segunda-feira, 5 de maio de 2008

À mama

Uma das novas mais bem "esgalhadas" deste fim-de -semana que passou, foi a das cirurgias plásticas ou "estéticas" como agora se diz, feitas no Hospital de S.João no Porto por cirurgiões ( não sei se plásticos , se estéticos ) dos quadros do Hospital, a funcionárias ( não especifica se médicas, enfermeiras,técnicas ou administrativas ou auxiliares, o que prova que a "mama"pode ser democrática e até "socializada")para aumento ou redução mamária. Acresce o pormenor, não despiciendo, que as referidas pacientes se inscreviam como "doentes" ou nem sequer se inscreviam e trepavam pela lista de espera acima como gente grande e os realmente doentes que "aguentem"mais uns mesitos que só lhes dá endurance .
Como tal descoberta foi feita pela Inspecção-Geral de Saúde os media questionaram a Ordem dos Médicos sobre a possibilidade da abertura de procedimentos disciplinares aos tais cirurgiões que, note-se , são funcionários públicos ; e que respondeu o bastonário, dr. Pedro Nunes ?
Que como o S. João é um Hospital escolar, pois é lá que funciona a Faculdade de Medicina do Porto, " não deverá haver motivo para procedimento disciplinar, pois quem é que nos pode garantir que os médicos não estavam a treinar?!"
Quer então dizer que os cirurgiões treinam "à mama" das funcionárias que assim vão "mamando" umas borlas à pala do erário público, isto é, dos contribuintes, umas cirurgias às mamas quer para pôr, quer para tirar, quer para corrigir, que pelas vias "normais" nem sequer são comparticipáveis pelo Sistema Nacional de Saúde, oferecendo-se para cobaias "mamárias" e ficam todos a lucrar (não sei se terão acesso ao Livro de Reclamações),menos o Estado que paga a esta gente toda e os utentes "exógenos" do Serviço de Cirurgia Reconstrutiva do Hospital de S.João e que por motivos bem mais prosaicos,como terem sido vítimas de acidentes de trabalho ou de viação, estarem queimados, etc., irão ter que amargar mais tempo à espera que se componham as mamas das ditas cujas, à "mama".
Tem graça que era este tema -o da promiscuidade entre os serviços públicos e os interesses privados-que eu iria abordar naquele célebre Congresso do PS no Pavilhão Atlântico cujo lema foi, se não me engano , "Portugal pela Positiva", em que me inscrevi de manhã para intervir na reabertura do Congresso ; "às 15.00 em ponto", recebi uma senha com o nº 7 de ordem de inscrição e só fui chamado, faltavam um quarto para as duas da madrugada,com meia dúzia de pessoas na sala e no palco resistindo estoicamente: o camarada secretário-geral , António Guterres e cabeceando estoicamente o presidente do Partido, camarada Almeida Santos. Escusado será dizer que entretanto intervieram e muito mais do que os três minutos regulamentares , todos os membros do Governo, todos os Deputados europeus e nacionais,todos os Presidentes de Cãmara e por aí fora, e que nem sequer tinham "tirado senha", numa autêntica "Feira de Vaidades"que incluiu o desacato com Manuel Maria Carrilho-20 minutos de discurso crítico ao som de uma monumental vaia composta por uma estridente assobiadela e uma ruidosa pateada e a "birra" do Tino de Rans quando percebeu que a hora dos Telejornais iria ser ocupada pelo secretário-geral e não por ele.
Enfim pouco tempo depois , aproveitando a boleia de umas autárquicas mal sucedidas e antecipando o "pântano" mas ainda não o "deserto", António Guterres refugiou-se no ACNUR e nem estranhou a cor predominante, pois já estava habituado, é que antes de se ter posto "ao fresco" já a coisa por cá estava a ficar preta !!!

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