As auto-estradas são perfeitos exemplos de não-lugares no sentido que lhes atribui Marc Augé, são pistas de passagem por territórios que servem unicamente para isso mesmo: passar.
Ao contrário do que acontecia nas "velhas "estradas não atravessam centros urbanos, nem sequer "criam" localidades dedicadas como a Mimosa ou o Canal Caveira na "antiga" estrada para o Algarve.
Não, agora as "Áreas de Serviço" de Grândola ou de Alcácer não permitem, sequer, avistar Grandôla ou Alcácer como se dizia de Braga, nem por um "canudo" as referidas terras, tal como as placas (chamar-lhes-ia "atoponímicas") que referem, por exemplo, "Conímbriga" ou o "Castelo de Almourol" e apenas significam não-presenças constituindo meras referências evocatórias de locais ou "coisas" ali "presentificadas" por nomes em "vez de".
A versão "arcaica" deste fenómeno é a Estação de caminhos de ferro de Fátima a uns bons 25 Kms da própria localidade, ideal, por isso, e em conformidade, para ir a pé até lá.
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