de primeira necessidade , um aumento generalizado dos preços, das taxas de juro e todo o cortejo de perturbações sociais que daí decorrem como se viu com o bloqueio dos "camionistas" perante a impotência do Estado, fanfarrão para os fracos, mas estranhamente mole para certos interesses, aliás, muitas vezes razoavelmente alarmados, numa espécie de guerra civil larvar que faz lembrar as palavras do velho Hobbes sobre o retorno à barbárie e ao conflito de "todos contra todos" e que manda às malvas o mito dos nossos "brandos costumes", ( nisto somos como o "soldado português"- tão "maus" como os piores !)
Afinal, ainda falta passar muita água por debaixo das pontes e muito petróleo deixar de passar nos oleodutos !
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