Nos anos 70 ,antes e depois do 25 de Abril , o "estudantariado" barreirense reunia-se no primeiro andar do Tico-Tico e geralmente uma "bica" dava para a tarde ou para a noite inteiras.
Uma "figura" da época, o Luís,uns anitos mais velho do que o "grosso" do "maralhal"e que era e felizmente ainda é , um pouco "out", revelando um anti-fascismo bastante sui generis quando dizia por exemplo, que nesse dia não passaria por dentro do Parque , pois " as árvores estavam com um ar muito pró governamental"; tinha também o costume de perguntar a um de nós , nunca ao mesmo em dias próximos :
"- Posso lanchar ?"
A resposta ,após um momento de estupefacção era geralmente :
"-Porque não ...,estás doente, estás a dieta ...?"
"-Posso lanchar ou não posso lanchar ? , insistia o Luís .
Perante a insistência o interlocutor acabava em desespero, por dizer :
"-É claro que podes lanchar,então porque não haverias de poder ?!"-e o Luís lá mandava o Jorge, o empregado de mesa, trazer o lanche : uma tosta mista (eram deliciosas as do Tico-Tico nesse tempo ),mais uma torta de chocolate ou um alsaciano ( idem,idem,aspas,aspas ),quando não os dois , um suminho ou dois de laranja e para rematar ,uma "bica". Findo o lauto repasto o nosso Luís levantava-se e despedia-se com um :"-Até logo !" e saía.
Quando o interlocutor ia a sair preparando as moedas para pagar a sua "bica", o empregado de mesa dizia que faltava pagar o lanche do Luís , aí o "otário" começava a "jurar-lhe pela pele"e não tinha outro remédio senão "abrir os cordões à bolsa". Quando finalmente apanhava o Luís , gritava-lhe furibundo:
"-Ouve lá pá ,que brincadeira vem a ser essa de lanchares e deixares a conta para eu pagar ?!"
O nosso homem respondia despachadamente :
"- Então eu não te perguntei, mais do que uma vez , se podia lanchar..."
Uma "figura" da época, o Luís,uns anitos mais velho do que o "grosso" do "maralhal"e que era e felizmente ainda é , um pouco "out", revelando um anti-fascismo bastante sui generis quando dizia por exemplo, que nesse dia não passaria por dentro do Parque , pois " as árvores estavam com um ar muito pró governamental"; tinha também o costume de perguntar a um de nós , nunca ao mesmo em dias próximos :
"- Posso lanchar ?"
A resposta ,após um momento de estupefacção era geralmente :
"-Porque não ...,estás doente, estás a dieta ...?"
"-Posso lanchar ou não posso lanchar ? , insistia o Luís .
Perante a insistência o interlocutor acabava em desespero, por dizer :
"-É claro que podes lanchar,então porque não haverias de poder ?!"-e o Luís lá mandava o Jorge, o empregado de mesa, trazer o lanche : uma tosta mista (eram deliciosas as do Tico-Tico nesse tempo ),mais uma torta de chocolate ou um alsaciano ( idem,idem,aspas,aspas ),quando não os dois , um suminho ou dois de laranja e para rematar ,uma "bica". Findo o lauto repasto o nosso Luís levantava-se e despedia-se com um :"-Até logo !" e saía.
Quando o interlocutor ia a sair preparando as moedas para pagar a sua "bica", o empregado de mesa dizia que faltava pagar o lanche do Luís , aí o "otário" começava a "jurar-lhe pela pele"e não tinha outro remédio senão "abrir os cordões à bolsa". Quando finalmente apanhava o Luís , gritava-lhe furibundo:
"-Ouve lá pá ,que brincadeira vem a ser essa de lanchares e deixares a conta para eu pagar ?!"
O nosso homem respondia despachadamente :
"- Então eu não te perguntei, mais do que uma vez , se podia lanchar..."
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