No debate de ontem, terça, 8 de Setembro, Louçã deixou-se enredar num argumento de má fé típico do estilo Sócrates, que não discute, antes repisa, repete, crente na máxima comummente atribuída a Goebbels de que "uma mentira muito repetida passa à categoria de verdade". Foi o caso do "susto" à classe média (resta precisar o que será a "classe média" em Portugal) de que o programa fiscal do Bloco tinha um "segredo": o da eliminação dos benefícios em sede de IRS, das despesas de saúde e educação.
Em primeiro lugar, Loucã, tão habitualmente ágil em situação de debate, não foi lesto a desmontar a insinuação de "segredo".
Se era "segredo" como é que Sócrates conseguiu lê-lo e até exibi-lo no Programa Eleitoral do Bloco; depois também não foi eficaz a denunciar a descontextualização e logo, a má fé do argumento, pois isso produzir-se-ia num quadro fiscal "limpo" de armadilhas e "espertezas saloias"; e principalmente, não retrucou, não se deve ter lembrado que, há cerca de um mês, mais coisa, menos coisa, foi o Governo Sócrates através do Ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, a ameaçar abrir a "caça" aos "ricos" fiscais (que, como toda a gente sabe, estão, entre nós, muito longe de ser os ricos reais) e eliminar as deduções de saúde e educação a quem tenha um rendimento mensal igual ou superior a 5000 euros brutos (atenção, reforço, brutos), que já são taxados a 42%. Esse sim, será o maior ataque fiscal de sempre à classe média assalariada, que, aliás, é praticamente o único sector da sociedade a pagar efectivamente todos os impostos sem fuga possível, através da retenção na fonte.
Que pena! Louçã, que tem uma excelente memória, não se ter lembrado (ou ter preferido não se "lembrar") deste "pequeno pormenor".
Enfim, ninguém é perfeito!!
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5 comentários:
É pena que Teixeira dos Santos não tenha ido para a frente com essa medida, pois no pais onde em 2006 o ordenado médio nacional estava nos cerca de 840 euros e que hoje estará a pouco mais dos 700 euros (números do INE)ou seja decresceu, um cidadão que ganhe 5000 euros é considerado rico, ganha 7 vezes mais do que o ordenado médio, mesmo que esses 5000 euros se reporta-se ao rendimento familiar e considerando que a outra família tinha o dobro do rendimento, ou seja 1400 euros, continua a ganhar 3,5 vezes mais, continua a ser uma família rica aquela que ganha 5000 euros.
A argumentação de quem tem 5000 euros vive de uma maneira e quem tem 700 vive de outra não cola, porque existem despesas que são iguais quer para uma familia quer para outra que é nos serviços básicos, saúde, ensino, alimentação e habitação, todo o resto é ou pode ser considerado acessório.
Foi então por essa razão que o Louçã se "esqueceu" de refutar Sócrates.
Mas não é essa, a de quem ganha x vive assim e quem ganha y vive assado, a minha posição.
É que todo esse radicalismo "justicialista" deixa de fora os realmente ricos que pagam zero ou perto disso e toda a corja de trafulhas das negociatas a quem o Estado "perdoa" milhões (de uma maneira ou de outra, por cima ou por baixo da "burra", o efeito é o mesmo, como foi agora o caso Veiga)!
Quanto à fiabilidade dos números a "frio" em Portugal, sem contar com a economia "informal" ou "paralela",(eufemismos que designam todas as traficâncias mais a corrupção), basta estar cinco minutos à beira de uma qualquer estrada a ver os automóveis que passam (marca, modelo e ano de matrícuia) para entender logo que não são fiáveis!
Esse tipo de soluções só contribuem para a continuação do esbulho de quem já declara e paga; quem nada declara não tem "existência" fiscal o que se materializa nos "pobrezinhos de BMW" que "mamam" todo o tipo de prestações sociais e ajudas do Estado (desde os "rendimentos mínimos" à isenção das taxas moderadoras e reduções e isenção de mensalidades e propinas desde os infantários às propinas no ensino superior) enquanto exibem um nível de vida nada compaginável com os rendimentos que declaram.
Tudo isto é "politicamente incorrecto" mas eu não tenho esses problemas e costumo dizer a verdade gostem os ouvidos delicados post-modernistas ou não!
Eu posso estar um bocado parvo, mas parece-me que a falácia ainda é maior e o Louçã foi parvo por não o ter sublinhado. Se a educação e a saúde forem gratuitas, incluindo essa razia dos orçamentos familiares que são os manuais escolares, para quê as deduções fiscais? Deduções fiscais de despesas zero? As deduções fiscais são uma compensação pelo facto de nem uma, nem outra, serem gratuitas. Como é que os sucessivos comentadores nunca referem a condição da eliminação dessas deduções. É claro que, existindo um SNS como já existiu e com a dignificação da escola pública, assim como acabando com a negociata dos manuais, não haveria razão para recorrer ao sector privado e, quem recorresse, não haveria razão para o Estado estar a minimizar os seus gastos. Poder-se-á dizer que se tratam de propostas radicais (embora praticadas por essa Europa fora), mas não se trata de nenhum ataque à classe média.
Estou completamente de acordo, mas o Louçã ficou "nas covas", como se costuma dizer.
É evidente que não se trata de nenhum ataque à classe média.
O Sócrates levava aquela artilhada não para debater, mas para repetir,repetir até à exautão, como, aliás, se viu.
Foi a criação de um "facto político", foi a "descoberta da pólvora", uma espécie de "tocaia" de onde o Louçã não foi suficientemente enérgico para sair, ou então, também acha qhe quem ganha 5000 euros brutos por mês, incluindo ele próprio é "rico"!
Hoje (e logo ontem) a imprensa "manteigueira" (que é quase toda) não falava de outra coisa!
A "Legião Socrática" embandeira em arco. Aliás, a prontidão é tanta que me parece que o coro já estava ensaiado (é só ir ao "Simplex" e ver os quilómetros de posts a saudar o "annus horribilis" do Louçã, nem fazem a coisa por menos.
Ataque à classe média tem sido a prática deste Governo com a subsidiação da indigência e o conúbio descarado com o grande capital (e muitas vezes do piorio, tipo Berardo!!!), encolhendo salários e aumentando impostos, esmagando quem os paga!!!
E a propósito, ainda alguém se lembra do "saneamento" da Moura Guedes?
Disse e repito:
"- És mesmo macaco pá!Um ganda macacão!!!"
-
Completamente de acordo, existiu por parte de Sócrates uma organização de "tempo" a cair por forma a que Louçã não tivesse tempo de refutar a argumentação, quanto à tributação justa o BE também propõe um Imposto sobre a riqueza que no máximo, proposta do BE pode ir aos 2% no entanto se fosse 1% só o Américo Amorim pagava qualquer coisa como 25 milhões de euros, é obra, a argumentação deste imposto é validada pelo seguinte, um cidadão pode não ter rendimentos e com este sistema tributário usufrui do sistema e não paga impostos, ora tendo fortuna pessoal tem que contribuir e a forma é esta.
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