sexta-feira, 25 de setembro de 2015

A Prevista (Resta Saber Por Quem ?) Vantagem do Embuste



Para a mentira ser segura e atingir profundidade  tem que trazer à mistura qualquer coisa de verdade….(A. Aleixo)

Um jornalista meu amigo (e já agora, com um bocadinho de "baba", meu antigo aluno) pergunta hoje na sua página do Facebook:
"Quem é que Passos quer  enganar ?" - no pressuposto de que não enganará ninguém (pelo menos ninguém que não queira ser enganado).
O problema é que pode enganar mesmo. A famigerada frase de Goebbels acerca do efeito da repetição da mentira para a sua "conversão" em "verdade" continua a surtir efeito. E como avisou Salazar: "Em política o que parece é". O PS cometeu vários erros tácticos, o primeiro dos quais foi aceitar os termos do "debate" envenenado. As guerras começam a vencer-se ou a perder-se na linguagem. O PS tem que, rapidamente e em força (passe esta outra "salazarice"), centrar o contra ataque, já algo tardio, numa desmontagem vigorosa dos truques e exprimi-lo em termos simples (mas não simplistas) para que toda a gente entenda os embustes e as moscambilhas argumentativas da coligação pela escolha de um leitmotiv que não se disperse, antes se concentre em poucos mas inquestionáveis alvos: os clamorosos "flops"  da (des) governação e a "desminagem" do terreno  pela escolha criteriosa mas firme dos argumentos e sobretudo dos factos.

 

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Olha Fausto Já Foste...(na morte de Vítor Silva Tavares)

Olha Vítor já foste! Tu que me deste a ler os  textos mais arrojados que animaram, no sentido próprio de terem dado alma, a minha irrequieta revolucionária juventude, de Débord a Herberto Hélder passando por Vaneigem e toda aquela plêiade de iconoclastas que fez da irreligiosidade do &Etc. uma hierofania periódica.
Um dos últimos números, já depois do 25 de Abril, ao relatar a morte e o bizarro enterro de um Fausto titulava:
"Olha Fausto Já Foste: O Espectáculo dos Prazeres ou os Prazeres do Espectáculo" - uma vez que o funeral do referido cidadão foi motivo para uma batalha campal entre duas forças políticas useiras e vezeiras em tais cenas, o PCP e o MRPP, esmerando-se desta vez ao ponto de terem usado o Cemitério dos Prazeres como campo de batalha pela posse do caixão e as campas e jazigos como barricadas e trincheiras, tendo como casus belli a reivindicação que cada uma das referidas agremiações fez da militância do falecido num caso de surreal ao vivo que então o tempo foi pródigo em produzir e  o &Etc. prodigioso a captar.
Agora que também já foste. Obrigado!!! Mil vezes Obrigado!!!
 

sábado, 19 de setembro de 2015

Uber über alles

 
O conflito Uber/taxistas traz à baila a velha questão do luddismo. O fantasma de Ned Ludd esvoaça na era da globalização actualizando o "eterno" conflito entre  as "vias" e as "ínvias".

terça-feira, 10 de junho de 2014

Ó da Guarda (Humano, Demasiado Humano - Já Não Há Cavaquistões)





O achaque de Cavaco, hoje na Guarda durante as comemorações do 10 de Junho, traz à colação duas verdades insofismáveis: a verdade da condição humana a vir ao de cima na sua vertente psicofisiológica, avisando que mesmo contra a vontade dos sujeitos o que tem que ser tem muita força e em ambiente de crispação e de má-consciência as síncopes, por muito "vagais" que sejam, acabam por ocorrer (aliás, com Cavaco Silva não foi  sequer a primeira vez, algo semelhante tinha ocorrido em 95 na posse de Guterres) e a verdade "político-territorial" de já não haver "Cavaquistões" e a contestação pública chegar a toda a parte, ainda que protagonizada por sindicalistas que pouco ou nada têm "sindicalizado", pelo menos nos últimos tempos, quando mais falta faria. Fica à vista a fragilidade do poder,  mal camuflada  pela indecorosa exibição do luxo oficial, mesmo quando se exige "austeridade" aos outros, sempre aos outros, e se considera que as "gorduras do Estado" são as pessoas e não as mordomias como o desfile obsceno de automóveis topo de gama e o inútil desperdício de recursos materiais e humanos para cuja mobilização a conjuntura exigiria, aí sim, alguma contenção e hábitos austeros.
A contradição evidente entre as discursatas e a parafernália exibida acarreta uma imensa crise de confiança de consequências ainda por vir, podendo não ser lá muito lisonjeiras. Quem semeia ventos costuma colher tempestades e a acrimónia governamental traduzida pelo não aperto de mão, que seria o mínimo protocolar, entre Passos e o Presidente do Tribunal Constitucional demonstra bem a que tipo de gente está o País entregue. Tudo porque o Tribunal Constitucional é, apesar do deplorável método de selecção dos juízes (agora lamentado por quem escolheu, queixando-se, ainda que despudoradamente, de si próprio) constituído por pessoas que fizeram as suas vidas e carreiras estando relativamente imunes a chantagens; ao contrário do que acontece no Parlamento enxameado pela indigência e pelo carreirismo, onde a sinecura  e a "vidinha" explicam muitas "fidelidades caninas" (sobretudo ao "princípio" do "rei morto", "rei posto") e sobrelevam largamente a independência e a autonomia requeridas para o  isento exercício dos cargos, de tal modo e tão sonsos que mesmo comparando com os tempos de Eça de Queirós nos fazem ter saudades do Conselheiro Acácio ou do próprio Palma Cavalão.
Ó da guarda ! Aqui da República !!!

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Ó Calinas Cala a Boca !!!







O que devia ser alvo de "um escrutínio muito maior" eram gajos destes para impedir que pudessem chegar a Primeiro-ministro a dizer calinadas como a de "determinar determinadas" e outras como "o mix de medidas" ou as soluções "chave na mão". 
Isto depois de ter, segundo o próprio, tido como livro de cabeceira "A Fenomenologia do Ser" de Jean-Paul Sartre. Mesmo que, porventura, a obra existisse,  o que não é o caso, deveria servir para fazer altura debaixo do travesseiro.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

A Paz Celestial


Passam hoje hoje vinte e cinco anos sobre os acontecimentos da Praça de Tiananmen ("Da Paz Celestial") em que o exército chinês, a mando da cúpula política do Partido Comunista da China, esmagou, literalmente, as manifestações estudantis que pediam  a democratização do regime. A nomenklatura chinesa após uma aparente hesitação inicial decidiu não embarcar em "perestroikas" e optou por reprimir com extrema brutalidade a dissidência e confirmar a sua "quadratura do círculo" com o "melhor" de dois mundos: "liberalismo" económico  (falso, aliás, o tecido empresarial é quase todo, se não mesmo todo, estatal) e ditadura política (essa absolutamente verdadeira).
Note-se que a capa ideológica da "democracia" (neo)liberal é apenas isso mesmo, uma "capa", um regime "comunista" como o chinês faz as delícias do plutocratas ocidentais que tentam impôr uma espécie de "sovietismo" neocapitalista: privatização dos ganhos, socialização das perdas e a democracia que se lixe, já que só serve para atrapalhar.
Nesse dia realizava-se uma reunião sindical na sala de professores da minha escola, que decorria pachorrentamente até entrar de rompante o colega Gonçalo, liga o televisor e exclama para o delegado sindical que conduzia os trabalhos:
- Olha Rui, vê com os teus próprios olhos o que os teus amigos comunistas estão a fazer aos estudantes na China. Vê!... Estão a matá-los, é o que é !!! 
Nisto o colega António, sempre muito mais preocupado com questões pragmáticas, retorquiu:
- Onde Gonçalo? Na China!... Isso é lá tão longe. Eles que se matem pá... Ó Rui diz lá mas é quanto é que vamos ganhar para o ano.

terça-feira, 3 de junho de 2014

Do Que Eles Nunca Abdicam...


Deve ser moda, ou "sinal dos tempos", depois do Papa "Emérito",  um Rei "demérito".
The Queen stands...