segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

"Manigâncias" ou de Como se Ganham Eleições?


Em Portugal e descontando as numerosas circunstâncias em que melhor do que ganhar eleições, é só mesmo perdê-las, há um conjunto de procedimentos preciosos para ganhar eleições que constituem mesmo um autêntico "Manual", uma daquelas "Sebentas" cujo autor fosse o Alves dos Reis para ser dada em aulas pelo Vale e Azevedo.
Senão vejamos - Sócrates e o Partido Socialista, depois do "susto" das Europeias, fizeram uma campanha contra o "pessimismo" e os "Velhos do Restelo", (o último parece que foi o Américo Thomaz), pela "positiva", prometendo uma dinamização "keynesiana" da Economia através de uma espécie de New Deal à "vara larga" com estradas, pontes, TGVs, energias alternativas, clusters diversificados desde as eólicas à força das ondas, passando pelos carros eléctricos sem trolley.
Afinal e mercê da sua sábia governação o País tinha resistido exemplarmente à "pior crise dos últimos oitenta y anos" (na inimitável pronúncia "socrática"), o deficit era de menos de 3%, mais coisa, menos coisa, e não iria haver qualquer Orçamento rectificativo. Só era preciso "vestir a camisola", "acreditar" e outras patranhas do género mais puro estilo motivacional a la Meirim - "mentalizem-se"! Não se lembram?!
Subir impostos, mais uma vez - vade retro!
Tendo sempre ficado por explicar a súbita demissão de Campos e Cunha na versão 2005 do Wonderland. Eis senão quando, Teixeira dos Santos que pegou no estandarte, depois de anunciar retomas e melhorias várias vem, após a desconfortável maioria relativa de 2009, revelar que afinal se tinha "enganado" no cálculo e que o deficit era na realidade de mais de 9%, sem que o altamente remunerado e muitíssimo perspicaz Governador do Banco de Portugal tenha, desta vez , dado por isso e que, por esse "ligeiro" e assumido "erro de cálculo", uma boa parte, senão a totalidade, de toda essa traquitana, não passará do, agora muito in, mundo virtual.
Para aprovar o Orçamento de Estado está a ser precisa a litle help from my (no fundo, no fundo) friends e até o homem das "inventonas" é agora parte essencial da "salvação" tudo fazendo para que a crise continue a ser paga pelos mesmos do costume, os que pagam impostos e cujo modo de vida fica cada vez mais ameaçado, empobrecendo com a grande desvantagem de não ser reconhecido oficialmente como tal, antes pelo contrário, tendo que sustentar os que sendo ricos, são pobres para o Fisco e os que sendo oficialmente pobres, continuam a fazer vida de "ricos", pois nada pagam. É notório que hoje em dia a situação social das "famílias" deixou praticamente de se determinar pelos rendimentos, para, de facto, se determinar pelos encargos sendo, por estas e por outras, que toda esta "estória" está muito mal contada.
E agora, paulatinamente, assim como quem só quer a "coisa", o Governo vai deixando cair "bandeiras", betão e desenvolvimentismo acelerado por TGVs e aeroportos pois ainda é cedo para eleições (o PS aparelhista até anda a ver se consegue arranjar outro joker que permita, mais "espião", menos "escuta", que Cavaco seja reeleito) e depois logo se vê!
Este modus operandi faz-me lembrar uma situação que presenciei nos idos de 60 quando foi inaugurada a Secção que viria a ser o Liceu do Barreiro e foram recrutados dois homens para "contínuos" (era assim que se designavam na altura os funcionários que, após se terem designado "Auxiliares de Acção Educativa", se designam agora por "Assistentes Operacionais") um deles foi encarregado de gerir a Papelaria, não resistiu e deu uma "banhada" de 60 contos ou coisa assim, (um "balúrdio" ao tempo), foi despedido. O outro entrou a pé e ao fim de uns anitos já andava de BMW, hoje está reformado da Função Pública e é, precisamente, grossista de material de papelaria tendo por principais clientes vários estabelecimentos de ensino, incluindo aquele em que foi "chefe-maior do pessoal menor"...
Viver não custa, o que custa é saber viver!!!

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