E lá volto eu ao tema dos "gémeos". É que estas "políticas" esquizóides aguçam-me a "veia".
Ainda bem que face a certos radicalismos há, neste PS, alguém que, pressionado ou não, pelas circunstâncias de ter que "assistir em dois terrenos", manifesta bom senso e refiro-me, em concreto, a Maria de Belém Roseira, face à iniciativa da "J" (é "J", é "S") de introdução de máquinas dispensadoras de preservativos nas Escolas Secundárias públicas a que a esquerda parlamentar deu largo acolhimento, desde sectores do PS (e não necessariamente os mais à esquerda), passando pelo PCP (deve ser l`air du temps) pois quem como eu é do Barreiro, (como o saudoso Fernando Farinha) e sabe que as "caldeiradas" quando estão demasiado tempo ao lume começam a cheirar a "esturro" e conhece bem o grande e endémico conservadorismo das bases do Partido, não pode deixar de estranhar tanto "vanguardismo", só justificável pela ansiedade de mostrar que também "evoluiu" nestas coisas para não correr o risco fatal de evoluir noutras, e claro, ao inevitável Bloco cuja razão de ser aparente (e digo "aparente" pois há e ainda bem, razões políticas mais fundas) é, justamente, fracturar.
A iniciativa política do PS manifesta-se por um cocktail de radicalismos complementares, por um lado iniciativas radicais no plano societário e dos costumes e por outro (e é pena que a "J" aqui nada veja e se mantenha apática e abúlica*) medidas neoliberais no plano económico-laboral em que já definiu de que lado está, e é claramente do lado dos grandes interesses económico-financeiros e contra a sua própria base social "natural" de apoio, o que não deixará de ter impacto eleitoral a não ser que a transferência de votos para a esquerda seja compensada pelo definhamento programado do PSD e o PS comece (já está) a funcionar como um Bloco Central em si mesmo e se transforme numa nova União Nacional, que aliás, representou também o poder de uma classe média (impropriamente auto-designada por "elite") burocrática (mais "tecnologia", menos "tecnologia") e anichada no aparelho de Estado ("especialidade" típica do PS), de obrigar o capital a um "casamento de conveniência" vantajoso para "todos", menos para o grosso da população assalariada condenada agora à precarização e ao esbulho fiscal permanente.
Não sei se a melhor "estratégia" é pensar assim que "uma mão lava a outra" e persistir nesta política de ilusão propangandística à espera que acabe por "pagar" e continuar a iludir o compromisso de verdade que deve ser sempre a marca característica de quem se reclama da Esquerda.
Para este "peditório o pessoal já deu" e convirá esclarecer que a Escola, que não era para ser propriamente uma discoteca, não deverá ser também um lugar de incentivo à prática de relações sexuais precoces, tendo em conta que actos dessa natureza não equivalem a beber uma Coca-Cola e, que além do mais, os Centros de Saúde já oferecem consultas de Planeamento Familiar e de apoio aos jovens em que se dispensam gratuitamente contraceptivos de vários tipos entre os quais preservativos, o que está longe de acontecer nessas máquinas em que são vendidos bastante caro.
A posição da "J"/PS faz-me lembrar, mas sem a generosa ingenuidade dessa época, a de um colega meu dos idos de 70, os tempos da "Grande Utopia", nos alvores da nossa vida profissional, em que num "Projecto da Escola Ideal" pôs um "Amatório" ao lado do Auditório.
Desses tempos dá-me a ideia de que esta direcção do PS, só conservou esta parte, mais ou menos "folclórica", julgando que assim ao entreter o "pagode", encobre o autêntico pesadelo social para onde, por um misto de conúbio e cobardia, acabou por nos trazer.
É que ser "para a frente", não é, longe disso, sinónimo de ser "prá frentex"!!!
* Só se pensarem erradamente que o que observam quanto vêem "socialistas" que ainda há bem pouco tempo andavam de utilitário e agora andam de "topos de gama" de Empresas Públicas (Nacionalizadas-deles), chegará para todos. Estão redondamente enganados!!!
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