Como era de esperar, a proposta de suspensão deste modelo de "avaliação" de professores foi chumbada apenas com os votos necessários e suficientes do PS.
Poucos dos muitos deputados da maioria que são, ou pelo menos, costumavam ser professores de profissão, não quiseram arriscar o lugarzinho na AR, memo que para isso tenham traído a luta da esmagadora maioria dos seus colegas (120000 saíram à rua); não importando que este modelo de "avaliação" nada avalie a não ser papelada.
E não sendo difícil a alguém de mediana compreensão entender que "avaliação" é esta que permite deixar de fora a componente científico-pedagógica, ou seja, o trabalho do professor na sala de aula, precisamente aquilo que o comum dos mortais costumava entender que um professor devia saber fazer ?!
Mas não meus caros, "eles" não estão enganados, o problema é mais grave, aquilo que na concepção do governo e do seu ME, deve ser um "professor" corresponde a um burocrata acrítico e abúlico , escravizado e funcionarizado, que aplique mecanicamente as directivas "educativas" do "faz de conta" e do "para inglês ver" a que estão a querer reduzir a Escola Pública em Portugal; na fabricação do "sucesso" estatístico e da "soltura" certificativa que a nada corresponde em termos efectivos de educação e formação
Para isso, não é preciso que um professor saiba ensinar , basta que encaminhe e certifique uns copy pastes tirados da net, preencha uma enxurrada de fichas e relatórios onde registe os "milagres" que acabou de realizar e ponha tudo em portefólios com quilos de papel, que a "avaliação" vai ser a olho, a metro e a peso e de preferência pelo célebre "método da escada".
Quem contesta esta pouca vergonha tem vindo a pôr a tónica na evidência da contenção orçamental e na necessidade de impedir que os professores cheguem ao topo da carreira e assim saiam mais "baratos", o que é verdade mas não é tudo, nem me parece mesmo o essencial.
Esta é uma "guerra" política inédita que um Governo com maioria absoluta e que se diz de "esquerda", move a todo um grupo profissional escolhido a dedo, através de uma campanha de ódio, explorando os recônditos mais baixos da alma humana como a inveja e o ressentimento ( e atente-se que nunca se invejam os Rockfellers, inveja-se sempre o vizinho do lado, por isso é que a "corporação " dos professores foi escolhida para "bode expiatório"), para dar à populaça o sangue que ela reclama e passar por "corajoso" e "determinado", sem, obviamente, tocar nos interesses das verdadeiras corporações.
Daí este modelo de "avaliação" e este Estatuto da Carreira Docente que fractura a profissão sem que nenhum acréscimo funcional daí decorra e em que o que se pretende é mesmo "dividir para reinar".
Daí o "novo" (velho, muito velho mesmo) modelo de gestão das Escolas onde se arranjou um complexo e absolutamente desnecessário mecanismo atabalhoado e complicativo, para mascarar de "eleição" aquilo que não houve coragem de assumir às claras: a nomeação, pela tutela, dos Directores das Escolas (esta é mesmo "à PS", do "só ares" para o "nem ares").
Quanto à triste figura dos deputados-professores do PS, está na "cara" e é, no fundo, "natural":
Eles querem continuar a ser deputados e não querem, vade retro, voltar a ser professores.
É que isto de andar de "cavalo para burro" é muito triste, sobretudo quando já se está habituado à ração!!!
Post Scriptum:
E tudo isto antes que o combóio chegue ao Samouco !...
4 comentários:
...Também ele ambicionara ser um pensamento único, com pretensa fundamentação científica,
querendo substituir o pluralismo das ideias pelo império da ortodoxia.
E o que aconteceu hoje no parlamento?
foi substituído o pluralismo das ideias pelo império da ortodoxia.
Cont.
A frase do comentário anterior foi retirada da 1ª página da moção.
O PS vai arredar da lista de deputados essa corja de traidores, o Manuel Alegre e acompanhantes, querem votar de forma diferente? façam lá o partido que querem, agora enquanto estiverem no PS votam conforme lhes for indicado e mais nada.
Afonso Apolinário
Sr. Afonso
Nem vou argumentar, leia aqui
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