Numa das minhas viagens de Verão com o meu amigo Zé Carlos, decidimos ir para o Norte, passámos para a Galiza e demos um "saltinho" a Vigo, nessa altura, início da década de 80, isso significava uma ida ao "estrangeiro". Ainda foi no tempo dos passaportes, antes da entrada de Portugal e Espanha na, então, CEE e muito antes do espaço Schengen, vá lá que para as terras de nuestros hermanos já só tinha que se exibir o Bilhete de Identidade; foi também ainda muito antes do euro, ainda havia escudos e pesetas, só que dos nossos escudos existiam ainda notas de 20, de 50 e de 100; pesetas, já só existiam notas com o valor mínimo de 100.
Quando do nosso regresso na estação ferroviária de Vigo, conhecendo bem o "feitio" do Zé, um pouco "agarrado", diga-se de passagem, para lhe evitar uma desilusão, avisei-o de que os bancos não cambiavam moedas, por isso seria melhor trazer os trocos em notas e gastar as moedas que sobrassem.
Ele assim fez e como havia um quiosque de chocolates "Toblerone", foi lá para "derreter" as moedas sobrantes; como o homem do quiosque ainda lhe tivesse dado de troco alguma coisa como 20 e tal pesetas, o Zé vira-se para ele e diz-lhe, mostrando as moedas na mão aberta :
- Hombre, tienes papel, tienes billetes ? No quiero moñedas, quiero papel !
- No hay hombre ! - respondeu o homem .
Mas o Zé insistiu :
- No tienes ?!
- No tiengo no, hombre, no hay ! - respondeu o outro.
Mas o Zé voltou à carga :
- Pero no tienes ?!
Nisto o outro, já desesperado, insiste :
- No, hombre, no hay !
E o Zé, lancinante, com as moedinhas na mão, continua :
- Pero hombre, porque no hay ?
O outro já perfeitamente louco furibundo, grita :
- No hay no porque no tienga hombre, no hay porque no hay, no hay porque no existe, no E-X- I-S-T-E , entiendes, N-O E-X-I-S-T-E !!!
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