A operação global em curso que visa precarizar (ainda mais), instabilizar (ainda mais) e infernizar (se possível mais) o mundo do trabalho tem tido, entre nós, por pontas-de-lança ideológicos uns quantos opinion makers ou que são tomados como tal, quase todos vindos da extrema e mesmo da extremíssima esquerda. São abundantes os exemplos de personagens mediático-intelectuais que passaram do estalinismo mais jurássico para o neo-liberalismo, no fundo é o radicalismo pequeno-burguês aggiornato com a última convicção que lhes resta: a de que "pimenta em rabiosque alheio é refresco".
Uma das técnicas mais utilizadas na propaganda da actual ideologia dominante e pretenso pensamento único (que esta rapaziada sempre foi dada a "livros vermelhos") é a de "dividir para reinar" fomentado a criação de clivagens e ressentimentos através de ficções teóricas (aliás de fraquíssima extracção) que querem elevar à categoria de realidades sociológicas. Uma das mais recentes é a alegada "conspiração grisalha". Assim e de acordo com esta teoria, a geração do pós-guerra teria reservado para si as "garantias" do Estado Social (empregos para "toda a vida", "chorudas" pensões de reforma, etc.) deixando a falência do modelo para as gerações seguintes. Ora, este "patois" não passa de música para adormecer camaleões, uma vez que o problema não está nos alegados "privilégios" geracionais, mas na predação promovida pelo retorno do capitalismo selvagem aliado à (anti) economia de Casino com o seu cortejo de ganância e esbulho, que nos conduziu a mais esta "crise" de que o próprio modelo se alimenta enquanto "moraliza" sobre os "maus hábitos" das vítimas e fomenta um artificioso "conflito de gerações".
A verdade é que em Portugal não há apenas uma, mas três gerações "à rasca" - a dos mais idosos, cujo destino pode ser estarem mortos anos a fio sem que ninguém dê por eles; a de meia-idade que está a sofrer, isso sim, o assalto do século, pois é a que mais tempo e maiores montantes descontou e desconta, a que mais impostos pagou e paga (os que o fazem e não é a geração que conta, é a "casta"), arriscando-se agora a ver, ao fim de uma vida de trabalho e comparticipação, "uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma" e a dos mais mais novos que não consegue autonomizar-se, porque mantida na precarização sem sol à vista, a que acresce ainda o "enegrecimento" dos horizontes da geração anterior (a tal das "garantias" e das "blindagens" se estão lembrados, afinal os tais "conspiradores") de que acabam, muitas vezes e involuntariamente (longe vá o agoiro) de parte a parte, por ainda depender.
Mas os seguidores de Pol Pot (foi só uma questão de oportunidade) a quem até o "Grande Educador" (ridículo até para os parâmetros da época) teve que mandar devolver o produto dos saques, que incensavam a China da "Revolução Cultural" e a Albânia do camarada Enver Hoxha, conseguiram para si, pelo menos um objectivo ao nível dos seus antigos mentores - viver no luxo, enquanto confinam as massas à "inevitável" pobreza.
Um comentário:
Se não se fizer nada, com estes " politicos" QUE MAIS PARECEM UMA ESPÉCIE RARA DE ABUTRES, que estão a utlilizar o poder para acabar com o que resta da dignidade social, de todos nós cidadãos comuns, de todo as idades ( os ingénuos que acreditaram em promessas e presente envenenados).Se nada fizermos, serem apenas carecaças. Um abraço do Mano.
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