sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

"Simplificações"

A Sr.ª Ministra da Educação está firmemente empenhada em "simplificar" o processo de Avaliação de Desempenho de Professores, de tal modo que até "dá de barato" a observação de aulas, ( veja-se o que se pretenderá, assim, "avaliar").
Afirmou, desdenhosamente, que a proposta da Plaforma Sindical (que congrega a totalidade das organizações sindicais docentes) se resumia a "uma folha A4".
Então e daí ?!
Não foi a mesma Sr.ª Ministra que há pouco tempo, ainda antes de ter admitido "simplificações", ao afimar que o Modelo era perfeitamente exequível, declarou:
- "Afinal, o que custa aos professores preencher duas folhinhas"?
Então..., o dos Sindicatos é só menos uma ?!
Afinal, é ou não é para simplificar ?!
Post Scriptum:
Esta autêntica "rábula" faz-me lembrar uma "clássica" *, a do cigano que vendia relógios de pulso e interpelava furtivamente os transeuntes na Baixa de Lisboa, abrindo o casaco, exibindo o "mostruário" e dizendo :
- "Freguês, olhe para esta maravilha, olhe para este relógio suíço com trinta e nove rubis" !
O "freguês" respondeu mostrando o relógio que trazia no pulso:
- "Para que é que eu quero isso, tenho aqui este que tem quarenta e cinco" !
Então, o "léo" retorquiu:
- " Ena tanta mentira junta, o máximo são dezassete" !
* Esta foi-me contada há muitos anos pelo malogrado Zé Canelas, que por ser muito parecido com o Richard Gere, se interrogava por que não poderia ser "Português Gigolo".

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

"Simulacros e Simulações" ( ou de como se diz na minha terra: "Há Grandes Vidas") !

Não terá sido por pura "balda", apesar dessa postura estar profundamente enraízada em toda a sociedade portuguesa e, portanto, também na Assembleia da República, que 30 deputados do PSD faltaram na passada sexta-feira.
Foi mais uma daquelas situações de "não só, mas também" em que o "centrão" que nos tem vindo a (des)governar é fértil.
Tendo em conta a matéria em apreço: a votação de uma recomendação de suspensão do actual modelo de Avaliação de Professores, certamente que muitos deputados do PSD não deixaram de, nesta espécie de "teatro trágico" dos interesses partilhados com o PS oficial, juntar o "útil ao agradável"; foram para férias mais cedo,(mais cedo do que o "comum dos mortais", entenda-se), no fundo basta ver as bancadas da AR às sextas-feiras para se perceber que é um comportamento habitual e não viabilizaram uma recomendação muitíssimo "desagradável" para o Governo, fazendo, no entanto, a Direcção do PSD a "rábula" de a "exigir"!
Nestas coisas os Partidos do Bloco Central "fazem a barba um ao outro" e "favor com favor se paga"!
A estes senhores só era devido um tratamento futuro: aplicar-lhes o regime de faltas que é aplicado aos professores e pagar-lhes o vencimento que os professores auferem, a tal fortuna de 2000 Euros líquidos ao fim de 30 anos de carreira, sem qualquer espécie de alcavalas e ainda no caso de terem por imperiosíssimos motivos de se ausentar, deixar o trabalho parlamentar preparado para o eventual deputado substituto que teria que estar em "stand by" nos "Passos Perdidos" disponível para as eventualidades!
Veríamos se não se emendavam!

sábado, 6 de dezembro de 2008

Equívocos (ou da irredutibilidade de alguns conceitos)


Uma colega de longa data encontrando-me recentemente disse-me :
- "Esta gente está louca, ainda não se aperceberam que os melhores professores, os mais experientes e dedicados estão a ir-se embora, reformando-se muitas vezes mais cedo e com grandes prejuízos pecuniários. Será que ninguém lhes põe juízo na cabeça" ?!
Eu , sorri e retorqui:
- "São, eles não estão loucos. Estão apenas a cumprir o programa que lhes encomendaram"!
É que as pessoas da geração do 25 de Abril estão estupefactas e não querem acreditar, mas não se trata de má informação dos decisores políticos deste governo e desta maioria. Trata-se de actos deliberados e que originam um conjunto de equívocos decorrentes da irredutibilidade de significados para os mesmos significantes; mais do que uma questão semântica, é uma questão de pragmática.
O significado de termos como "competência", "saber","informação" ou "bom desempenho", estão longe de querer dizer o mesmo para pessoas como nós e para esta gente do tipo "apóstata" do pensamento que capturou o Partido Socialista e a "esquerda reformista".
Para eles, estes termos não têm que ver com a criação de autonomia e de independência intelectual, que era o significado corrente de tais expressões enquanto finalidades da educação. Nada disso, para esta "seita" a "Educação" consiste no mero adestramento mínimo para operar com teclados e na aquisição dos tais seiscentos vocábulos ( e ainda assim no limite máximo) do tal "technical english" que o "Zé" fez por correspondência, quando se "licenciou", "nothing more"!
Por isso, eles querem que tudo o que lhes cheire a cultura, autonomia ou espírito crítico, lhes faça o subido favor de se ir embora, melhor e mais barato se perdendo direitos, de modo a que fiquem com as mãos livres para "meterem" pessoal domesticado por metade do preço e a termo incerto.
Para fazer o que eles querem, chega!!!

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

O que eu , socialista, não perdoo a este Governo e à sua direcção política

A propósito dos recentes acontecimentos de crise motivados pela Avaliação de Professores, devo começar por declarar interesses:
Sou professor do Ensino Público desde 76/77, sou também militante do Partido Socialista, tendo mesmo fundado a sua Secção do Barreiro quatro dias depois da Revolução de Abril e sou desde 1989, membro da Assembleia Municipal do Barreiro eleito nas listas do PS, tenho sido também um votante persistente no PS em todos os actos eleitorais, mesmo naqueles como as últimas Legislativas, em que tinha já uma “pontinha” de desconfiança, infelizmente confirmada, acerca do que iria passar-se a seguir num contexto de maioria absoluta que ajudei a concretizar e até me pareceu necessária, apesar de todas as minhas, a posteriori confirmadas, reservas.
Sou por opção e consciência, um militante indisciplinado ou seja, estou no Partido Socialista porque a sua tradição republicana e libertária, a sua cultura fundacional, abre espaço, ou eu pensava que abria, a que pessoas como eu se possam lá sentir como agora se diz “confortáveis”, como não sou nem nunca fui a “voz do dono” ou como muito bem diz um meu grande amigo de Vila Viçosa, “peão de brega” de ninguém. Honro, porém, os meus compromissos e portanto em tudo o que está estabelecido como essencial para a acção política do Partido nos órgãos em que o represento sou solidário com as decisões da maioria ou peço escusa de me pronunciar (Orçamentos, Grandes Opções, etc.), sem nunca hipotecar o meu sentido crítico e a minha ética pessoal e política.
Mesmo quando discordo, nunca o faço anonimamente e procuro fundamentar em argumentos as razões do posicionamento que assumo e nunca por critérios de mero seguidismo e autoridade, se este recorrente registo do “sim porque sim”, ou “não porque não” e porque o chefe de turno acha que sim ou acha que não, tivesse persistido, ainda "saberíamos" ser o Sol a girar em torno da Terra.
No entanto, respeito a autoridade legítima e o meu percurso pessoal é disso demonstrativo: fui aluno, estive no serviço militar e estou na profissão, sem nunca ter tido nenhum incidente de desrespeito para com as hierarquias legitimamente constituídas, e digo legitimamente constituídas, porque protagonizei um incidente político de certa gravidade em 1972, ainda estudante do Liceu D. João de Castro e fui sancionado pela ilegítima autoridade repressiva do Estado fascista e nisso tenho muita honra.
Após esta declaração de interesses passarei à substância do que enuncio em epígrafe, o que eu enquanto socialista, logo homem de esquerda com 52 anos e um passado que o atesta, não perdoo e não apenas nem principalmente, por ter sido directamente atingido pelos efeitos negativos da acção deste Governo que ajudei a eleger.
Não tenho, obviamente, a concepção "mercantilista" de que um Governo eleito deva fazer uma política agradável para os seus eleitores, é claro que o interesse geral e circunstâncias muitas vezes ditadas por conjunturas adversas poderão eventualmente falar mais alto que os cálculos de satisfação de todos os segmentos do eleitorado e bem sei que é impossível contentar toda a gente.
O que não é impossível é governar com verdade, o que não é impossível é assumir claramente a responsabilidade de ousar medidas verdadeiramente reformadoras, e não apenas “reformistas”, sem procurar lastrá-las na demagogia populista do circo do ressentimento social, explorando a mesquinhez típica da incompreensão e da hostilidade mútuas que sempre caracterizaram a nossa (e não apenas a nossa) sociedade, mas que entre nós decorre de uma relativa pequenez em recursos para distribuir, e de uma estrutura social já velha que sempre acarretou injustiças profundas (ainda hoje Portugal é um dos países mais injustos da União Europeia e da própria OCDE).
Concordo em absoluto que devem ser atacadas as razões estruturais do nosso deficit não apenas orçamental, mas de produtividade global dos nossos sistemas públicos e até do aparelho produtivo em geral, cujos indicadores face ao investimento realizado deixam muito a desejar, evidenciando graves distorções a exigir eficaz correcção.
Se isto é verdade para a Economia, também o é para os serviços públicos como a Educação, mas também a Saúde, a Justiça e os Sistemas Fiscal, Militar e de Segurança.
Vamos à Educação: esta tem sido palco de uma espécie de “teatro trágico” pelo menos desde a reforma Veiga Simão que data do início dos anos 70, sendo portanto anterior ao próprio 25 de Abril, e cujo desenvolvimento, mais sobressalto, menos sobressalto, não foi no fundamental, por este interrompido.
Houve uma fase inicial de enorme expansão do Sistema Educativo correspondendo às necessidades de desenvolvimento que a própria tecnocracia marcelista, que hoje continua bem representada no Poder, iniciou e que foi acompanhada e sustentada por uma expansão demográfica típica dos períodos históricos de alguma descompressão e prosperidade.
Essa situação obrigou à contratação e posterior integração nos Quadros de um enorme força de trabalho docente, a que acresce a multiplicação das disciplinas dos nossos muito extensos curricula, um pouco ao sabor de modas pedagógicas, de lobbies formativos e até de escape para o, agora incontornável, desemprego de licenciados.
Paulatinamente foi-se criando um “monstro” burocrático e organizacional, aliás, em concomitância com o que ocorreu nos outros subsistemas públicos (a Saúde, a Justiça, as Forças de Segurança, as Forças Armadas), sem que os ganhos de eficácia e de qualidade de serviço, na verdade correspondessem a esse sobredimensionamento.
Veio depois a quebra demográfica e o envelhecimento populacional típico dos chamados países ricos em que Portugal, sem o ser verdadeiramente, se integrou acumulando o pior de dois mundos: os défices típicos do subdesenvolvimento (iliteracias e carências estruturais várias) com os “malefícios” de uma pretensa e frágil “abundância” (consumismo exarcebado, alto nível de endividamento geral, excesso de motorização, erros alimentares crassos, excessos de vária ordem). E o Sistema Educativo foi sistematicamente abalado por “Reformas” e “Contra-Reformas” incoerentes, inconsistentes e incompletas (na verdade não passaram em geral de meros “remendos”e ensaios “experimentalistas”, mas muito mais para o lado do erro).
Este Governo do Partido de que sou militante e em quem votei, propôs-se intervir para alterar para melhor a situação, mas tem, desde o início, vindo a denunciar bastante, pelo menos, inabilidade política, quer quanto ao método, quer quanto à substância.
Quanto ao método, porque manda algum módico de ética republicana., demais a mais, num Governo apoiado no Parlamento por um Partido que se afirma de “esquerda” (“moderna” ou ”antiga", para o caso é secundário) que uma reforma qualquer que seja, conte com, senão a aceitação integral, pelo menos a compreensão da sua racionalidade intrínseca por parte daqueles que irão ser, pela lógica das coisas, os seus principais agentes, neste caso, os professores.
Manda também um mínimo de decência política que as medidas de fundo, o que nem sequer é o caso, sejam tomadas pelos decisores com independência de espírito, autonomia e sentido de responsabilidade e autoridade (no sentido de autoria), sem necessidade de recorrer a truques de baixa política demagógica e populista como a promoção de campanhas vexatórias de “assassínio” de carácter e o denegrir de imagem pública contra grupos profissionais como a que foi levada a cabo, escusada e contraproducentemente, por este Governo, contra os professores com evidente desonestidade política e intelectual. (É certo que só se pode exigir honestidade intelectual a quem tem “intelecto”, o que não tem sido evidente).
Este Executivo com um ME sem política autónoma, com uma equipa que aceitou o, nada dignificante, papel de “rosto” de um conjunto de directivas vindas de fora, manifestando evidente desconhecimento do meio, muitíssima falta de tacto, muita arrogância e prepotência, evidenciando uma total ausência de espírito democrático e um aventureirismo insensato mascarado de “coragem” com recurso constante a ameaças, insinuações e mentiras, reiterando declarações caluniosas como “ as Escolas são um caos organizativo” (a este propósito, não eram, agora mercê da tal “política educativa” aproximam-se perigosamente dessa situação) e “os professores mais antigos estão numa espécie de pré-reforma “ e outros chorrilhos afrontosos e semeadores da cizânia social como a de que “perdi os professores, mas ganhei os pais” e ameaças mais ou menos veladas, como perante a pergunta de jornalista sobre “o que irá acontecer aos professores dos últimos escalões que não concorrerem a Professor Titular”, a resposta foi: “ Por enquanto nada”, afrontas ao Provedor de Justiça, ao Procurador-Geral da República e aos Tribunais como aquando da afirmação de que os Açores não eram “território nacional”, alguma brejeirice indigna à mistura como quando a Sr.ª Ministra disse no “Prós E Prós” da RTP a uma professora de cabelo claro que “não era loura” e ainda recentemente ao acusar os professores de “chantagem” e um sem número de exemplos de cinismo, sarcasmo e truculência dos dois Secretários de Estado (Lemos e Pedreira), a utilização sistemática de um “pai” vitalício, o senhor Albino, que sendo um parceiro negocial como os outros, surge publicamente como que integrado no staff ministerial, destilando veneno e ódio sobre os professores e instigando publicamente a perseguição dos “hereges”, o “papismo” de sinistras personagens como a Directora da DREN (ex-sindicalista radical com o excesso de zelo típico dos recém-convertidos) em perseguições ad hominem a adversários políticos e falo do famigerado caso do dr. Charrua (ex-deputado do PSD), a visitas da PSP, desconhecendo-se a mando de quem, a sedes de Sindicatos nas vésperas de grandes manifestações, onde por duas vezes no mesmo ano mais de 100000 professores na primeira e mais de 120000 na segunda, três quartos da classe, certamente todos incompetentes, mandriões e calaceiros, desfilaram ao sábado em Lisboa.
Quanto à substância: Instaurando nas Escolas um inaudito clima de mal-estar, como nem nos tempos da outra senhora, pondo a funcionar a bufaria do costume e aliciando os Conselhos Executivos com os cargos de futuro Director, para que ainda assim sem coragem para assumir a nomeação directa, se recorre a um enviesamento legislativo muito “à PS”.
E como “entradas de leão” costumam originar “saídas de camaleão”, a cereja no cimo do bolo foi o tristemente célebre modelo de Avaliação de Desempenho Docente, que sendo um “monstro”burocrático e inútil, que não se destina a avaliar seriamente o que quer que seja, se a intenção fosse essa seria exequível e não comportaria “apenas” 190 (cento e noventa) descritores e que parece destinado a rebentar com toda e qualquer séria e necessária avaliação possível.
Por toda esta trapalhada que afogou na irrelevância as, aparentemente positivas, intenções iniciais: escola a tempo inteiro, Informática e Inglês para todos, generalização do uso dos meios informáticos, sendo dispensáveis as patéticas facécias de marketing ligadas à distribuição do “Magalhães, e até as aulas de substituição que se converteram em meras funções de custódia propangandística sem praticamente nenhum papel formativo.
O alargamento do horário dos docentes que ficam confinados a permanecer nas Escolas que não estão equipadas, nem sequer no espaço físico para isso, sem objectivamente estarem a fazer o que quer que seja de útil, tendo depois que consumir o seu tempo privado nas tarefas que são necessárias ( prepração de aulas, correcção de testes, registos de Direcção de Turma, etc.) a degradação das condições de trabalho nas escolas, cada vez com menos condições físicas e operacionais de funcionamento (degradação dos espaços, falta de pessoal auxiliar, penúria orçamental para despesas correntes) tudo gato escondido com o rabo de fora com a nuvem de fumo da “guerra” às “corporações”, quando as verdadeiras corporações provocam crises mundiais de dimensões imprevisíveis e é o dinheiro dos contribuintes que serve para tentar apagar o fogo que vigaristas encartados e pelos vistos, bem sucedidos, atearam.
Não, José Régio (José dos Reis Pereira), António Gedeão (Rómulo de Carvalho), Joel Serrão e Vergílio Ferreira que, entre tantos outros, foram professores do Ensino Secundário não se reveriam nesta “política educativa” e se calhar seriam avaliados com “Insuficiente” ou “Regular”neste modelo de (pseudo) avaliação.
Eu pela minha parte e considerando que depois das patéticas declarações de ontem, 20 de Novembro, em que a Sr.ª Ministra sempre tutelada pelo “sombra” Silva Pereira (ou pelo “eco” Santos Silva), veio com toda a “candura” reconhecer, aquilo que toda a gente menos os apparatchiks do costume e o set propagandístico da alarvidade (o “bichano”, porque filho do “tareco”, Sousa Tavares, Emídio “The Black and Decker Master” Rangel, Vital ”The Renegade” Moreira e tutti quanti) desconheciam, que o processo tem “erros teóricos de concepção “ e “extremas dificuldades de ser posto em prática” que, como ia dizendo, ontem acabou por reconhecer a própria Professora Maria de Lurdes Rodrigues que com certeza, ainda não avaliou bem o grau de anomia e de entropia que ela e sua equipa foram capazes de introduzir no Sistema e que neste momento constitui um “cadáver” político, entenda-se, adiado.
Mas como diz um colega e amigo arquitecto:
- “Há duas matérias em que toda a gente é “especialista”: Educação e Urbanismo, isto porque mais ou menos toda a gente andou na escola e mais ou menos toda a gente, mora numa casa”!
Ora nem mais!!!

Post-Scriptum:
1 - Adorei ver a “ensaboadela” que o “jota” style Marcos Perestrelo (ou Perestello, não sei, nem particularmente me interessa) levou na RTP1 do Mário Nogueira, mesmo olhando para a cábula e tartamudeando o “argumentário” levou um grande “bailarico”, é caso para dizer: “metem-se com homens”!!!
2 - Estão a abandonar o Sistema cerca de 12 professores por dia, por reforma antecipada mesmo com penalizações pecuniárias que chegam aos 40%, se este era uns dos objectivos do Governo, então parabéns, na "mouche" !!! É claro que são os mais experientes e, em muitos casos, os melhores que estão a "abandonar o barco", mas que importância tem isso para a concepção que esta "seita" tem de Educação. Para fazer o que pretendem que seja feito, isto é perto de nada e mais uns "cocós", qualquer um serve, sem refilar e a ganhar muito menos.
3 - O novo ECD com o "concurso" para Professor Titular foi das maiores "moscambilhas " que vi na vida (e não falo por despeito, pois fui provido e sou Professor Titular), mas foi uma lotaria atrabiliária para o que contaram apenas os últimos 7 anosde carreira, daí que em muitos casos, houve mais de 30 que, como por magia, se eclipsaram, se calhar foram "engolidos" por algum "buraco negro". Teria sido mais honesto abrirem verdadeiros concursos curriculares para novas categorias com designações decentes e republicanas ( que não cheirem a "Fado do Embuçado" - "de uma vez que eu fui cantar ao salão de um Titular"), tais como e por exemplo : Professor Coordenador e Professor Supervisor (mas isso dava muito trabalho).
4 - Na facécia de"auto-crítica" pública da Srª. Ministra, ela "deixou cair"as "Aulas Assistidas", afinal o mais fundamental e o elemento por excelência de uma qualquer séria Avaliação de Desempenho Docente e como em Modelos de Formação anteriores se caíu no mesmo erro (mais concretamente na mesma "preguiça") e foram dispensados da assistência a aulas professores com 6 ou mais anos de serviço, continuaremos a ter professores que durante toda a carreira nunca tiveram uma aula supervisionada, prova provada de que o "monstro" quer apenas e só "papel" e mais "papel" e nada mais do que "papel"!!!



António José Ferreira (Professor, Socialista e tudo)

terça-feira, 18 de novembro de 2008

A condição "Socialista"

Ouvi há pouco, na TSF, e este tipo de adjectivação vem sendo muito vulgar na Comunicação Social, aludir às declarações do "socialista" António Vitorino, assim como se "socialista" fosse uma espécie de profissão. Deste modo haveriam pedreiros, médicos, canalizadores, engenheiros e "socialistas".
Esta merece uma versão aggiornata de uma velha anedota, ainda por cima tendo sido para comentar publicamente um tema controverso (no caso a "Avaliação de Professores" ) que dá, pouquíssimo tempo depois, lugar a "esclarecimentos" por parte dos próprios.
Os últimos foram os "socialistas" António Costa e António Vitorino, que vieram, assim tipo "sopas depois de almoço", servir de "actos de contrição" por lhes ter "fugido a boca para a verdade", certamente depois de terem ouvido algo como "Quando o Telefone Toca".
Um cavalheiro de meia-idade, depois de consumado um engate, troca impressões com uma mulher mais jovem num qualquer quarto de hotel manhoso :
- "A menina deve ser manicure" !
- "Como é que descobriu" ? - exclama a "piquena".
- "É que tem as unhas muito bem arranjadas" ! - tornou o "cavalheiro".
- " E você deve ser socialista" !
- "Então porquê" ?
- "É que quando está por baixo farta-se de gemer, mas quando está por cima faz tudo ao contrário" !!!

domingo, 16 de novembro de 2008

Já chegámos à Madeira ?! (ou Um País, Três Sistemas)

Perante a pergunta “clássica”, entretanto caída em desuso: ”Já chegámos à Madeira”? – Convirá dizer que estamos perto e se os desmandos de Jardim e dos seus “boys” já enjoam e nada trazem de novo, nem sequer a impunidade com que são praticados perante a complacência dos poderes públicos nacionais, que tão lestos costumam ser a verberar actos de muito menor gravidade do que os ocorridos no Parlamento Regional do Funchal por exemplo.
É estranho que ninguém pareça dar conta da bizarra situação que ocorre quanto a substantivas diferenças legislativas que acarretam situações de profunda desigualdade entre os cidadãos do Continente e os das duas Regiões Autónomas e que à pala da Autonomia Regional, transformam o todo nacional numa espécie de China, malgrado a incomensurável desproporção territorial e populacional entre o nosso país e aqueloutro.
Assim, e se na China é seguido o princípio de “um país dois sistemas” para acomodar as actividades menos “ortodoxas” de Macau e Hong Kong desde que regressaram ao seio da “Grande Pátria”, já entre nós ocorre o fenómeno de “um país, três sistemas”: o “sistema” continental, o “sistema” madeirense e o “sistema” açoriano.
Este facto foi particularmente patente no modo como Jardim, do alto da sua auto-suficiência política, “matou” por este ano lectivo na Região Autónoma da Madeira, o problema da Avaliação de Professores mandando atribuir administrativamente a menção de “Bom” a toda a gente.
Tem piada (e Jardim tem sempre imensa piada, aliás Graham Greene em “Os Comediantes” disseca este tipo de “humor”), que as justificações de Jardim para tão inusitado acto são razoáveis (a “trapalhada “ da “papelada” e a total improdutividade contraproducente de horas e horas de reuniões a que juntou a indesejabilidade dos “comissários políticos”), mas estão, obviamente, longe de o tornar aceitável e não será certamente isso que a esmagadora maioria dos professores portugueses quer em relação à avaliação do seu desempenho profissional.
Quererão certamente um modelo em que a realidade não seja substituída por uma ficção burocrática em que o ”papel” tem o primado sobre os actos, quererão um modelo em que a aula seja o fulcro do trabalho a avaliar através da mobilização dos recursos, da realização de aprendizagens sérias e seriamente verificáveis, materializadas em resultados objectivos e não de paródias folclóricas (lá estão, de novo, os “comediantes”). Os professores querem ser avaliados por parâmetros justos e equitativos e não por variações em “dó menor” arbitrárias e discricionárias, querem ser avaliados pela assiduidade mas sem exageros desumanos de não se poder sequer enterrar os pais; os professores não querem ser culpabilizados pelo “insucesso” e pelo “abandono” escolares causados por chagas sociais, como o desemprego e a desestruturação que assola as famílias e em que a sua capacidade de intervenção é nula. Os professores não aceitam ser o bode expiatório de mais de três décadas de políticas educativas incoerentes, inconsistentes, erráticas e até asnáticas que não foram por eles estabelecidas. Os professores não querem ser agentes da promoção estatística de um pseudo sucesso. Os professores não querem e não aceitam ser vendedores de “banha-da-cobra”, promotores de computadores ou delegados de vendas das editoras no chorudo negócio dos manuais escolares e respectivos anexos ( CDs, DVDs, etc.). Os professores recusam-se a deixar confundir os meios (TICs, Portáteis, Quadros Interactivos etc.,a que obviamente ninguém no seu perfeito, e até mesmo imperfeito, juízo contestará o lugar enquanto instrumentos) com os fins (as aprendizagens e os saberes fundamentais capazes de resistir a todos os “apagões”). Os professores recusam-se a substituir o conhecimento por “brinquedos” e “brincadeiras” em que tudo se resume ao “lúdico”, pois como bem sabemos como adultos responsáveis, a vida está longe de ser meramente lúdica e a conjuntura não está para brincadeiras, sendo tarefa da Escola preparar para a vida “real” e não propriamente para uma “festa”permanente que, de facto, não existe.
Mas tem que preparar para a vida cidadãos capazes de nela intervir e não meros autómatos que se limitem a repetir mecanicamente os passos de rotinas cegas e estupidificantes e tem que integrar a “festa” na vida como contraponto necessário do trabalho que lhe dá sentido e recusar uma”Escola”em que se fabricam resultados através da chantagem profissional sobre os professores.
Mas os abencerragens do poder não querem entender isto; aliás eles primam por não querer entender nada, não sabem, não querem saber e têm raiva a quem sabe.
Tudo na sua “vidinha” se relaciona com reflexos pavlovianos e perante as histéricas reacções de quem não argumenta, nem sequer comenta a mensagem mas decide enxovalhar e até ameaçar o mensageiro, não posso deixar de recordar o nome de um restaurante na Travessa dos Fiéis de Deus, ao Bairro Alto em Lisboa, que resume a atitude destes “malacuecos “, chama-se “Fiéis ao Tacho” e tacho real consolidado ou tacho virtual em expectativa é a única fidelidade que conhecem.
Pois para esta nova PIDE ao serviço de uma nova “União Nacional” que quando o PS está no poder sempre emerge, visto que é um Partido de funcionários públicos( ou de aspirantes a sê-lo), com muitos daqueles que acham que os outros é que estão a mais, mas não tratam de trabalhar, tratam é de “bufar” e de intrigar; para estes, coisas como esta feitas à medida do compadrio e do amiguismo, vêm mesmo a calhar.
Estou, como devem calcular a tremer de medo de processos disciplinares no Partido. Com franqueza, deixem-me rir!!!
Quanto a perseguições de carácter profissional aí “fia mais fino” e sempre quero ver quem se vai atrever a tal. Se fosse eu, não me metia nisso!!!
Tenho dito (tudo o mais, farei, podem ter a certeza)!!!

António José Ferreira

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

A Avaliação de Professores: um exemplo de Social-Fascismo (do verdadeiro, do legítimo)


O termo “social-fascismo” foi usado a torto e a direito nos idos do PREC para acusar de práticas totalitárias principalmente o PCP. Foi usado um pouco a despropósito jogando mais com o impacto da palavra do que com o rigor do significado. Foi sobretudo usado por grupos radicais da chamada “extrema-esquerda” de tonalidade maoísta (“m-l”, como se dizia na altura), um dos mais aguerridos desses grupos era o MRPP, outro mais moderado era a “velha” UDP.
Destes dois grupos e de outros como o MES e os movimentos trotskistas são oriundos muitos dos homens e mulheres de poder e influência hoje em dia:
Não o actual Primeiro-Ministro que era da JSD, mas Durão Barroso, Maria José Morgado, José Luís Saldanha Sanches, Jorge Coelho, Pacheco Pereira, Santos Silva, Ana Gomes e tantos outros. Também havia alguns que eram do PCP, quando “estava a dar” e como não são “burros” , trataram de “mudar de ideias” assim que a oportunidade surgiu: Zita Seabra, José Magalhães, Mário Lino, Pina Moura, Vital Moreira (a este que me incluiu numa suposta “manada”- ver http://www.causa-nossa.blogspot.com/_ como aliás, a Manuela Ferreira Leite, não me esquecerei de em consonância com tal douta opinião, quando com ele me cruzar, e não perderá pela demora, lhe dar uma grande marrada) e muitos mais.
Alguns destes manifestaram durante o PREC e até algum tempo depois, um extraordinário afã inquisitorial que trouxeram intacto para o serviço da nova causa, normalmente a “esquerda mais à mão”( ou mais à “mãozinha”), o PS.
Mas a designação ao tempo carecia de fundamento histórico e não passava de uma analogia deslocada, uma vez que o termo “social-fascistas” originalmente designava os governantes alemães do SPD (social-democratas) que em 1919 mandaram assassinar os dirigentes da Liga Spartacus, Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht.
Agora poderemos usar o termo com propriedade para classificar o comportamento governamental de uma espécie de Bando dos Quatro: a troika do Ministério da Educação, com “Chiang Ching” M.L.Rodrigues à cabeça, acolitada por Lemos, Pedreira e pelo “eterno” pai, Albino, obedecendo aos ditames da “linha justa” do Partido amordaçado do Grande Timoneiro, “Pol Pot” Sócrates, na cruzada contra os “privilegiados” de que os professores são o Grupo mais tenebroso e portanto a abater, os autênticos “inimigos do povo”.
Esta “cruzada” contra as “corporações” começou por “morder as canelas” aos magistrados e aos farmacêuticos, passando depois aos médicos e aos polícias, chamuscando em seguida os militares, que assim que “mostraram os dentes”, fizeram engolir a famosa “coragem” socrática aos “valentões” do Governo, até se fixar nos professores.
Entende-se porquê: os professores são um grupo socioprofissional muito numeroso, logo muito “caro” e muito heterogéneo, ou seja, uma “corporação” muito pouco corporativa, em grande parte descartável pelo menos na concepção minimal‑mecanicista que este homo magalanicus vulgaris linei tem de “Educação”, com um exército de desempregados disponível muito grande (e quem disse que Marx está morto?!), que são capazes de fazer aquilo que o Politburo quer que seja feito, isto é, realmente nada, por metade do preço (e digo realmente nada porque é lixo, papelada, papelada para encobrir a vacuidade); quando se pretende apenas martelar estatísticas sem que rigorosamente nada mude para melhor a não ser o conformismo e a subordinação do novo proletariado docente e discente a que esta tropa fandanga de aventureiros semi‑analfabetos que nos (des)governa, nos quer reduzir e cujo único objectivo é reproduzir a cartilha e adestrar na acefalia acrítica os operadores da máquina que convém ao sistema idealizado pelas verdadeiras corporações, as dos interesses económico-financeiros que não hesitam com as suas gananciosas traquibérnias em atirar para a miséria ou para a extrema fragilidade, que acarreta a dependência, milhões e milhões, perante a sonolência complacente dos supervisores-mores .
Ora, a Avaliação é indispensável para o Sistema Educativo se conhecer e ser conhecido, para os contribuintes que o pagam, como aliás pagam todos os serviços públicos, dele poderem ter prestação de contas, aliás como deviam ter prestação de contas da Saúde, da Justiça, das Obras Públicas, da Economia, das Finanças, etc., etc.
Mas infelizmente não é com este Sistema de Avaliação de Professores, que não são os únicos actores do Sistema Educativo, não nos esqueçamos da legião de burocratas da imensa máquina do ME, dos Programas inexequíveis, da ”inovação” que nada inova e do constante tropel legislativo, frenético e incoerente que mais não faz do que corroborar a velha máxima de que:” É preciso que algo mude, para que tudo fique na mesma”, ou pior, acrescento eu!!!
Que sistema de avaliação seja do que for, empresa, banco, seguradora, multinacional, existirá que contenha dezasseis fichas e não apenas uma como candidamente mentiu, aliás como já é infelizmente costume, a senhora ministra e perto de cento e cinquenta, leram bem, cento e cinquenta, itens?
Que sistema de avaliação se destina a ser “em vez de”, como na velha piada dos cigarros como método anticoncepcional, em que à pergunta: “Antes de … ou depois de…? Se respondia também candidamente: “ Em vez de …”.
Um qualquer sistema de Avaliação de Desempenho tem que avaliar o desempenho normal do serviço em causa e não um desempenho unicamente dirigido e orientado para essa avaliação, senão o que estará a ser avaliado não será o que era para ser, mas um mero simulacro, uma fraude ou perto disso, destinada a impressionar o avaliador e a preencher artificialmente as “grelhas” em questão.
A isto chama-se falta dos critérios essenciais de que qualquer constructo racional metodologicamente consistente tem que estar dotado: validade e fiabilidade, sem os quais não se atingirão os objectivos a que supostamente se propõe e de modo algum se medirá com rigor o que quer que seja, a não ser lixo, que é o que as resmas de papel dos incensados e infantilizantes portefólios, irão ser em breve.
Estaríamos pois condenados a ser medidos pela famigerada régua de borracha que tendo um metro de comprimento, tanto permite ser esticada e medir metro e meio, como encolhida e medir cinquenta centímetros, tal é o conceito de "rigor" desta gente – trata-se de dar ao sistema os resultados que ele pretende, só, mais nada!!!
De facto, não estão sequer previstos no modelo mecanismos sérios de controlo do processo e isso é um claro indicador de que os seus reais e não confessados intentos são na verdade a generalização do facilitismo e a inflação de classificações a que este absurdo sistema irá compelir os professores e, perversamente, penalizar os profissionais de maior rigor, porque os outros farão o que sempre fizeram para não terem chatices.
Até há dois, três anos, um professor que atribuísse cem por cento de classificações positivas teria certamente uma inspecção a quem teria de justificar documentalmente os resultados; pois doravante irá passar (se deixarmos, claro) a acontecer exactamente o contrário, quem não atingir essa miraculosa marca será penalizado na sua carreira profissional.
As aulas, no fundo, aquilo em que consiste o essencial da tarefa do professor, são deixadas para a elaboração de extensas planificações para que não estão previstos quaisquer meios de verificação da sua execução e para a observação de três, leu bem três aulas em mais de cem dadas por ano lectivo; claro está que essas aulas irão estar soberbamente encenadas e ser muito, muito ensaiadas e se numa se usarem portáteis, noutra quadros interactivos e na última se fizer um role play por exemplo, tudo estará no “melhor dos mundos”.
Mais, se o objectivo de toda esta confusão tivesse sido, pura e simplesmente pagar menos aos professores e impedi-los de progredir na carreira, bastaria ter dito a verdade e pôr o problema com frontalidade e clareza, explicando que o erário público não o permite (é claro que também não deveria permitir intervencionar Bancos que vigaristas premiados levaram à falência). Mas não, o objectivo concomitante foi para lá da retórica justicialista, vexar, vergar e desmotivar todo um grupo profissional, minando-lhe a auto-estima e o amor-próprio reduzi-lo à condição de meros amanuenses que enquanto perdem tempo com a papelada e os gadgets tecnológicos usados sobretudo a despropósito e como fuga para a frente, menos disponibilidade e energia lhes sobra para avaliar as disposições falaciosas de que são obrigados a ser agentes.
O timbre deste modo de fazer política não é o da verdade, mas o da propaganda oca e o da retórica balofa, afinal das velhas e relhas tácticas que denunciam a total falta de estratégia e consistem no circo, sobretudo quando falta o pão e na venda de ilusões dando à populaça o sangue que esta reclama, utilizando a velha técnica do “salame” que consiste em dividir a sociedade às fatias, isolar algumas e pô-las umas contra as outras, cobardemente, sem assumir claras responsabilidades e iniciativas que não venham embrulhadas no ressentimento social típico de um país velho e desde sempre marcado pela mesquinhez da inveja e da subserviência.
Vai-se ao ponto de distribuir pelas distritais do PS, “argumentários”, ou seja cábulas, para serem utilizadas por gente que à falta de argumentos e contaminada pelo ódio ao pensamento e à liberdade, as vai repisar canhestra e acriticamente olhando para o papel, que isso do teleponto é só para o “Zé, à espera que, como teorizou o sinistro Goebbels, o repisar da mentira a converta em “verdade”.
E chega a ser patético ver na televisão, em debates, “jovens turcos” e outros já menos jovens, que eles sim, nunca fizeram nada na vida a não ser as figuras que andam a fazer, a insultar e a caluniar gente séria, em troca do “prato de lentilhas” do costume.
Um último apontamento: se os Sindicatos de Professores foram empurrados pelo movimento visceral e espontâneo dos profissionais para denunciar o famigerado “Memorando de Entendimento” que em má hora subscreveram dando assim ao set governamental “pano para mangas”; também não é menos verdade que o ME não cumpriu minimamente a sua parte, voltando exactamente ao lugar de origem, tendo sido este episódio apenas uma trégua que muito “à portuguesa” deixou tudo em “águas de bacalhau”.
Mais uma e calo-me já!
Existe na Europa desenvolvida algo de semelhante?
Não, não existe, nem na Finlândia, onde o Presidente Sampaio viu os professores mais de cinquenta horas nas Escolas (tem piada que nessa altura, por coincidência, estava uma delegação de professores finlandeses na escola em que trabalho e logo o desmentiram), nem na Irlanda, nem na Alemanha, nem na Suiça; o modelo foi completamente copiado do Chile (!!!) e mesmo assim mal copiado, pois lá está completo e vai até ao enunciar dos descritores, por cá ficou-se pelos habituais enunciados de intenção e deixa-se à tão propalada “autonomia” das Escolas (só para o que convém) e pondo a competir entre si avaliadores, que são parte interessada, o que certamente nem sequer será legal, e avaliados, a magna tarefa de nos trucidarmos uns aos outros!
Mas a exemplo do "velho" proletariado, sejamos "um osso duro de roer"!







António José Carvalho Ferreira
Professor Titular de Filosofia
Na Escola Pública desde 76/77
Membro do Conselho Pedagógico (Coordenador do Departamento de Ciências Sociais e Humanas) e do Conselho Geral Transitório da Escola Secundária de Santo André – Barreiro
Membro da Direcção Central do SPGL
Co-fundador da Secção do Barreiro do Partido Socialista em Abril de 1974
Membro Efectivo da Assembleia Municipal do Barreiro

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Falta de Pessoal

Uma das queixas cronicamente mais ouvidas nos sectores de regulação e inspecção da Administração Pública é a da "falta de pessoal" o que, na esmagadora maioria dos casos, corresponde à verdade, mas também acaba por dar um certo jeito a entidades negligentes ou mesmo "comprometidas".
Parece que estou a ouvir o Constâncio dizer para o chefe dos inspectores do Banco de Portugal, quando toda a gente, menos alegadamente ele próprio, começou a ouvir rumores sobre as moscambilhas do BPN:
- "Eh pá é melhor não mandar lá ninguém, não se vá dar o caso de ser verdade" !

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Até os Americanos se Fartaram ou da Importância do Simbólico

Até os norte-americanos, que em regra, não são conhecidos pelo seu discernimento político-cultural, digamos assim, conseguiram fartar-se do "clima" de uma das mais asnáticas administrações da História: o ticket "Feiticeiro de Oz".
Assim chamado porque um (Bush), não tem cabeça e o outro (Cheney), não tem coração e é, segundo o Vice-Presidente eleito, Joe Biden, "um dos homens mais perigosos do Mundo".
Ele certamente sabe o que está a dizer e o "Mundo" já teve ocasião de o verificar.
E fartaram-se tanto, que foram capazes de ultrapassar a enorme barreira do preconceito e eleger um não-branco, cujo primeiro nome não é Ted, ou Jack, ou Jim e o segundo é o do inimigo abatido (Hussein), para Presidente.
E foi bonita a festa pá !
Ver o "povão" negro, hispânico e branco pobre a chorar de alegria por Obama - o novo Cavaleiro da Esperança.
Mesmo que não seja, e não será certamente, a Revolução; é, seguramente, uma grande reviravolta!

domingo, 2 de novembro de 2008

Pagamentos em Espécie

O Código do Trabalho/Sócrates admite a possibilidade de pagamentos em espécie.
Imagine-se o que vai ser nos Bares de Alterne !!!

sábado, 1 de novembro de 2008

Falha Multicultural

A repórter da RTP Márcia Rodrigues, a tal que pôs um tchador para entrevistar o Embaixador do Irão, desta vez esqueceu-se de pôr, ao menos, uma pena na cabeça para entrevistar o Grande Chefe dos Índios Navajos no Novo Mèxico, a propósito das eleições americanas.
E, já agora, que raio de crise económica é esta em que não há na comunicação social portuguesa, " cão nem gato", que não seja enviado aos States para "cobrir" as Eleições.
Já dizia o meu pai que, nestas coisas, " a Ordem é rica e os frades são poucos", só que neste caso, são mesmo muitos e não deve haver "Ordem" que aguente.
Mas nós já estamos habituados a esta " Desordem criativa" e para alguns, bastante lucrativa.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Vacina Ortopédica ( Mais um Episódio de Nacional-Surrealismo)

Ouvi ontem na TSF uma responsável da DGS, (não , não é dessa, é da outra: a Direcção-Geral de Saúde ) a contestar uma notícia divulgada por agências noticiosas internacionais, segundo a qual a estirpe de vacinas adquiridas pelo Estado português para o Programa de Vacinação das adolescentes nascidas em 95 contra o cancro do colo do útero, será suspeita de efeitos secundários graves e, inclusivamente, poderá estar ligada a vinte e um casos fatais, dizendo, mais ou menos isto:
-"Nada a ver, isso é como se alguém escorregasse e partisse uma perna depois da vacinação e dissesse que era por causa da vacina" !!!
Entenderam esta clarividência lógico-argumentativa?!
Devo ser muito estúpido!
Melhor só a do Bastinhas, que quando perguntado por um entrevistador acerca da razão de se chamar Joaquim Tenório e ser conhecido por Joaquim Bastinhas, respondeu que vinha de miúdo e "como se estava sempre a rir começaram a chamar-lhe o «Bastinhas» e assim ficou"; ou outra do Maurício do Vale que entrevistando o João Moura em casa deste, junto à lareira, lhe pergunta : "o que é que tu João António, que até és amigo da Bo Derek, estás a fazer aqui no coração do Alentejo" ?!
Mas uma coisa é tourada, outra são vacinas !!!

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

A Nova "União Nacional"

Na última semana, fim de semana incluído, as duas maiores "novidades" nacionais foram a, atribulada, diga-se de passagem, entrega do O.G.E. no Parlamento e o triunfo do "César" dos Açores nas respectivas Eleições Regionais.
No caso do Orçamento, não tanto pelo objecto em si, mas pelo coro louvaminheiro que suscitou da parte de, praticamente toda a comunicação social e das "figuras" e "figurões" que costumam ser convidadas a pronunciar-se publicamente sobre estas ( e muitas outras) "coisas".
Não houve "comentador", "banqueiro", "empresário" ou chefe-de-fila dos lobbies que não aplaudisse embevecido, a "genialidade" e a "habilidade" com que Sócrates e o Ministro das Finanças encararam esta "crise". Como uma "janela de oportunidade" ( e os clichès do costume), para "enfrentar" e dar a "todos os portugueses" a segurança financeira para que tudo seja "como dantes, quartel-general em Abrantes".
O PSD, limitou-se a prosseguir a brilhante "estratégia" do silêncio que o Bloco Central dos interesses conseguiu impor com esta Direcção, (ainda por cima, "amordaçando" o Santana com o "doce" da candidatura à Câmara de Lisboa - que não vai ser "pêra-doce") e que na prática significa conivência com a política governamental, perseguindo os mesmos objectivos "modernizadores" com a inestimável vantagem do PS/Sócrates os ir embrulhando na demagogia da "esquerda moderna"(que na verdade não é uma coisa, nem outra; but who cares ?! ).
Está assim a criar-se o "caldo de cultura" para dar substância ao wishfull thinking dos interesses dominantes em Portugal (Banca, Seguradoras, com os negócios da Saúde, Capital Financeiro, Monopólios de facto : EDP, Galp,Telecom etc.,etc., Grande Distribuição Comercial e Empresariado "Agrícola", leia-se à moda antiga: latifundiários), de dar a que parecia improvável maioria absoluta ao PS/Sócrates para continuar a "obra".
"Há males que vêm por bem", sobretudo com os "opinion makers" aboletados ao Rigth Side of the Force; é verdade: o "Império Contra-Ataca" !
Quanto, e apesar da dimensão da abstenção que não poderá ser inteiramente "técnica", a mais uma retumbante vitória de Carlos César nos Açores, está encontrado o "Jardim" das hortênsias. Nas Ilhas e mais do que para lá do Marão, mandam os que lá estão no Poder, é claro. Pois lá, ainda mais que cá, o Poder tem, literalmente, tudo para dar.
Sócrates aproveitou muito bem a deixa ao vir às televisões assumir como sua a vitória de César, mas ele e César, que já não hesita em "bater o pé", quer a ele quer a Cavaco, sabem muito bem, que nós sabemos que eles sabem , que não é bem assim !

terça-feira, 14 de outubro de 2008

"Engenharias"

Está a ser divulgado por praticamente, toda a Comunicação Social, que mostra assim a sua faceta acrítica, conivente (porque será ?!) e bajuladora face ao poder de turno, que uma das medidas de "combate à crise", incluídas pelo Governo no O.G.E. para 2009 é a atribuição do tal 13º mês de Abono de Família :"não só para as famílias de menores recursos, mas para todas as famílias".
É "esquecido" um "pequeno pormenor": será para todas as famílias que já recebem o Abono, ou seja, para os mesmos de sempre. Em geral não necessariamente os que precisam , mas os que não declaram rendimentos, o que, obviamente, não quer dizer que os não tenham, quer apenas dizer que não pagam impostos e ainda vão "empochar" réditos à custa dos que os pagam !!!
E assim vai Portugal:
Uns (poucos) vão bem, e pelos vistos, cada vez melhor e outros (muitos) vão mal e pelos vistos, cada vez pior!!!

domingo, 12 de outubro de 2008

Mais um "Número" de "Engenharia"

O recente anúncio governamental de uma 13ª prestação do Abono de Família em Setembro, para ajudar na compra dos "livros" escolares, é mais um exemplo típico de "número" de circo demagógico em que o Governo do "engenheiro" tem sido fértil.
Depois de terem tirado o Abono de Família , uma prestação social universal que vinha desde o tempo da "outra senhora", a uma grande parte dos agregados familiares (aos "ricos" presume-se), reforça-se a prestação aos "pobrezinhos". Mesmo aos que vão levantar o "Rendimento Mínimo" de BMW e aos que vivem de "borla" nas casas da Câmara de Lisboa e das outras por esse país fora.
Quer dizer, quem vai receber mais um "bonbon" desta peculiar forma de "justiça social" não serão propriamente, os que de facto necessitam, mas e como de costume, os que não pagam impostos ! ("Tadinhos deles " !!!)
Bem Haja Senhor "Engenheiro";
Vossa Excelência é a generosidade em pessoa !

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

O Liberalismo Mamão

Escutei, há pouco, numa rádio, Pires de Lima (filho), a defender "uma maior" intervenção do Estado em relação às "empresas" e uma baixa generalizada de impostos a começar, claro, pelo IRC.
É curioso verificar como os campeões do "liberalismo" económico-financeiro, que execram tudo quanto seja despesa pública, sobretudo quanto a sálários e prestações sociais e afirmam que o Estado deve deixar a economia à tão cantada e decantada "sociedade civil", quando se vêem em apertos são todos "socialistas"e deixam imediatamente de se preocupar com o "deficit"!
Coisa que ele, aliás, exortou o Governo a fazer !
É caso para dizer, como os putos da minha meninice :
-"Ai, agora já queres"... ?!

domingo, 5 de outubro de 2008

Portugal Fashion

Cavaco Silva, de visita ao "Portugal Fashion", declarou aos jornalistas que também gostava de ver "caras bonitas"!
Só que nesse tipo de eventos não costumam ser as "caras", aquilo que se vê melhor !!!

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

"Ceguinhos"

Saramago afirmou, numa espécie de "portunhol", acerca do ameaçado boicote da Associação Norte-Americana de Cegos à exibição do filme de Fernando Meirelles, "Ensaio sobre a Cegueira", adaptação ao cinema do seu romance homónimo, que :
-"É uma estupidez, como podem estar a falar sobre um filme que nunca viram" ?!
Tendo embora e desta vez, inteira razão, quanto à estupidez da ameaça, só comparável à recusa por parte da autarquia de Queens em Nova Iorque, da estátua de Catarina de Bragança (figura do séc. XVII, mulher de Carlos II de Inglaterra e "madrinha" da circunscrição) por "ter estado envolvida no comércio negreiro", não deixa de ser "peculiar" o modo como Saramago comenta o assunto:
Só quem o conhece..., "vai lá, vai" !!!
Post-Scriptum:
Descartes diz no Discurso do Método que "nada há, por maís inverosímil, que não tenha sido dito por um filósofo" e eu acrescento que não se tenha passado nos meus dias , e ainda bem !
Não resisto a contar um episódio passado pouco depois do 25 de Abril em plena euforia político-cultural, quando que se tentava levar ao "povo" ou às "massas" como então se dizia, as várias formas de expressão artística .
Durante um Ciclo de Cinema Português a decorrer nos Sociedade Democrática ( já então há mais de um século ) União Barreirense "Os Franceses" e estando programado o filme "Nazaré" de Leitão de Barros, que é uma fita muda, o meu primo Alfredo, que é cego, insistiu comigo e com o António Cabós, que nos queria acompanhar a "ver" o filme, e nós não tivemos outro remédio senão levá-lo. Agora imaginem o que foi a cara de espanto dos outros espectadores que lotavam, por completo, a sala quando viram entrar dois matulões com um cego de bengala pelo braço.
Depois de instalados e como o filme só tinha aquelas "pianadas" a acompanhar e aqueles quadros com legendas que intercalavam as imagens, passámos toda a projecção a explicar o enredo ao bom do Alfredo que no fim e perante a interrogação de muita gente :"Se tinha gostado"? ; respondia com viva satisfação:"Imenso, o filme é muito bom"!!!
Como veêm, o Saramago não inventou nada; e se eu já vi tanta coisa, ele que é trinta e tal anos mais velho do que eu, deve ter visto muito mais !!!

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Simplex

Há dias verifiquei que o meu B.I.(o primeiro com o prazo de 10 anos) estava prestes a caducar, então iniciei os trâmites ( "trâmites" de que saímos sempre "tramados") do costume, no país do costume dos trâmites e fui tirar as fotografias da praxe, que me disseram já não serem necessárias para o Cartão do Cidadão, essa "coqueluche socrática"; mas também me disseram que no Registo Civil do Barreiro, agora instalado no nóvel Palácio da Justiça, que ainda exibe os restos dos andaimes das obras de restauro, que se seguiram de imediato à inauguração; e lá fui de manhã para a Conservatória.
Assim que entrei dirigi-me à maquineta das senhas, qual não é o meu espanto quando vejo lá afixada uma folheca de papel que assim rezava, e cito de cor :
"Informa-se os Srs. utentes de que hoje já foi atingido o limite para as senhas para o Cartão do Cidadão".
E eu a pensar que filas, como hoje se diz, para onde é preciso ir às 5 da manhã eram só nos Centros de Saúde, afinal e ao contrário da "simplex" propaganda, agora até nas Conservatórias do Registo Civil para um documento obrigatório , que pelo vistos sendo do "Cidadão" não é para todos e que implica situações de terceiro-mundismo burocrático que nem no tempo do "Botas" de Santa Comba !!!
E tudo côr-de-rosa e à pala do "combate à burocracia"!
É a vigarice "na hora" !
Finalmente entendi porque é que o Alves dos Reis tinha um diploma em "engenharia"!

terça-feira, 30 de setembro de 2008

O FIM DO CAPITALISMO ?!

Não , infelizmente, esta crise não vai implicar, por mais grave que se venha a revelar, o fim do capitalismo, tal como o capitalismo globalizado não acarretou, antes pelo contrário, o "Fim da História".
Até poderá acontecer uma radicalização da sua lógica rapace ou, pelo menos, das suas consequências catastróficas para o cidadão comum que em nada, e ao contrário do que alardeiam certos banqueiros ( vide João Salgueiro p/ exemplo) contribuiu para ela e não se locupletou com chorudos réditos na exacta proporção em que por mor das suas manobras financeiras, abriam a porta da ruína a milhões e milhões.
E não é ainda o fim do capitalismo mas o eclodir de mais uma das suas crises sistémicas, porque o "caldo de cultura" necessário para o seu fim, foi ardilosamente destruído pela coincidência histórica entre o apregoado "fim das ideologias", leia-se de todas menos do capitalismo monetarista na versão "neo-liberal" ou "neocon"( aqui como em inúmeras outras coisas da mesma estirpe, a ordem dos factores é arbitrária) e da semeadura de ilusões, desde o "capitalismo popular" à "sociedade de mercado" com os "tubarões" a engolirem o "peixe-miúdo" que mordeu o isco, ou que o é obrigado a morder, mais que não seja por falta de alternativas reais; com a implosão do Bloco de Leste, prenunciada pela queda do Muro de Berlim, efusivamente saudada por multidões na altura, o que é compreensível, mas que duas décadas depois parece ter libertado uma parte da humanidade de uma tirania política, para entregar o mundo global a uma tirania financeira e a um totalitarismo mediático vendedor de autêntica "banha da cobra" em versão "high tech".
Esta urdidura está a revelar a sua verdadeira face e o mais engraçado, em função da indesmentibilidade dos factos, é a "lata" que muitos dos mais fiéis apóstolos dessa "nova religião" própria do "espírito de um mundo sem espírito" exibem agora, apontando para a antes aplaudida desregulação e para "falhas de supervisão" por parte de autoridades e "casas" até ontem mais do que "sábias e credíveis"; então não são eles os que incensam o supremo dogma de que o "mercado" se regula a si mesmo, ou seja que o dinheiro é a panaceia universal mesmo que não tenha equivalente na , será que os estou a ouvir bem..., "economia real"?!
Outros há que vão passando por cima como "gato sobre brasas" e "chutando para canto", fazem como o macaco: Deitam-se e fingem adormecer calmamente a um canto "à espera que a crise passe" !

Post Scriptum ;
Por cá desta vez se a coisa "apertar" vai ser "forte e feio" e diferentemente da crise de 29, irá afectar, aliás já o está a fazer, "toda a gente "; pois nesse tempo a miséria era tão generalizada que o grosso da população pouco notava mais ou menos fome e o país sendo ultra-periférico sofreu um embate inegavelmente forte que, tendo sido sentido por muitos, não o foi por tantos como os que estão hoje directamente ligados à economia bancária e ao que ela significa, um misto de "casino" e "roleta russa"!

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Deixem-no(s) trabalhar !

Santana Lopes "aconselhou" o PSD, esta manhã na TSF, a ter mais "ambição" se quiser, de facto, ganhar eleições e não apontar apenas para "tirar a maioria absoluta ao eng.º Sócrates". Ora Santana Lopes sabe tão bem como eu que a actual direcção do PSD, onde não cabe o "seu" PPD, não quer ganhar eleições (pelo menos as que verdadeiramente interessam - as Legislativas).
Aqui há um, aparentemente paradoxal, ponto de convergência entre Santana e a direcção Ferreira Leite - nem ele e o "seu" grupo, nem ela querem a vitória do PSD, embora por razões diferentes: os primeiros, como Menezes ( um "compagnon de route") já "confessou", estão à espera que ela se "estatele"; ela quer "estatelar-se"!
E mesmo quanto à intenção de "tirar a maioria absoluta ao eng.º Sócrates", tenho grandes dúvidas. Este PSD é um fervoroso adepto da "estabilidade", ou seja das maiorias absolutas, que é como quem diz do Poder (praticamente) absoluto e perante o esforço de "modernização" do País protagonizado por este Governo, face aos interesses que a actual direcção "social-democrata" representa, é "deixá-los trabalhar" !!!
Post Scriptum :
" Com papas e bolos ..."
É engraçado ver o aparente "interesse" de Ferreira Leite (a acreditar em alguma comunicação social "geralmente bem informada") em convidar Santana Lopes para defrontar António Costa, demais a mais agora "seguro" à esquerda, nas Autárquicas !
O próximo convite deve ser um "voucher" de quinze dias em regime de pensão completa para destino à escolha entre Islamabad, Cabul e Bagdad !

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

O Sonso e a Rasteira

O folhetim do "casamento entre homossexuais " enriquece o enredo a cada capítulo.
É claro que o PS/Sócrates insinuou o tema na campanha eleitoral de 2005, deixando-o no "ar" com vista a criar expectativas da parte dos interessados e dos amantes de temas "fracturantes" e aparecer "modernaço", deixando à "jota" o encargo de rabiar; afinal para que serve a "irreverência" da juventude (mesmo da que anda de "blazer" desde os treze anos)?!
Mas é óbvio que neste momento o "país", que é como quem diz o momento eleitoral e a direita mais "conservadora" ( leia-se "reaccionária"e "catolicona") que se revê na política liberalóide-assistencialista deste Governo, bem como o Presidente da República (ai Boliqueime, Boliqueime, Poço ou Fonte, tanto faz ), iria "pôr-se em puas" e a coisa ainda poderia acabar mal para o "menino de oiro"(é só ver o que aconteceu ao "menino guerreiro"); por isso, tudo deve ficar em "stand by" até à "próxima legislatura" ( ou seja, só não até às "calendas gregas", porque quem tinha calendas eram os romanos).
Eis senão quando vem o Bloco, outro campeão das causas "fracturantes" e passa a "rasteira" da "rentrée", agendando uma iniciativa legislativa para já, sem cuidar das delongas do PS, até porque para o seu nicho eleitoral o problema até se põe ao contrário, o Bloco se não tomar iniciativas destas de tempos a tempos vai parecer demasiado "conservador" e instalado* e então "bute", vamos lá a confrontar os deputados do PS com as bazófias "prá frentex", e a agitação volta ao Grupo Parlamentar cuja direcção pela trela socrática tende a ver-se obrigada a impôr a "disciplina de voto" num "caso de consciência", coisa que está fora do compromisso alardeado, "vade retro" !!! (mas os "superiores interesses da Nação" tudo justificam !!!)
Já Manuel Alegre invectivou a "jota" por não se preocupar com mais nada numa conjuntura grave como esta, em que as principais preocupações do cidadão comum não serão bem essas.
E a "jota" agastada, contra-invectivou Manuel Alegre por andar a "atacá-la", que é como quem diz a persegui-la; coitadinhos...!
Post-Scriptum:
*O saudoso Mestre Manuel Cabanas quando encontrava alguns jovens, costumava dizer:
-"Conheci o teu avô, era um grande democrata. Agora não, está gordo"!

Comparações

Ouvi há tempos, uma reportagem radiofónica, creio que na TSF, em que uma senhora, suponho que directora ou conservadora do Museu de Alberto Sampaio em Guimarães (belíssima cidade!) referindo-se à peça mais preciosa do espólio do Museu, disse ser o loudel de D.João I, que ele envergou durante a batalha de Aljubarrota e que tem mais de 600 anos.
Instada a explicar o que é um loudel, a senhora disse que era uma peça de vestuário que os combatentes medievais usavam por cima da armadura e que servia principalmente para identificar a "equipa" dos contendores, "mais ou menos como nos jogos de futebol de hoje".
Ora bem, convenhamos, é certo que há jogos de futebol que são autênticas batalhas, já as batalhas serem jogos de futebol, " vai lá, vai..."!

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Muito Breve Aconselhamento Financeiro

Se tem que ir ao Banco é melhor despachar-se antes que ele vá à falência !

"Blood, Sweat and Tears" !

Sócrates tem uma relação "light" com a Política, como aliás com a generalidade das coisas, é um caso típico de homem "insubstancial", produto adequado para funcionar na "perfeição" num mundo dominado pelo "dictakt" da irrelevância e da mediocridade. Mas dentro desse registo é, com certeza, treinado para emular nas suas intervenções, discursos paradigmáticos que se tornaram "bordões" retóricos correntes.
Caso notório, o de ontem, 15 de Setembro, dia oficial de arranque do ano lectivo e, já agora , dia oficioso de arranque de, não uma, mas duas campanhas eleitorais: a de Sócrates com vista às legislativas e a de Cavaco com vista a repor a "coabitação" no "melhor dos mundos" de onde o Estatuto Autonómico dos Açores e a Lei do Divórcio
( imagine-se o que seria se o PS legislativo avançasse para o casamento entre homossexuais) a tinha apartado e a reposicionar-se para as presidenciais.
Sócrates discursou no antigo Liceu D.Dinis em Chelas, (que conheço bem porque lá trabalhei no, já longínquo, ano de 78/79) para reinaugurar a Escola depois de vultuosas obras de beneficiação e apoiou-se, ou foi apoiado pelo "advisor" que lhe escreveu ou alvitrou a intervenção, no célebre discurso de Churchill perante a eminência da "Batalha de Inglaterra": -"We shall fight on the beaches..."; Sócrates proclamou -"Lutaremos pela Educação" !
O estilo enfático, o rigor do "facies" e a alusão bélica, para além do comprometimento com o "enriquecimento do espírito", indicam que temos Homem: está encontrado o Churchill da Zona J !

sábado, 13 de setembro de 2008

É A RÚSSIA ESTÚPIDO !!!

Neste proclamado "Fim da História", depois da "Queda do Muro" e do desmoronar do Bloco de Leste e da própria União Soviética, o "mundo ocidental"embandeirou em arco com o fim da "Guerra Fria" e o alastrar, qual mancha de óleo, da "democracia".
Milagre! Milagre! Gritaram os prosélitos da capitalismo neo-liberal,"neocons" e quejandos com o frenesi dos recém-convertidos, e daí ao delírio geo-estratégico foi um passo; e vá de estender a NATO até às fronteiras da Rússia; vá de fazê-la intervir em teatros de operações fora dos seus limites geopolíticos "naturais", a não ser que a Globalização já tenha universalizado o Atlântico Norte.
Ora tudo estava no melhor dos mundos quando aconteceu o impensável e as Torres Gémeas soterraram perto de três mil inocentes; o crime fez emergir um novo, mas difuso, "challenger" impossível de localizar e "bring to justice". Depois, foi o que se viu, as invasões do Afeganistão e, já agora, do Iraque (dá um certo jeito), com o derrube e a execução de Saddam Hussein ("vae victis"como diziam os romanos e, pelos vistos, continua cheio de actualidade).
Mais um pequeno passo até ao reconhecimento da "independência" do Kosovo, desacatando a velha "détente" tida como fora do prazo e mais umas "revoluções" de cetim ou de veludo, aqui e ali. Na Ucrânia o Presidente eleito sofreu, literalmente, na pele os efeitos dos velhos métodos do KGB e até a própria Rússia de sede do "Império do Mal" passou a ser uma "democracia"onde funciona em pleno a "economia de mercado"e foi deixada entretida com a Tchetchénia . Os novos membros da NATO da periferia russa, como a Bulgária e a Roménia e até candidatos a fazer parte dela e antigos membros da própria URSS, como a Geórgia, enviaram tropas para o Iraque integrando a Aliança nesta versão das "Stars (and Stripes) Wars".
Só faltava mesmo a Rússia entrar para a União Europeia, converter-se à "moeda única", integrar o "Espaço Schengen" e já agora, porque não a China entrar para a NATO e tornar tudo ainda mais "multicultural".
Até que a Geórgia e o seu ocidental (não lhe olhem ao penteado) Presidente tentando um "golpe de mão" e sentindo-se, erradamente como a seguir se viu, com "as costas quentes" decide repor as suas fronteiras e invade uma pequena região secessionista russófila, a Ossétia do Sul, dando o pretexto ideal ao Grande Ivan de mostrar quem manda naquelas paragens. É claro que o Tio Sam que poderá parecer parvo, mas não é totalmente estúpido, se ficou "nas covas" e não arriscou uma "Guerra Quente" por causa de um "midget" em bicos de pés.
À custa de mil e tal mortos, casas destruídas e muita devastação a Rússia, impante de petróleo e gás e dona da torneira europeia, governada pelos herdeiros directos da camarilha do costume, que agora até é "democrática"(mais jornalista assassinada, menos ex-espião liquidado, mais coisa, menos coisa), respondeu à letra e no velho estilo e esmagou o minúsculo exército da Geórgia, mesmo reforçado com o contingente regressado do Iraque, o que , diga-se de passagem, não comoveu por aí além o Tio Sam, nem fez empalidecer a "Condi" Rice, que se limitou a tartamudear umas desculpas esfarrapadas e umas ameaças vãs !
A Rússia teve e aproveitou, assim, uma oportunidade de tirar as teimas sobre quem continua a ser a potência dominante naquela região e repor o seu lugar na "nova ordem internacional" que parece não ser lá muito diferente da "velha", sem precisar desta feita do "comunismo"para nada, aliás reiterando claramente o papel que Marx atribuiu à "ideologia".
Enfim, que saudades de Brezhnev ! ( E pensar que a URSS acabou quando chegou ao poder Gorbatchov, o primeiro homem sóbrio em várias décadas !?).
Mas a "Rússia Eterna", a "Grande Mãe", não se desvanece assim de um dia para o outro e sobrevive ao fim da "Soyuz"; quem pensou que eram "favas contadas" revela, além do mais, uma profundíssima e parola ignorância da História !
Post Scriptum :
Já não falo do regresso em forma de farsa, aliás como é costume, das crises militares às costas dos States, agora com Fidel moribundo é o foclórico mas destemido Chavez, que faz as "honras da casa" e rosna ao Império nas suas próprias barbas, "molhando a sopa" na mais badalada família texana desde os "Ewing" e do "JR"!
A candidatura de Obama está a passar um vídeo de campanha em que "goza" com a suposta inadaptação de McCain (72 anos) à "revolução tecnológica", isto fez-me lembrar o filho de um colega meu, com quatro anos, que sempre que encontrava alguém dizia :
-"Queres ver, queres ver, já sou grande, olha, olha, escuta, escuta: Computadores, feijoada" !!!

domingo, 31 de agosto de 2008

Brevíssima Olímpica

Só uma sugestão; que o nosso lançador ensonado passe a usar o "nome de guerra":
Marco "Bed Boy" Fortes !

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Smart Fire

É sabido e consabido que a antropomorfização do real e até um certo "animismo" são inevitáveis na expressão humana, mas que há enormes exageros lá isso há, como o que ouvi muito recentemente na RTPN, que aliás, presta um muito bom serviço informativo, superando mesmo muitas vezes, na minha opinião, a SIC Notícias.
Estando a relatar um incêndio florestal o "pivot" de serviço afirmava :
-" O incêndio aproveita as rajadas de vento para alastrar" !!!
Como diria a minha avó : "mau, mau Maria" !

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Portugal Surreal


Para quem, como eu, pensava que os maiores vultos do surrealismo português eram figuras como Cesariny ou Cruzeiro Seixas, foi sem dúvida uma surpresa testemunhar que essa grande tradição tem entre nós continuadores de mérito como o atleta olímpico Marco Fortes e um senhor de que desconheço o nome , mas pareceu-me que, de algum modo, representava ou explicava o comportamento de um bombeiro que terá sido surpreendido a atear um incêndio.
No primeiro caso o atleta questionado pela sua muito fraca prestação na prova de lançamento em que participara justificou~se alegando ser negativo para o seu biorritmo o horário da mesma uma vez que e passo a citar :
-"De manhã estou bem é na caminha ...e depois àquela hora começam-me a faltar as perninhas"!
Na segunda situação o tal senhor engravatado, que sinceramente, não tive tempo na televisão de reparar se era advogado do tal bombeiro que foi "flagrado"como se diz na variante brasileira da nossa velha e bela língua, a atear um incêndio florestal, tentava justificar o acto insano do homem, jovem ao que parece, dizendo mais ou menos e só posso citar de cor :
-" Os senhores compreendem, quando um bombeiro se treina para apagar incêndios e depois não há incêndios, existe sempre o risco de para combater o tédio serem elementos das próprias corporações a ateá-los"!
Ora feita uma avaliação estilística destas declarações é inegável que no caso do lançador olímpico estamos na transição entre o surrealismo e o dada e no segundo, sendo embora um clássico, o típico "bombeiro incendiário", estamos perante um caso de surrealismo mais de série, já a caír na pop.

sábado, 5 de julho de 2008

Os Eunucos

Os eunucos devoram-se a si mesmos
Não mudam de uniforme, são venais
E quando os pais são feitos em torresmos
Defendem os tiranos contra os pais
José Afonso
Afinal noventa e um anos depois da Cova da Iria e por intercessão da "santa" da 5 de Outubro e sus muchachos (y muchachas), produziu-se finalmente a hierofania matemática: no curtíssimo espaço de um ano lectivo, o prodigioso sistema educativo português conseguiu transformar largos milhares de portadores de inumerismo em génios do cálculo e do raciocínio abstracto, é de facto, uma demonstração cabal de que querer é poder: Sócrates quer, Milú sonha e a obra nasce !
E ai de quem tiver alguma dúvida, aí de quem alegar que tais resultados são o produto de uma grosseira "martelagem" que avassala todo o Ensino Público condenado a ser uma fantochada permanente que compromete seriamente o futuro de quem por ele passa e vai passando sem que aprenda o que quer que seja que não possa ser aprendido noutro sítio qualquer.
Ai dos hereges que se atrevam a pôr em causa a monumental fraude em curso, em que tudo se certifica mas nada se ensina a não ser a aproveitar a boleia da conjuntura.
A grande sacerdotisa de serviço já avisou os professores de Português, disciplina onde apesar de bem propiciado, o milagre teimou em não acontecer, de que têm que se esforçar mais e seguir o exemplo dos colegas de matemática ( talvez os mande estagiar em Hogwarts).
Esta situação que neste momento, atinge o paroxismo da total escandaleira pela redução dos níveis de exigência até à insignificância, atestada pelos especialistas a quem a senhora ministra acusa de "terem acordado mal dispostos" e "dizerem mal porque é moda dizer mal", tem vindo a ser preparada há já algum tempo, com a introdução de grupos de "escolha múltipla" onde são várias as opções correctas mas só uma é, arbitrariamente, considerada como tal, com questões mal formuladas cheias de erros lógicos crassos que, no entanto, são admitidos como a mais pura das verdades, com "descritores" de orientação de resposta que são um autêntico atentado à inteligência, tornando claro que a intenção já nem sequer velada, desse pretenso "objectivismo" é evitar o pensamento e treinar apenas a mecanização rebarbativa, (também para passar uma vida a "teclar" é capaz de não ser preciso mais !).
Claro que tudo isto se passa entre discursatas de inflamadas proclamações de "exigência", de "rigor" e de "sucesso" e de outras patacoadas vazias do género que tão bem compõem o ramalhete da mediatizada demagogia contemporânea, fazendo lembrar os bairros manhosos que têm quase sempre um nome apelativo, mas bonito, bonito só mesmo o nome porque o resto é que costuma ser, como dizia a minha rica avó, " o bom e o bonito", não passando tudo de manobras clássicas de propaganda rasteira a que Orwell chamou newspeak.
Não resisto a contar um episódio bem revelador da presença deste "espírito" : a minha mulher que como eu é professora de Filosofia ( afinal assim só estragámos uma casa), fez estágio profissional no fim dos anos 80 na recém criada Universidade Aberta que tinha por característica essencial a então grande modernice de ser tudo "à distância"; de tal modo que mesmo quando os formandos lá se dirigiam pessoalmente para falar com o Assistente de serviço para qualquer esclarecimento, não lhe viam a cara e era-lhes, na portaria, passado para as mãos um telefone para comunicarem com o dito,(ainda não havia Internet generalizada). Um dia acompanhei-a lá para esclarecer o conteúdo de uns Testes Formativos que vinham pelos Correios e depois de resolvidos eram devolvidos sendo posteriormente enviadas as formandos as soluções, nós reparámos que várias questões de "escolha múltipla" estavam mal formuladas, havendo mesmo uma que era um completo contrasenso. Quando lá chegámos e a funcionária da portaria nos deu o telefone para falarmos com uma Assistente de quem nem sequer sabíamos o nome e expusemos o problema, a senhora respondeu dizendo que mais de 60% dos formandos tinham optado pela resposta que era considerada correcta; nós objectámos dizendo não ser a verdade uma questão de natureza estatística ou de relação maioria/minoria, se assim fosse o Marco Paulo seria um grande cantor e exemplificámos com uma situação hipotética : se questionássemos mil pessoas sobre a capital do Brasil ou dos Estados Unidos provavelmente a maioria das que presumem saber, responderia coisas como o Rio de Janeiro ou Nova Iorque sem que isso faça dessas cidades as capitais dos referidos países.
A resposta da dita Assistente à distância foi de "cabo de esquadra":
- "Vejam lá , têm razão, mas o professor que elaborou esse Teste Formativo vai também elaborar o Exame final e ele costuma fazer muitas desse tipo"! Ou seja :" ponham-se a pau, quem vos avisa vosso amigo é"!!!
Eis o prenúncio da situação que hoje estamos a viver em pleno e que nos obriga à cautela de ter sempre à mão de semear duas opiniões: a verdadeira, para uso privado , a de que isto é tudo uma grande vigarice e não passa de uma versão aggiornata da estória da única vaca de uma falida exploração pecuária da antiga União Soviética que obrigada ao tratamento estatístico anual e como por temor, o responsável de cada instância sucessiva do Estado e do Partido, que aliás, se confundiam, ia acrescentando um zero, quando o relatório chegou a Moscovo, as vacas já eram um milhão ! Depois temos também que exibir uma "posição" institucional para exprimir oficiosamente, quando em reuniões ou relatórios profissionais, nos vimos compelidos a tecer loas à barbaridade. Mais uma vez à , mais do que coincidente, semelhança dos famigerados processos de Moscovo em que as vítimas chegavam ao ponto de sabendo-se de antemão condenadas, fazerem pungentes autocríticas para salvar ao menos o pão dos filhos !
Ora Portugal tem sido quase sempre o país do medo, se exceptuarmos os curtos e felizes poucos dias de Abril e mais uns quantos episódios de genuína alegria colectiva na nossa longa história, poucos terão sido os dias em deixámos de" perfilados de medo" agradecer" o medo que nos salva da loucura"!!!
Em vénias malabares à luz do dia
Lambuzam de saliva os maiorais
E quando os mais são feitos em fatias
Não matam os tiranos querem mais
José Afonso

sexta-feira, 4 de julho de 2008

A Avaliação dos Padres

Não sou católico praticante e tive uma educação laica, no entanto durante os sete anos de Liceu e mesmo quando com Veiga Simão a disciplina de Religião e Moral se tornou de assistência voluntária, nunca pedi dispensa da disciplina, apesar do meu pai mo ter proposto muitas vezes. É que eu tive no 1º ano, com apenas 10 anos, como professor de Moral um padre, de que já não me recordo do nome, mas que foi o que deu a extrema unção ao Quim Zé ( Joaquim José Correia, jovem cavaleiro tauromáquico mortalmente colhido no Campo Pequeno em meados dos anos 60) e logo no início do ano lectivo em Outubro de 1966,no Liceu de Gil Vicente, ali à Graça, o padre em questão perguntou, brandindo o manual da disciplina que se intitulava "A Nossa História Divina" a uma turma de mais de 40 rapazinhos (é verdade, as turmas nessa altura eram enormes e o Gil Vicente era um Liceu só de rapazes):
-" Quem foram os nossos primeiros pais" ?
A rapaziada respondeu em uníssono :
-"Adão e Eva!"
Todos menos eu, que não respondi. Ora o Padre, como eu não tinha respondido a uma questão tão consensual, como hoje se diz, abeirou-se imediatamente de mim com um tom ameaçador, ele que para mais era um homem enorme, alto, gordo, mas forte. Interpelou-me:
-"Então o menino não sabe?"
-"Sei sim Senhor Padre, mas discordo!" E o homem furibundo :
-" Diz o quê, diz o quê ?! Você aqui não diz mas é mais nada !!!- mas, já agora, diga lá! Quem foram os nossos primeiros pais?!"
Eu que tinha estado a ler o livro de Thomas Henry Huxley ( avô de Aldous Huxley) : «Uma Pequena História do Mundo», pequena só de nome , pois é um enorme e interessantíssimo calhamaço, em que o autor, amigo e colega de Darwin, expunha a Teoria da Evolução e também já anteriormente industriado na matéria pelo bom do meu pai, respondi:
- "Oh Senhor Padre nós não temos propriamente primeiros pais!"
-"Ah não , então como é que foi "?!
-"Oh Senhor Padre , o Homem veio do macaco!"-e nisto os olhos chispam-lhe, fica vermelho de cólera e grita:
-"Oh menino, macaco?! macaco era o seu avô !!!"- eu ingenuamente, sem ponta de intenção de ofender, retorqui:
-"Oh Senhor Padre, logicamente, o seu também"!
Nisto o homem enlouqueceu. Agarrou-me por detrás do pescoço com uma das mãos enquanto com a outra me esbofeteava, abriu a porta da sala com o pé e atirou-me, literalmente, para o olho da rua, não contente com isto ainda participou ao Reitor, um professor de latim, que era boa pessoa e tinha a particularidade de, sendo goês, ser deputado pelo Estado da Índia, que Nerhu tinha mandado invadir em 61, mas Salazar insistiu em manter a representação na Assembleia Nacional. Este mandou chamar o meu pai que ficou à rasca, como então se dizia e não era caso para menos, dadas as circunstâncias.
Mas o Senhor Reitor só lhe disse que não havia problema nenhum à excepção de que " o senhor padre já não quer que o moço vá mais às aulas". E assim umas quantas galhetas me livraram das aulas de Moral até ao fim do ano ! No ano seguinte, 67/68, abriu o ensino liceal no Barreiro, uma Secção do Liceu de Setúbal que em 1970 se veio a converter em Liceu Nacional do Barreiro e eu continuei a ter aulas de Moral e tive muita sorte em as ter continuado, pois o professor foi, nem mais nem menos, o Chico Fanhais (nessa altura Padre Francisco Fanhais), que até se pirar para França, deu as aulas de Religião e Moral mais maravilhosas de sempre - tocava e cantava para nós, punha música de intervenção, foi através dele que ouvi pela primeira vez "Morte e Vida Severina" de João Cabral de Mello Neto, que ouvi Geraldo Vandré cantando "Para Não Dizerem que Não Falei de Flores", os "Vampiros" do Zeca Afonso (de que o Chico Fanhais foi amigo e acompanhante até à morte), Adriano Correia de Oliveira, Bob Dylan e Joan Baez e tambem Brel, Brassens, Léo Ferré e muitos, muitos outros, enquanto discutíamos a pobreza, a falta de liberdade , a repressão fascista, a condição das mulheres, a sexualidade, o problema das drogas, etc., etc..
É claro que o que é bom não pode durar muito e o Chico que vinha dar aulas de lambretta, não deve ter sido nela que fugiu para França com a PIDE à perna.
Mas mesmo assim não desisti das aulas de Moral e ainda bem, pois tive mais dois padres até ao 7ºano, então o último do Liceu : o padre Carlos Capucho e o padre Adelino, que tinha vindo precisamente de França de trabalhar com a emigração portuguesa. Pois as aulas quer de um quer de outro foram sempre um espectáculo de inteligência e crenças só na dúvida !
Note-se ainda que se ao primeiro, o do Gil Vicente, perdi e ainda bem, o rasto, já aos outros três, encontrei por várias vezes e fui tendo novas nestes quase quarenta anos e já todos tiveram mulher e filhos e certamente netos !!!
Isto tudo para dar conta do desencanto que já por várias vezes experimentei quando ao ir aos funerais de pessoas conhecidas, colegas, amigos que cedo partiram ou dos seus familiares (e ainda esta manhã fui a um), assisto a cenas tristes por parte de , infelizmente, mais do que um sacerdote, que ao oficiar as exéquias não se lembra do nome do falecido e o pergunta displicentemente em voz alta e por causa do Sol, põe a estola pela cabeça e terminada a função se raspa de imediato.
Esta atitude de meros funcionários e ainda por cima incompetentes não se coaduna com o munus que ao sacerdote deve assistir e que é essencial na assistência espiritual que é a sua missão ! E depois não venha a Igreja Católica queixar-se da fuga dos fiéis para as chamadas seitas onde as pessoas se sentem acarinhadas e reconhecidas.
Talvez seja tempo do Vaticano começar a arranjar umas "grelhas" paras avaliar os padres !

domingo, 29 de junho de 2008

O Robespierre da Ronha

A diferença entre o PS eo PSD "oficiais" neste momento não está nas ideias políticas (que não existem em ambos), nem nas politicas, que tendem a ser mais do mesmo; a diferença está principalmente no "pessoal" político e nas clientelas.
O PSD é um partido cujos clientelas tendem a "pendurar-se" no Estado indirectamente, tentando manipular o Estado e as Autarquias em benefício próprio nos negócios e benesses (adjudicações, subsídios e outros "apoios"). O "companheiro" típico do PPD/PSD é um pequeno ou médio"empresário"( do tipo dos"camionistas" que paralizaram o país há cerca de duas semanas), que precisa e, sobretudo, deseja os favores do Estado, pois sabe que sem eles terá poucas ou nenhumas possibilidades de sobrevivência e só através de um conúbio quase sempre nebuloso entre os fundos e as decisões públicas e os seus interesses privados, consegue o tão almejado "lugar ao sol".
Já o PS vive directamente do Estado, o seu "pessoal" tende a "pendurar-se" no aparelho de Estado sem intermediações, numa relação de "enterismo"; o PS é, basicamente, um partido de funcionários públicos, efectivos ou putativos,( os que ainda o não são, suspiram por vir a sê-lo) e para o conseguir, o "camarada" típico gosta de mostrar "bons serviços" que espera ver retribuídos com um empregozito, para si, para a mulher ou para algum filho, ou uma promoçãozinha, ou mais um "tacho" ou prebenda, tudo dependendo do lugar do "artista" na pecking order.
O desempregado que se torna motorista ou contínuo num organismo público, a jovem licenciada que em vez de ir para a caixa de hipermercado vai para adjunta de um Secretário de Estado, por exemplo, o professor ou o médico que deixam a chatice e a trabalheira da Escola ou do Hospital e passam para as Direcções Regionais; o advogado ou o arquitecto meio falhados que aspiram a "encabeçar" a lista para a Câmara, o quadro técnico anónimo e cinzentão que passa a integrar o Conselho de Administração de uma "empresa" pública, etc.,etc.,etc..
Por isso há no PS um lado mais "duro" e mais autocrático da parte da sua nomnenklatura e dos inúmeros candidatos a fazer parte dela, em relação à Função Pública, por exemplo, onde demonstra uma forma particularmente sádica de exercício do poder, porque está, ou pensa estar por "dentro" do assunto, porque sabe ou julga saber da "poda" e é óbvio que em tempo de escassez e de "emagrecimento" do Estado, a chave para a sobrevivência própria está em mostrar dedicação à "causa"( desde que "eu fique de fora", claro!), dedicação e "fidelidade" caninas até ao vómito, com o que de um modo contra natura o mais estatista dos partidos portugueses pretende fazer no Estado, como na questão dos disponíveis, que é um modo eufemístico de dizer dos que vão para o "olho da rua".
Por isso, sempre que o PS está no poder institui-se quase espontaneamente um espécie de "Pide" na Função Pública , cujos métodos oscilam entre o soft dos good old days de Guterres, que terá dito :"no jobs for the boys " e foi o regabofe que se viu e agora a versão hardcore do socratismo em tempo de vacas magras ou esbeltas como dizia um ex-ministro do PSD, agora que o quotidiano da miséria se plasma a passos largos na miséria do quotidiano
( casos não faltam desde o do professor Charrua ao do aviso aos correctores de provas sobre o direito dos alunos ao sucesso, curiosamente protagonizados pela mesma sinistra personagem, até às visitas policiais a sindicatos, por exemplo! ).
Outra das diferenças fundamentais está no chamado "pessoal político", que no PSD, salvo as excepções da ala santanista e pouco mais, tende para o "amadorismo", ao contrário, no PS em que há na actual conjuntura, muita rapaziada e raparigada, claro, noblesse oblige, proveniente da velha esquerda radical ou do PCP, de que foram outrora, (quando estava a dar!) abnegados militantes e onde, em anos e anos de comissariado político, aprenderam a desenvolver o espírito de missão cuja exibição pública tanto ar de credibilidade empresta à pretextada causa, quase fazendo de Sócrates uma espécie de Robespierre da ronha ( como atestam o diploma passado a um domingo e os cigarritos fumados às escondidas).
Enfim, autênticos domini canes, mas como diz a sabedoria proverbial portuguesa :
-"Queres conhecer o vilão" ... ?

sábado, 28 de junho de 2008

As coisas incríveis do PCP

O PCP é um partido sério e respeitável e nos tempos que correm, constitui uma réstea de esperança para as largas massas de não benificiários deste "admirável mundo novo". É uma organização forjada na resistência e que com mais ou menos erros, continua a resistir, incitando e congregando os que resistem, sabendo estabelecer muito bem as prioridades sem grandes folclorismos, se descontarmos os rituais da praxe como a Festa do Avante que tem, no entanto ,o condão de ser um grande evento aberto em que ainda se pode sentir um "cheirinho" da velha fraternidade popular de que os novos tempos tão arredios andam.
Há, no entanto, no PCP coisas incríveis de apego a visões pretéritas que exprimem uma espécie de realismo ao retardador e que se traduz em posições políticas que ao olhar para o mundo de hoje, fazem afinal o que todos nós fazemos ,sem que nos demos conta, ao olhar o firmamento, não ver o que lá está, mas o que lá esteve e às vezes até só o que prometeu que lá iria estar, mas entretanto, se perdeu pelo caminho.
Falo concretamente de posições-tabu como a não condenação explícita do estalinismo e o não reconhecimento dos Gulags como facto, que até o relatório do Secretário-Geral Nikita Krutchev no célebre XX Congresso do PCUS denunciou e condenou há mais de cinquenta anos e também do apoio a regimes como o da China que de comunista só tem o nome e que no tempo da URSS (oh tempus, oh mores ! ) o PCP execrava; mas que todos sabemos, junta o pior de dois mundos : o liberalismo económico e a ditadura política; um silêncio cúmplice com aberrações como o regime da Coreia do Norte e mesmo o da Bimânia e agora escandalosamente o apoio ao regime de Mugabe que conseguiu destruir o Zimbabwe económica, social , cultural e moralmente em menos de duas décadas. O "erro", obviamente deliberado, do PCP é persistir na comtemplação do Mundo dos anos 70, que foi bom mas acabou, quando Mugabe era, ou nós julgávamos que era, um herói anti-colonialista.
É óbvio que não sou ingénuo ao ponto de pensar que o que move a "Comunidade Internacional" em peso, ou perto disso, seja puro humanitarismo. Mas afinal num país onde a inflação está nos milhares, mais de metade da força de trabalho está desempregada e a mais pública das primeiras-damas aproveita as "Cimeiras" para fazer compras de luxo às escâncaras, o líder da oposição é espancado pelas "forças de segurança" em plena via pública, apoiantes seus são assassinados em série, onde os resultados eleitorais levam meses a ser publicados e as "eleições" redundam sistematicamente em farsa trágica; não estarão certamente no poder os míticos combatentes da liberdade da nossa juventude, mas uma cleptocracia que até pode incluir muitos dos mesmos nomes mas que, apanhando-se noutras circunstâncias (na chamada mó de cima), se passaram para o dark side; teimar em não querer ver o mundo como está , não é prova de coragem política, mas apenas de obnibulação espiritual que só aproveita a quem quer "tapar o Sol com uma peneira" e a quem capitalizou o sangue dos heróis em proveito próprio !!!

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Os Filantropos

A avaliar por artigo recente publicado no suplemento de economia "Confidencial"do Sol do passado sábado, 21 de Junho, na sua coluna "Selecção Natural" pelo Professor Nogueira Leite ( e não deixa de ser curioso que quer o nome do suplemento, quer a designação da coluna reproduzam os mais corriqueiros tiques do mundo das negociatas- "o segredo é a alma do negócio"- e daí a requerida confidencialidade e o "darwinismo" neo-liberal da "selecção natural"), uma das principais preocupações humanitárias destes economistas entusiastas da globalização passou de repente a ser o crescente bem-estar dos povos do antigamente designado por terceiro mundo e agora por potências emergentes, protagonistas de um autêntico milagre económico, que por aumentarem a procura de alimentos e combustíveis provocam, muito naturalmente, o aumento dos preços, o que longe de ser mau sinal é ,na costumeira macro-análise destes senhores, um sintoma de saúde da "economia global".´
É claro que para os economistas que estão comprometidos com os sectores que lucram com as actividades especulativas( como a banca e as multinacionais), esta situação pode ser interesante; já para os trabalhadores que no tempo dos "bispos do materialismo dialéctico" conseguiam viver e agora no tempo dos bonzos de sua santidade o mercado, mal sobrevivem, há uma parte da estória que está muito mal contada,e estes como os outros também pregam a "boa nova" nas universidades como a Nova ou o ISEG ,onde estão a formatar os futuros activistas do Sistema; já os cafés estão fora de moda, aliás hoje já nem há tempo para eles, sendo mais apetecíveis os gabinetes dos centros de interesses.
Ao serem confrontados com a fraude em relação à sua prédica pretérita, demonstrada pelo empobrecimento e a nulificação do quotidiano da esmagadora maioria, já que os ricos ficam sempre acima da "crise " e em regra lucram com ela, acentuando o fosso da desigualdade e da iníqua distribuição da riqueza em que Portugal é campeão europeu; estes paladinos que outrora prometeram tudo a todos, viram-se agora para a prosperidade crescente de países como a Índia e a China , (sem dúvida exemplares no respeito dos direitos laborais e humanos) e também do México e do Brasil, (sem dúvida autênticos oásis de tranquilidade e paz social) !
Têm agora uma boa oportunidade de mostrar coerência com as procupações humanitárias que ultimamente tanto têm evidenciado: aproveitem a boleia de alguma ONG e vão até ao Darfur por exemplo, no exercício dessa nóvel e tão nobre vocação e já agora, fiquem por lá !!!

Maiêutica Policial

Três agentes da PSP envolvidos no caso das "visitas" a Sindicatos de Professores em Março passado, nas vésperas da que veio a ser a monumental Marcha da Indignação, estão a ser alvo de um processo disciplinar instaurado pela Inspecção-Geral da Administração Interna.
Só eles ?! Será que agiram por conta própria ? Ninguém os terá incumbido dessa "missão"?
Se bem que pareça estranho que tudo tivesse sido assim tão simples, poderá ter sido esse o caso e então estaríamos perante um episódio de "maiêutica policial". Como é sabido a maiêutica é o método que Sócrates utilizou para ajudar o interlocutor a chegar à verdade; ora estes agentes só podem mesmo ser "socráticos" e há sempre gente assim em todas as profissões, gente que é "mais papista que o papa" só para mostar "serviço"; é claro que ao "papa", seja ele qual for e mesmo que bata com as mãos no peito clamando inocência, agradece - dá sempre jeito ter quem faça o "trabalho sujo". Estes agentes alegam, e curiosamente os Sindicatos da Polícia corroboram, que foram só pedir informações para garantir a segurança dos próprios manifestantes, (também é reconfortante ver o desvelo que a corporação policial pôs nessa sublime tarefa), se tal foi a intenção dos agentes, eles só quiseram mui certa e socraticamente chegar à verdade, para cumprir tão nobre desígnio interrogaram os sindicalistas e depois, qual é o problema ?!
Pena que vivamos num país de inimigos da verdade !!!

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Brio

A ministra norueguesa dos petróleos pediu a demissão porque foi "apanhada" em duas infracções: ter mandado pôr um pequeno pontão de acostagem numa casa que possui junto ao mar sem ter pedido licença à câmara do local e ter arrendado um anexo de 10m2 da casa a um estudante, sem ter declarado ao fisco.
Esta senhora não tem sobrinhos na Suiça, nem foge para o Brasil e demite-se !!!
Comparando cá com a "santa terrinha" e recorrendo ao velho "latinório", é caso para dizer:
Fluvius me de hoc !